Look In The Mirror

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Oi oi!

Shinichiro Sano, o delinquente fraco e fracassado. Ele nunca ganha brigas sozinho.
As minhas amigas frequentemente riem dele, e ainda assim ele sempre chega nelas e em mim não!
Eu nem sou tão difícil assim!

Ah sim, vou me apresentar. Eu me chamo Delfi Zenere, me mudei pro Japão quando era super novinha, meus pais saíram da Espanha por uma oportunidade de trabalho. Não estou sendo humilde aqui, então posso dizer que sou a menina mais bonita do colégio e me considero muito talentosa nas coisas, principalmente nos estudos.

Comigo apresentada, a minha relação com Shinichiro Sano também precisa ser... Eu admito que sempre estive olhando pra ele desde que cheguei na escola a dois anos... Eu sempre achei o Shinichiro bonito e acho que sempre esperei que ele fosse chegar em mim como aconteceu com as outras garotas assim que ouvi sobre a sua fama, eu queria dar uma chance pra ele... Pelo menos para ter o meu coração partido uma vez e não ficar nesse "E se..." eterno!
Tenho sido muito paciente até...

— Olha isso aqui — uma das meninas chega mostrando um papel, as garotas que veem seu conteúdo primeiro dão risada.

— Esse cara não desiste, a gente tá quase se formando e ele continua nessa, ele vai morrer virgem — só pela minha experiência já sei quem é...

Isso foi o suficiente pra minha paciência.

— Me dá esse papel — Estico a mão pra menina, eu estava fervendo de raiva

— Tudo bem, Delfi-chan — elas me obedecem. É impressionante como se você parecer brava as pessoas raramente te negam algo.

Peguei o papel e li enquanto ia na direção do campo de futebol. Eu tinha certeza que se ele estivesse em algum lugar da escola nesse horário seria lá.

O conteúdo da carta era tão ridículo que eu nem consigo transcrever! É sério, eram coisas tipo "você podia sair comigo pra dar uns amassos, gracinha" aaaaaa.

Esse menino não tem o menor senso do ridículo! Ele manda essas coisas ridículas pra outras meninas e nem sequer fala comigo pra me chamar pra sair!

Ele estava jogando bola com os amigos e eu invado o campo, marchando na direção dele.

— Delfi-san — Ele ia dizer alguma coisa com aquela voz largada e linda dele mas eu acertei um tapão em sua cara.

— Seu imbecil — Empurro o papel no peito dele — Se você der em cima de alguma das minhas amigas de novo, eu contrato alguém pra te dar uma surra.

Chuto o joelho dele e saio andando, antes de voltar pro prédio da escola eu já estava chorando. Que raiva!

Os garotos sempre agem como bobos apaixonados perto de mim! Mas esse cara tem a ousadia de ser diferente? Sendo que ele foi o único pelo qual eu me interessei!

— Delfi... — eu me assustei quando vi Wakasa parado ao lado dos armários na entrada do colégio — Você acabou de bater no meu amigo e tá chorando...

Ele estreita os olhos.

— Como você viu isso daqui? — perguntei limpando meu rosto.

— Eu vi lá de cima, desci correndo, tava bem afim de chutar a tua cara — ele dá uma risada meio morta — Mas você tá chorando... Tem coisa aí.

— Não tem nada não... — Sorrio docemente enquanto troco de sapatos, eu estava bem mal — É só... Vocês me acham estranha por não ser daqui?

Me viro para Wakasa, a reação dele foi bem padrão, olhos brilhando e um sorrisinho gentil.

— Como alguém acha isso, Delfi, pelo amor de Deus — ele passa a mão no rosto.

— Então como o imbecil, fumante, ridículo do seu amigo nunca tentou nada comigo!? — eu cheguei no meu limite, são mais de três anos no mesmo colégio e ele simplesmente só age como meu amigo enquanto chega nas meninas mais feias que eu já vi.

Ele faz uma cara como se a resposta fosse óbvia.

— Garota... — Ele pega um pirulito do bolso — Você é afim do Shinichiro?

Ele dá um sorrisinho enquanto abre a embalagem.

— E se for... Vai rir de mim? — Cruzo meus braços.

— Sim... Eu vou — ele já tá rindo, eu odeio esse cara! — você pode ficar com qualquer cara e escolhe justo um fracote, frango daquele?

Minhas bochechas começaram a pegar fogo, eu não gosto de caras enormes de fortes ou algo do tipo... O meu tipo é exatamente o Shinichiro! Eu sinto que daríamos certo.

— Ele é gentil, não riu do meu sotaque quando eu cheguei na escola e não se importa em me dar o guarda-chuva dele quando chove — Murmuro olhando o chão, ele sempre faz coisas legais, mas pra mim elas nunca tem um pingo de segunda intenção!

— Meu Deus — Ele pisca demoradamente — se eu disser isso pro Shinichiro ele morre...

Tombo minha cabeça enquanto ele murmura isso.

— Como assim? — tá, eu não tô entendendo.

— Ele nunca achou que ele tinha era chance com você — ele ri. — Tudo que a gente ouve da sua vida romântica é tu dando fora em todos os caras.

— Agora você sabe do motivo — Mexo em meus cabelos, eu fiquei com o estômago quente como sopa quando ele disse sobre contar pro Sano.

O silêncio fica constrangedor e eu decido só me afastar.

Eu cortei a conversa com qualquer um na aula e eu reparei que era constantemente olhada feio pelo Shinichiro ou os delinquentes que são amigos dele e estudam na mesma sala que nós.

— Ei... Zenere-san — o presidente do grêmio me chamou na hora da saída.

Ele me impediu de sair no horário normal, já que ele é incompetente e não sabia como resolver o problema das decorações do baile

Eu sai cansada, tinha perdido o ônibus então vou ter que ir a pé pra casa, eu estava tão desanimada quanto desligada.

— Se eu quisesse te sequestrar seria tão fácil — Ouço uma voz murmurar bem do meu lado junto com bálsamo terrível do tabaco de um cigarro barato demais pra ser algo que preste.

— Sano! — ponho a mão no peito, o susto foi subsequente, porque era o susto de ter alguém de repente perto de você e o nervosismo de estar perto de alguém que você gosta... Virou pânico.

— Sabe que eu tô andando do seu lado desde que saiu da escola né? — Ele aponta pra trás com o polegar.

— Tá brincando? — me aproximo dele que se afasta como se eu tivesse uma doença contagiosa!

— N-não... Eu realmente esperei você sair... Imaginei que já ia estar escurecendo — ele nem olhava pra mim.

— Você tá bravo por eu ter de batido hoje mais cedo? — perguntei coçando minha nuca, ficando longe dele.

— Assim, a turma não é acostumada a te ver brava né, a última vez foi aquele lance do professor — Ele da um sorrisinho enfumaçado.

O "lance do professor" foi quando as meninas denunciaram assédio por parte de um professor e foram suspensas. Eu fiz um inferno naquele colégio, eu gritei com todos os professores e ameacei tocar fogo no assediador.

— Você não merecia que eu agisse assim, foi mal — Dou um sorrisinho e beijo a bochecha dele.

Eu congelei ele

Need a Hero? - Shinichiro Sano Onde histórias criam vida. Descubra agora