Ecoando a violência - Pt.4

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Mas então, de repente, Katsuki soltou os pulsos, deu um passo para trás e começou a rir. A princípio tudo estava quieto, mas rapidamente ganhou impulso, até que ele se curvou, segurando a barriga. 

“Ah... você sabe, na verdade é muito engraçado, de um jeito meio fodido, o jeito que vocês, filhos da puta, falam sobre meu povo.” Katsuki disse, enxugando as lágrimas falsas. “É o absurdo disso, eu acho. Quero dizer, Cristo, parece que estou olhando para uma cópia carbono das piores partes da história humana aqui.”

Shinsou fez uma careta, adotando uma postura defensiva quando Katsuki começou a se aproximar dele novamente.

"Imundo. Verme. Subumano.” Ele cuspiu. “Você diz essa merda tão facilmente. Ou você não conhece a história de palavras como essa, ou conhece, mas simplesmente não se importa. É tão estranho. Na verdade, não sei dizer qual é.

“O que diabos você está—“

Num piscar de olhos, Katsuki o segurou pelo pescoço. Ele o segurou no ar, as garras cravando-se em sua pele.

“O inimigo não é como nós. O inimigo é subumano.” Shinsou engasgou – ou tentou – e agarrou sua mão. “O inimigo é fraco, mas o inimigo é forte, e o inimigo vai te pegar, a menos que você faça o que nosso maldito líder perfeito diz.” Katsuki apertou ainda mais, as garras tirando sangue. “Somos puros; eles estão imundos. Somos superiores; eles são inferiores. O inimigo nos destruirá, então devemos destruí-los primeiro.” Katsuki o jogou contra a parede. Shinsou caiu no chão, apertando a garganta, ofegante. 

Katsuki se agachou ao lado dele. 

“Sabe, os humanos tinham um nome para esse fenômeno específico.” Ele falou lentamente. “Eles já viram essa merda muitas vezes. Mas pelo menos a humanidade teve a decência de se sentir envergonhada a cada vez e tratá-la como a maldita mancha em sua história que era.”

Katsuki levantou-se lentamente, virou-se e começou a se afastar. Depois de alguns passos, ele parou e olhou por cima do ombro. “Você provavelmente vai querer levá-lo ao hospital.”

Izuku engoliu em seco, ainda tremendo. “R-Certo…”

Katsuki continuou andando. 

Desta vez, ele não olhou para trás.

*

A viagem até a estação de expedição foi desafiadora, mas quando finalmente chegaram, puderam embarcar no ônibus do hospital. Shinsou foi colocado em uma maca ao chegar e Izuku parou por um momento para respirar. 


“Midoriya…” Ele disse com a voz rouca. 


"Sim?"


Shinsou disse algo, mas Izuku não conseguiu entender. Ele se inclinou, inclinando a orelha em direção a ele.


"Eu vi…"


Izuku franziu a testa. "O que você faz…?"


Shinsou desviou o olhar dele, com os olhos tristes. “Eu vi o jeito que você olhou para ele.”


Izuku ficou tenso. Ele abriu a boca para responder, mas as palavras simplesmente não saíram. 


Ele apenas ficou ali paralisado enquanto as enfermeiras levavam Shinsou embora. As portas da ala de emergência fecharam-se pesadamente atrás deles e Izuku ficou sozinho.




Nota: então gente, tive q dividir esse finalzinho pq simplesmente o wattpad n tava carregando o cap todo, mas enfim, tá aí.
Até o próximo domingo.💜🔥

Lírio de fogo •BakuDeku•Onde histórias criam vida. Descubra agora