Capítulo 6 - Desistir nunca foi opção

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Conforme as estações passavam, Taehyung às observava com mais alegrias. Era um sinal de que o retorno de sua noona estava próximo.

O dia 27 de novembro havia se tornado o seu dia favorito, ele se esforçava para honrar às promessas que havia feito ao grande amor de sua vida, ele ajudava seus avós com todos os serviços da fazenda, ajudava no cultivo das frutas e das hortaliças, esforçando-se para fazer o trabalho pesado no lugar do seu avô, que aos poucos já não conseguia carregar o maquinário pesado como a muito tempo no passado.

Ajudava sua avó com as receitas incríveis dos biscoitos que sua noona adorava, estes que haviam passado a serem vendidos no café da família Kwon, está que passava por bons mares com o negócio, mas enfrentava uma perda difícil. Ji-young havia descoberto uma gravidez poucos meses após a partida da filha, mas foi vítima de um aborto espontâneo que lhe retirou o direito de ser pai novamente. O ômega passou por tempos escuros em sua vida, desenvolvendo um quadro de depressão severa pela perca do bebê e da separação brusca de sua primogênita de seus braços, o ômega nem sequer conseguia vê-la quando iam a Seul deixar cartas e mantimentos para a mais velha de seus filhotes. Havia uma certa restrição sobre as visitas que a lúpos poderia receber, e a única que continha todos os critérios era a mãe alfa, que conseguia ver o rosto da filha por apenas dez minutos a cada seis meses.

Uma preocupação sempre tomava conta do corpo de Ekaterina, pelas poucas duas vezes que viu a filha pode observar sua exaustão e sua enfermidade, a pele pálida tão costumeira havia embranquecido de um forma fora do usual, as olheiras haviam se escurecido mais em seu rosto, este que estava sempre com curativos e machucados que a alfa se recusava a contar de onde haviam vindo, ela havia emagrecido mais do que já estava, a mais velha podia observar os ossos expostos do pescoço e da clavícula até onde o uniforme permitia enxergar-se, seus olhos sempre tão doces e com olhares suaves tornavam-se rudes e desconfiados, as mãos de toque suaves se tornaram brutas e ríspidas quase sem cautela em seu toque, não havia mais brilho em sua áurea, era como ter perdido a sua filha.

Scarlett havia se perdido em si mesma, em uma queda-livre da qual não se pode fugir. Ekaterina naquele momento dirigia até a base das forças armadas temendo com seu próprio ser, o estado em que encontraria sua filha, a qual ela nem poderia proteger ou cuidar de seus ferimentos e traumas. Ao chegar no local, a recepção havia sido diferente do que das outras vezes, em vez de ser direcionada a tão costumeira sala de conversas junto aos outros pais aflitos sobre o estado de seus filhos, a mulher foi direcionada a um corredor triste manchado por tons de verde que não pareciam agradáveis aos olhos felinos.

Ao ler a placa escrita enfermaria, a alfa sentirá suas pernas falharem e seu coração parou de pulsar. Ela não sabia o que lhe poderia aguardar, mas temeu tudo que pudesse vir atrás daquela porta, só de saber que sua garotinha poderia estar machucada aquilo a assombrava.

Foi instruída por uma beta a entrar e procurar entre os leitos do pequeno espaço sua filha, antes mesmo que a mulher pudesse perguntar sobre o estado da alfa, a jovem mulher saiu rapidamente de onde estava sumindo pelos corredores póstumos e sem vida.

Ao abrir a porta em um ranger aquilo pareceu assombrar a mulher de trinta e seis anos, que caminhava sorrateiramente entre o ambiente analisando cada paciente presente no ambiente e assustar com o estado em que a maioria se encontrava, ela observou no fundo do ambiente encostada sobre a vidraçaria clara, a jovem motivo de suas noites mal dormidas e do seu abuso de calmantes.

Ela parecia distante, perdida dentro do próprio imaginário. Seu torço estava descoberto, entretanto estava enfaixado do ombro esquerdo cobrindo totalmente seus seios e a barriga com uma musculatura bem desenvolvida, os braços tinham arranhões e pareciam completamente machados por machucados negros e arroxeados e perfurações profundas sobre a pele que ainda sangravam sobre a palidez da jovem. Seu rosto tinha cortes acima da sobrancelha que ainda escorriam um líquido viscoso sobre a face inchada e ferida, ela nem sequer conseguia reconhecer a própria filha, a calça camuflada de seu uniforme estava rasgada sobre as pernas longas e os coturnos pretos e pesados estavam completamente sujos e do pé direito do sapato era perceptível o líquido vermelho e espeço que escorria e manchava as paredes e cortinas brancas. 

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