O palácio estava agitado.
Pessoas correndo para arrumar os preparativos para a grande festa onde os nobres iriam finalmente conhecer a Conjuradora do Sol e presenciar suas habilidades.
Muitos estavam céticos em relação a Sankta - como costumavam me chamar -
Eu os entendia, muitas vezes também duvidava de mi mesma.
Era mesmo real?
Não conseguia me livrar da sensação de que tudo não passava de um sonho, e que quando menos esperasse iria acordar na minha antiga barraca no acampamento do Segundo Exército, com os demais cartógrafos.
Como a festa seria apenas ao anoitecer, eu aproveitava o meu pouco tempo livre.
Ria com Nádia em meu quarto de uma história que Marie contava.
— Entrei em pânico — disse a Infernal, ainda com um sentimento de culpa — nunca quiseram ficar comigo.
— E por isso colocou fogo nele? — perguntei enquanto recuperava aos poucos o fôlego.
— Mas foi um acidente.
— Os Aeros precisaram jogar ele no lago — relatou Nádia.
— Então ele foi incendiado e quase afogado? — estava me divertindo com a história — você causou uma boa primeira impressão.
Vimos o rubor nas bochechas de Marie.
Mas as risadas cessaram com a entrada de Genya no quarto, junto de uma serva do Palácio.
— Oi, Genya — comprimentou Nádia e Marie gentilmente.
— Não tem preparativos para checar? Não vamos querer o General falando no nosso ouvido se alguma coisa der errado hoje.
Sem graça, as duas se despediram e saíram do quarto.
— Graças aos Santos eu cheguei na hora — disse Genya ao olhar o penteado que as Etherealki haviam feito em mim.
— Até que elas me deixaram bonita — apontei ao me olhar no espelho.
— Você perdeu toda a noção... — com um simples gesto da Artesã, meus cabelos se soltaram, caindo graciosamente pelos meus ombros.
— Sobre aquilo que me pediu, não há notícias do Maly — lamentou Genya
— Não precisa mais me atualizar, tem outras coisas com o que se preocupar.
— Você nem faz ideia... — respondeu Genya enquanto mexiam dos frascos de sua grande maleta de ferramentas de trabalho. — A Rainha Tatiana, Vossa Alteza mandona esquece completamente que eu preciso dormir. Acordou de madrugada e exigiu que retocasse seu rosto antes do resto da equipe chegar.
Enquanto falava, Genya pegou uma pétala de flor de sua maleta e com seu dedão deslizou pelos meus lábios, os deixando da cor da pétalar.
— Se você quiser, eu posso cega-lá na demonstração de hoje, sem querer é claro — brinquei
Genya tirou um besouro azul morto de suas coisas, fez uma careta e disse:
— Para que isso? — Genya me ignorou e analisou meu rosto com atenção, passando logo em seguida o dedo sobre minhas pálpebras, as tingindo de azul.
— Eu não me importo, na verdade — disse Genya, voltando ao assunto da Rainha — Isso costuma deixar o olhar do Rei voltado para ela, pelo menos até o anoitecer...
Eu entendi o que Genya quis dizer e sem dizer nenhuma palavra, lhe lancei um olhar que dizia: sinto muito.
Genya analisou melhor e optou por tirar o pigmento azul e pegou um grande anel preto com detalhes prata o colocou no meu dedo médio.
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𝐭𝐡𝐞 𝐬𝐮𝐧, 𝐦𝐨𝐨𝐧 𝐚𝐧𝐝 𝐞𝐜𝐥𝐢𝐩𝐬𝐞
Fanfiction- Eu menti sobre minha identidade, Alina - confessou - porque não queria que sentisse medo de mim, não queria que me olhasse como os outros me olhavam, como tá me olhando agora... Os olhos de Alina carregavam uma mistura de raiva, medo e decepção e...