𝐿𝑒𝑎𝑡ℎ𝑒𝑟𝑓𝑎𝑐𝑒 - 𝑈𝑚𝑎 𝐻𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑁𝑎𝑜 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎 +18

XII

Eu e Thomas passamos nosso dia faxinando a casa ao som de várias músicas, até chegar a tarde; onde o céu ficava alaranjado, o sol se escondia entre colinas e montanhas, e nós assistíamos à desenhos antigos junto à filmes também com uma bela pipoca.

Até chegar os noticiários das oito... E não era nada bom.

Pelo visto... Aquele fazendeiro de uma figa, viu Thomas, e não falou nada até chegar a sua oportunidade se se mostrar na televisão... E isso poderia ser a sentença de morte de Bubba.

- O senhor poderia nos dizer o que realmente viu naquele dia, por favor?    - A voz da jornalista soa enquanto meus olhos estavam vidrados na tela assim como os de Thomas.

- Bem.. Eu estava indo pegar alguns ovos no galinheiro, havia uns coelhos em um cercado pequeno, eu os tenho para vender e aumentar o negócio da fazenda.. Mas antes de eu por o pé pra fora da porta, eu vi um homem sem máscara, de pele escura e cabelos enrolados; ele roubou um casal de coelhos meus! Então, eu vi a roupa que aquele cidadão usava e rapidamente alcancei o jornal do meu lado, e vi que aquele homem usava as mesmas roupas do cara da serra elétrica, além do mais por ter a mesma altura, gravada no jornal! Assim que ele saiu, eu vi que ele estava acampado em uma colina, mas ele parecia estar bem acompanhado de uma mulher.  

- Uma mulher?   - Repetiu a jornalista.

- É! Eu não consegui ver ela por que não queria me aproximar, mas aquele cara.. Era ele!

Até vir outra reportagem sobre o mesmo caso, e o jornalista interrogou  uma mulher já de idade mas cheia de vida. Eu a conhecia, era uma velha fofoqueira do bairro e foi umas das pessoas que me viu crescer.

- Eu vi no jornal, a foto tava bem nítida desta vez.. Acho que aquele homem pertence a família dizimada Sawyer!

- Sawyer?   - O jornalista pergunta.

- Isso mesmo. Eram um bando de caipiras nojentos daqui do Texas! Uns fora da lei! Gostavam de caçar coelhos, cervos, e outras coisas! Meu marido já não tinha mais nada pra caçar por conta dos homens da casa! Eles tinham um filho mais novo que matou eles.. Bom, é isso que dizem, que o mais novo, o mais fraco, matou a família toda! A casa ainda tá lá como prova, mas meu filho já entrou lá três vezes, e não achou nenhum rastro que alguém estava ali. Mas... Eu desconfio que o assassino esteja em um lugar.. Tem uma coisa quase a frente da casa dos Sawyers, pelo que vi o homem que morava na casa da frente nunca mais apareceu, principalmente os filhos. Acho que o homem tá lá. O cara da serra elétrica deve estar lá.

Logo outras pessoas aparecem nas reportagens mas acabo por desligar a televisão, estando assustada.

Agora eles sabem.

Thomas olhava a tela desligada e pude ver a raixa crescer em seus olhos. Ele cerrou os punhos e socou a perna, e aquilo com certeza doeu.

- Minha culpa!    - Exclamou ele me assustando pelo tom alto -  Sarah tá em pe.. Peri.. Perigo!  

- Thomas...

- É minha culpa! Minha!   - Este começou a esmurrar as coxas das pernas, e antes que ele se machuque mais, o segurei o rosto.

- Pare!   - O olhei séria mas com lágrimas prendendo em meus olhos -   Não foi sua culpa, está bem? Foi minha culpa! Era arriscado, mas eu o levei para lá! O levei para aquela colina!   - Me sentei ao lado dele e olhei algum canto da sala -  Mas vai ficar tudo bem, é só nós ficar aqui. Temos o porão para nos esconder caso precise!

Este me olhou e balançou a cabeça concordando em silêncio.

- Vamos dormir, amanhã será um dia cheio.