liberte-me (Terminada)

Capítulo 4 : iv

                                         IV.

Com o anúncio da gravidez de Aegon, o delicado entendimento entre ele e Aemond foi completamente deixado de lado. A mãe os deixou sozinhos nos poucos meses após o casamento, feliz o suficiente com a forma como Aemond conseguiu conter alguns dos piores hábitos de Aegon. Mas agora que havia um herdeiro em potencial a caminho, sua preocupação com o filho mais velho voltou com força total. Aemond pouco podia fazer para impedir sua mãe e sua constante interferência.

Em meio à onda de preocupação, Aemond pensou longamente sobre como Aegon o expulsou de seu quarto após o exame. A voz de Aegon estava tão cheia de angústia e nada que Aemond disse parecia confortá-lo. Então ele implorou que ele fosse embora, ao qual Aemond havia cedido tão facilmente. Cada momento era um desafio com Aegon. Justamente quando Aemond pensou que poderia estar se aproximando de seu marido, uma parede de ferro caiu entre eles e ele voltou à sua posição inicial.

Não era de surpreender que Aegon não desejasse ser mãe. Ele sempre achou seus deveres como príncipe sufocantes e isso não seria diferente. Aemond não entendia por que alguém - incluindo ele mesmo - pensava que o casamento e o acasalamento mudariam as verdadeiras cores de Aegon. Mesmo sob a mão firme de Aemond, Aegon ainda era Aegon. Ele lutaria contra qualquer um que tentasse lhe dizer o que ele deveria fazer. Aemond sendo seu irmão mais novo certamente não ajudou na situação.

A mãe viu o desdém de Aegon por sua situação como outro caso de insolência contra a coroa e contra ela. Aegon tinha que saber o quão importante era produzir herdeiros para a família e é claro que ele seria o mais difícil possível apenas para irritar sua mãe. Ele lamentou abertamente sua condição com o propósito expresso de envergonhar a família real. Se alguém descobrisse que ele estava tão desapontado com o nascimento de um herdeiro real, certamente haveria perguntas sobre os filhos de Alicent e sua posição como a segunda esposa do rei. Rhaenyra deu à luz seus filhos com boa vontade e graça. O que havia de errado com os outros filhos do rei se eles não desejavam fazer o mesmo? Seria uma humilhação completa.

Aemond ouviu os delírios de sua mãe sobre a atitude de Aegon quase diariamente por um mês após o anúncio. Ela insistiu que eles estariam sempre a um passo da ruína se Aegon não aceitasse sua sorte como ômega e mãe. Ela implorou a Aemond para falar com seu marido, convencê-lo de que ele estava destinado à cama de parto. Seria fácil, assim como todos os seus próprios filhos tinham sido.

Para seu crédito, Aemond tentou falar com Aegon. Um dia depois de ter sido mandado sair do quarto do marido, Aemond se aproximou dele novamente para conversar. Ele só disse algumas palavras antes de Aegon jogar uma garrafa de vinho pela metade nele. O vidro quebrou e pequenos fragmentos incrustados na pele de Aemond. Aemond ficou furioso com a dor, mas não discutiu. Ele simplesmente saiu da sala para encontrar o meistre. Ele não tinha ido ver Aegon depois disso.

Mas um mês ouvindo a mãe reclamar sem parar sobre o assunto motivou Aemond a tentar novamente. E não era como se Aemond não tivesse visto seu marido naquele tempo. Ambos ainda eram obrigados a comparecer às refeições da família e ao tribunal quando era realizado. Aemond sentou-se e ficou ao lado de sua esposa, embora eles não trocassem palavras. Simplesmente eles não estavam sozinhos desde o incidente com a garrafa. Aemond esperava que as tensões tivessem esfriado desde então e ele pudesse falar com segurança com seu marido.

Aemond bateu na porta do quarto de Aegon, ouvindo atentamente uma resposta. Tudo o que respondeu foi o silêncio. Ele franziu a testa e bateu de novo. Aegon não iria tão longe a ponto de não permitir ninguém em seu quarto. Ele exigia que seus servos o vestissem e trouxessem suas refeições. Talvez ele pudesse dizer que era Aemond do lado de fora de sua porta apenas pelo cheiro? Ele sabia muito bem que Aegon não gostava de seus feromônios alfa. Ainda assim, ele não daria ao menos a cortesia de expressar sua rejeição?