Capítulo 17 - Das Cinzas

115 9 1
                                    

Resumo:

“Ei, Kacchan…?”

“Sim?”

“Eu…” Ele hesitou por um momento.

Então... “Por que ainda não me lembrei de nada?”

🔥

Izuku estava diante do espelho embaçado no banheiro do apartamento de Katsuki. Nunca antes ele havia ficado tão fascinado por seu próprio reflexo.

As fendas felinas de suas pupilas mudavam o caráter de seus olhos de uma forma que ele não conseguia descrever, e quando ele desligou a luz experimentalmente, ele descobriu que conseguia enxergar na escuridão muito melhor do que como um anjo. A luz verde de seus olhos irradiava para fora, emitindo um brilho sobrenatural.

Ele acendeu a luz novamente, inclinando-se para a frente para examinar os dentes. Seus caninos estavam muito mais afiados do que costumavam ser, e carregavam uma dor surda do rápido crescimento. 

Suas mãos gravitaram em direção ao seu cabelo úmido. Em seu estado meio deslocado, seus chifres pareciam semelhantes aos de Katsuki, pelo menos à primeira vista. Mas enquanto ele se movia lentamente, Izuku observou, em transe, enquanto eles cresciam para fora, as pequenas saliências que revestiam os lados se estendendo em todas as direções diferentes enquanto gradualmente se transformavam em chifres. Izuku correu as pontas dos dedos sobre eles. A superfície era lisa e preta, mas tinha um brilho verde ligeiramente metálico sempre que a luz os atingia corretamente. 

Suas mãos caíram frouxas ao lado do corpo, e Izuku suspirou. Ele ainda não tinha certeza de como se sentia sobre ter chifres. Katsuki havia notado que eles eram raros, mas de certa forma, isso só o deixava mais desconfortável. Destacar-se não era algo a que ele estava acostumado. O que poderia se destacar mais do que um par de chifres grandes e brilhantes?

Izuku torceu os pulsos, seu rabo balançando suavemente atrás dele.

Pelo menos essa parte não é tão incomum.

Izuku balançou a cabeça, retornando à sua forma meio deslocada antes de pegar uma toalha para enrolar na cintura. Ele saiu do banheiro e, por um momento, ficou ali parado no corredor, os olhos passando entre a cama desfeita na sala de estar e a porta aberta do quarto de Katsuki. Ele não tinha muita certeza de para onde deveria ir.

Mas o som da voz de Katsuki chamando-o foi o suficiente para que ele se decidisse.

Ele cruzou a curta distância até o quarto de Katsuki, onde o encontrou sentado na cama, o travesseiro apoiado na cabeceira enquanto ele descansava sobre as cobertas, vestindo apenas sua cueca boxer. A testa de Katsuki estava franzida enquanto ele digitava em seu touchpad, e quando ele olhou para a direita, ele encontrou Triplet enrolado no que provavelmente deveria ser o travesseiro de Izuku. 

Ele fechou a porta suavemente atrás de si, olhou para sua toalha e então ao redor do quarto. Ocorreu-lhe então que não tinha nada à mão para vestir. Sua bolsa ainda estava no armário da sala de estar de sua estadia anterior, mas, exceto por alguns itens perdidos, a maioria de suas roupas não estava limpa.

Izuku limpou a garganta. “Hum…”

Katsuki levantou a cabeça, uma sobrancelha arqueada. Ele deu uma olhada na toalha em volta da cintura de Izuku e então apontou para a cômoda do outro lado do quarto. “Você pode usar minhas roupas por enquanto.” Ele disse a ele. “Nós vamos te dar mais em breve.” 

Izuku assentiu e foi até a cômoda de Katsuki. 

Ele abriu a primeira gaveta e franziu a testa ao se deparar com uma das mais bizarras combinações de itens que já tinha visto. 

Lírio de fogo •BakuDeku•Onde histórias criam vida. Descubra agora