Prólogo

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As gotas grossas batiam contra o vidro rústico que compunham as janelas da pequena casa de campo, a precipitação era corriqueira durante aquela altura do início do inverno, o barulho calmo da chuva caindo e os ponteiros do relógio antigo eram os únicos sons que surgiam no ambiente, além dos curtos barulhos que o jovem ômega emitia quase sem intenção. Um bolinho de cobertas era a única coisa que se podia notar em cima do sofá, dentro do pequeno casulo de algum tecido quentinho, o ômega de pele oliva se escondia em seu pequeno mundinho. O corpo grande estava coberto por um pijama longo azul indigo, aquela era sua cor favorita, seu pijama favorito, seu lugar favorito, seu clima favorito.

Era um dia perfeito.

E ainda estava lendo em primeira mão o último exemplar de sua trilogia de livros favoritos. "Devil eyes" era a intitulação daqueles livros que lhe custavam horas de choro, boas risadas e esperança.

Esperança em ter um amor tão forte como o dos protagonistas, daqueles livros grossos, recheados com palavras de amor e sentimentos tão reais que faziam seu coração transbordar de sensações, eram tantas emoções que normalmente escorriam por seus olhos, lágrimas, sejam, elas de amor ou de dor ao colocar-se no lugar dos personagens.

E aquele era um desses momentos os olhos de dragão, brilhavam conforme as lágrimas se acomulavam nas extremidades de seus olhos, os soluços quase escapavam por seus lábios, estes que estavam sendo precionados fortemente pelos dentes branquinhos. As mãos eram escondidas pela manga do pijama, este que era duas vezes o seu tamanho, seus dedinhos apenas apareciam quando era necessário virar a outra página do livro. Seu coração doía pela protagonista que agora confessava o motivo de desconfiar tanto do amor de seu par, já não continha mais seu choro, quando a alfa dissera aos dois ômegas do livro que os amava.

Alí o ômega desmoronará, as páginas eram molhadas e marcadas pelas gotas grossas que escorriam pelo rosto escultural, ao notar que as páginas estavam marcadas pelas gotículas de água, o ômega começará a chorar mais intensamente.

Agora o seu livro favorito estava estragado, ele se culpou por aquilo. Na tentativa de se recuperar o ômega fechará o livro, e com aquele pequeno ato, ele se deixará permitir apreciar como o exemplar era lindo.

A capa era preta, e o título dourado com apenas uma palavra em vermelho, havia apenas ums ilustração simples na capa da silhueta dos protagonistas, mas o que sempre lhe chamava atenção era aquele alcunha que lhe matava de curiosidade.

Sempre escrito em itálico, alterando apenas as vezes a fonte de escrita, lá estava ele o nome da pessoa que ele mais sonhava em conhecer.

S.M.V.

Seus dedos tocavam suavemente o "nome" daquela ou daquele autor que havia lhe enfeitiçado com palavras doces e suaves sobre o amor, com um jeito muito específico de escrever, um jeito que era capaz de tocar a alma do ômega quase sem intenção.

Namjoon a amava por isso.

Ele queria conhecê-la, queria vê-la, queria saber se aquela pessoa que escrevia tão bem sobre todos os sentimentos, já havia os sentidos.

Queria ser o motivo deles.

Com tantos sentimentos, logo o ômega começará a chorar de novo, mas dessa vez por se achar tolo de mais por amar alguém que nem se quer conhecia o rosto ou nome verdadeiro.

Chorou por achar que nunca seria capaz de encontrar aquela pessoa. Se culpou.

Aproximou o livro do peito, era um ato comum para o ômega, era como se estivesse abraçando quem o escreverá. Talvez apenas era a forma que encontrou para acalmar o seu coração apaixonado, mas dessa vez havia algo diferente.

Um aroma...

Um cheiro muito específico de sândalo parecia cobrir totalmente o livro, um aroma que o embriagava por inteiro. Seu coração quase sem intenção se encheu com uma esperança. A esperança de ser o aroma do autor daquelas belas palavras.

Aquele cheiro poderia ser dela, daquela pessoa?

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