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— Eita que loucura. — Falo após descer o 20° copo de whisky que queima minha garganta fazendo me arrepiar por completo.

— Vai com calma gata. — Leoncio fala segurando em minha cintura, seu nariz acaba por fungar meu pescoço — você vai passar mal. 

— Sou tiro e queda.Pisco para ele e me direciono para a área de dança, envolvida pelos funks dos anos dois mil coloco as meninas que estão em volta para dançar comigo. De alguma maneira sinto que as músicas antigas fazem minha autoestima se elevar, já que a maioria era elogiando as mulheres. Quando menos espero sou chamada ao palco para participar da interação que é feita a cada dez músicas. 

 — Qual o seu nome, gata? — o Dj me pergunta quase me fazendo engolir o microfone.— Segura a onda que não consigo engolir. — todos riam, entenderam direitinho a referência — Catarina. 

— Legal, coincidência o meu é Henrique. — diz sorrindo, galanteador sempre que alguém tem nome de alguma figura importante ele diz o nome do marido — no caso das mulheres — qual música escolhe?— Beijinho no ombro.

 — pisco fazendo a coreografia na parte do beijinho no ombro.— Vamos de Valeska Popozuda! — grita animando o pessoal. 

Começo a fazer a coreografia e um grupo se junta a mim, óbvio que a pista foi nossa enquanto os outros olhavam.Faço a coreografia parecida com a original, só adaptei alguns passos ou outros e segui a dança, quando a música acaba vou correndo ao bar onde meu amigo se encontra, me sento ofegante ao seu lado e coloco o cabelo para trás fazendo que o mesmo desgrude do meu rosto. 

— Arrasou! — levanta as mãos para que eu bata nelas — toma. 

— Nostalgia, abafou na escolha da balada. — bebo meu whisky, dessa vez está com suco de laranja e rodela da fruta — ui que delícia. 

Sendo altas horas preferimos ficar conversando pelo restante da festa, devido ao horário o ambiente está se esvaziando aos poucos. No salão de festa se encontra uns pequenos grupos e dentre eles um ruivo, sem conseguir me conter acabo reparando demais na sua beleza. Alto e musculoso, cabelos ruivos e cumpridos e os seus olhos puxados. O rosto revela a marca de quem trabalha no sol, mas apesar de tudo diria que ele é gostoso, ainda mais portanto uma camisa social com alguns botões abertos, uma calça jeans surrada e um cinto de fivela grossa.

 — Chega nele. — meu amigo fala encarando o moço. 

— Eu não, sou recatada. — falo de olho para a minha vítima da noite e dou um aceno levantando o copo de dose, prontamente ele se achega e senta ao meu lado e automaticamente Leoncio sai da bancada. 

— Namora? — pergunto, sou vagabunda, mas não fico com homem comprometido. 

— No. — ai senhor, ele tem um sotaque estrangeiro que me derrete inteira, seus olhos percorrem pelo meu corpo e logo abre um sorriso de cafajeste.

 —es muy bela. O som grosso da sua voz faz meus pelos se arrepiarem por completo e logo sinto um calafrio, pedimos uma cerveja para a menina do bar e logo iniciamos um assunto que mal presto atenção. O meu pensamento vagueia em outras imagens que vem a cabeça, mas um barulho de algo caindo me tira do devaneio e volto a escutá-lo, torcendo para não me perguntar nada a respeito do assunto. 

 — Que tal irmos? — se levanta do assento e estica suas mãos e prontamente aceitei — se não gostares de um telos podemos ir em minha casa, o que acha?Concordo escolhendo ir para a casa dele, sabe se lá o que é esse tal de telos não quero arriscar indo para um lugar desconhecido, pelo menos indo para a casa posso gritar pelos vizinhos se algo de ruim vier acontecer. Procuro por Leoncio na balada e me despeço dele com um beijo de amigos e aviso a minha partida e ele abre um sorriso malicioso, já imaginando o que está por vir. 

CatarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora