Capítulo 1 - Luz Vermelha Pt.1

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   Sob o sol da manhã, o exterior da igreja era um tesouro. A luz laranja refez a estrutura em ricos tons dourados, com vitrais como pedras preciosas. Depois de pousar, Izuku parou por um momento para contemplar o prédio com admiração, catalogando silenciosamente cada detalhe. Foi realmente magnífico. O topo da torre havia sido quebrado em todo o caos, mas Izuku tinha certeza de que, se ainda estivesse lá, poderia ter perfurado direto para o céu.
 

O som de uma explosão do leste o tirou de seu devaneio, e Izuku se moveu apressadamente em direção à igreja, dobrando as asas contra as costas enquanto avançava. Por mais que ele gostasse de admirar a arquitetura do prédio, ele tinha um trabalho a fazer, um que jurou realizar. Ainda assim, enquanto Izuku passava os dedos pelas gravuras da vasta entrada em arco da igreja, ele não pôde deixar de sentir uma sensação de perda. Com toda a probabilidade, esta foi a última vez que ele iria vê-lo. A igreja, como todas as coisas bonitas, logo seria engolfada pelas chamas.
 

   Izuku colocou a mão na maçaneta e deu um último suspiro antes de entrar no prédio.
  
Dentro da igreja, dezenas de cabeças surgiram imediatamente atrás dos bancos, seus olhos se arregalando enquanto olhavam para ele. Após o choque inicial, muitos deles inclinaram a cabeça em reverência silenciosa, embora a maioria ainda parecesse tensa, como se não tivessem certeza de qual era o protocolo apropriado, quando na presença de um anjo.

   Izuku ofereceu um sorriso tranquilizador. “Não tenha medo.” Ele disse. “Eu sou Dekiriel, um servo de Deus. Estou aqui para escoltar todos vocês para o Reino de...”
“—Dekiriel?” Uma voz áspera interveio. Izuku ficou tenso. "Que merda de nome é esse? Parece uma daquelas drogas que dão a crianças humanas para forçá-las a ficar quietas e prestar atenção."
 
  Izuku rapidamente se virou e empalideceu com o que encontrou.
Do outro lado da sala, sentado de pernas abertas no altar com uma bota de combate enlameada bem na ponta, estava um Demônio. Um maldito Demônio. Cabelos loiros espetados, feições angulosas e profundos olhos vermelhos que pareciam luminescentes mesmo à luz da manhã. Ele não estava totalmente mudado. Chifres afiados e negros apareciam em seu cabelo, uma cauda fina e pontiaguda girando atrás dele. O Demônio olhou para ele e sorriu, exibindo caninos brancos e afiados. "Parece que você poderia usar algo assim."

  
   Por um momento, ele simplesmente ficou boquiaberto. Isso não deveria acontecer, ou se fosse, ninguém havia contado a ele sobre isso. O que diabos ele deveria fazer? Ele não podia lutar com ele; ele não foi certificado para isso, ainda. E mesmo que pudesse lutar com ele, de que adiantaria? O Demônio estava claramente acima de seu nível. Não precisava ser um gênio para descobrir isso.
   
Izuku se sacudiu. Os humanos. Ele pensou: Lembre-se dos humanos. Ele endureceu sua expressão e se virou para encará-lo de frente.

"Que negócio você tem aqui, Demônio?" Ele perguntou, a voz firme, mas cautelosa.
 
"Eu não tenho que responder a isso." Ele atirou de volta. “E não me chame de maldito Demon, idiota, é Katsuki.”

“Você tem que responder isso. Você está invadindo a propriedade de Deus”.
 
“Invasão? O que você é, um maldito policial? “Ele disse, olhando fixamente. Então a expressão caiu e ele olhou para cima, pensativo. "Bem, na verdade sim, acho que você basicamente é."

  “O que você fez com essas pessoas?” Izuku exigiu.
“Fazer a eles? Eu não fiz merda nenhuma.” O Demônio pulou do altar e
Izuku instintivamente ergueu sua barreira. “É sua culpa que eles estão com medo. Vocês são os únicos que os alimentaram com toda aquela porra de merda de medo sobre nós. Ele desceu os degraus e começou a caminhar vagarosamente pelo corredor. 
 
"Apenas me diga por que você está aqui!"

Lírio de fogo •BakuDeku•Onde histórias criam vida. Descubra agora