capítulo 2: homem insuportável.

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Eu nunca tinha dormido tanto em minha vida inteira

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Eu nunca tinha dormido tanto em minha vida inteira.
Houve momentos em que tinha dormido tarde e acordado tarde, mas nunca como hoje.
Era exatamente meio dia e eu tinha muitas coisas para fazer por causa da mudança.

Eu realmente queria poder ficar mais 1 hora na cama enrolando no celular, mas minha situação estava pedindo socorro naquele momento e, por mais que não quisesse admitir, minha avó já era bem velha e precisava de ajuda com algumas coisas na casa.

Eu simplesmente odiava com todas as minhas forças tarefas domésticas, mas somente pelo simples fato de minha avó me deixar morar com ela sem pagar um centavo, precisaria ter um pouco mais de consciência e empatia nesse quesito.

Ao me levantar, eu resolvo abrir as janelas de meu quarto para entrar um pouco de Sol e ar fresco.

Fazia um pouco mais de 8 anos desde a última vez que eu fiquei nesse quarto. Claro que minha avó teria aberto a janela de vez em quando para não ficar cheio de poeira, mas mesmo assim não era a mesma coisa do que ter alguém lá todo dia.

No momento em que abri minhas cortinas, eu me deparei com um garoto do outro lado.

A janela de seu quarto dava exatamente para a minha e, aparentemente, o garoto tinha acabado de tomar banho.
Quer dizer, ele estava sem camisa, com uma toalha na cintura e cabelo molhado, dava para se notar.

Eu não era do tipo pervertida nem nada, mas não podia negar que aquela visão era maravilhosa e que o garoto era extremamente bonito.

Ele parecia ser só um pouco mais velho que eu, no máximo uns 3 anos, mas não que eu estivesse pensando nisso com um propósito, é claro.

Mesmo com seus cabelos molhados, dava para se notar que o garoto tinha um cabelo bem loiro.

Os olhos azuis também foram uma das primeiras coisas que eu notei, além das tatuagens que ele tinha no abdômen e nos braços.

Uma delas pegava seu braço direito inteiro com uma cobra desenhada.
Também tinha uma caveira em seu peito esquerdo e no direito um nome do qual eu não conseguia ler.

Interrompendo os meus pensamentos, o garoto me olha pela janela e abre um sorriso pervertido.

- Merda! Merda! - xingo baixo em português e tento me esconder após ver que o garoto me viu o encarando.

Isso não podia estar acontecendo.

Com a mão na toalha, ele anda até a janela rindo e fecha a cortina rapidamente.

Nesse momento, tudo que eu queria era me enfiar num buraco e nunca mais sair.

Era meu primeiro dia morando lá e já tinha passado uma vergonha dessas.

Além do mais, eu veria meu suposto vizinho no mínimo uma vez por dia, isso sendo bem otimista.

Eu fui poucas vezes para a casa de minha avó, mas nunca tinha reparado nesse garoto.
E, vamos ser sinceros, eu teria reparado.

Alguns segundos depois, a campainha toca.

Só. Podia. Ser. Piada.

Eu desco as escadas rapidamente para atender a campainha. Ao abrir a porta, me deparo com o suposto vizinho.

- Pois não? - eu pergunto dando um sorrisinho.

- Desculpe te interromper, mas acredito que alguém nessa casa esteve me espionando pelado pela janela essa manhã - ele diz cruzando os braços e abrindo um sorriso que claramente mostrava que ele sabia de quem se tratava - gostaria que pedisse para essa pessoa que, da próxima vez, não faça tão descaradamente - ele me dá uma piscadela.

Ele sabia o que estava fazendo.

- Você não estava pelado - eu digo tentando melhorar a situação, mas acabo percebendo o que havia dito - quero dizer, não completamente.

- Que ótimo que notou, porque, pelo jeito que me olhou, parecia que eu estava totalmente nu - ele aproxima seu rosto no meu ouvido - bem na sua frente - ele susurra em meu ouvido lentamente e abre outro sorriso em seguida.

Não era só ele que sabia o que estava fazendo, como eu também. A partir disso, faria bem pior.

- Graças a Deus que não estava, né? - eu digo com um sorriso irônico.

- Não precisa fingir que não gostou, querida. Aliás, qual o seu nome?

- Layla Alencar - digo seca - E o seu? - eu pergunto na intenção de parecer educada e como se realmente ligasse para qualquer que seja o nome dele.

- Prazer, Zyan Fischer - ele estende seu braço com a intenção de um aperto de mão - estranho jeito de nos conhecermos, não? - ele sorri

Eu estendo minha mão para cumprimentá-lo com desprezo.

- Com certeza, Zyan - digo - aliás, pode deixar que da próxima vez serei menos descarada - eu digo com um tom irônico.

- Não que você precisasse, não é mesmo? - ele responde se afastando de mim e de minha casa - enfim, seja bem vinda, Layla Alencar. Espero te ver por aí.

Ótimo, porque eu não, pensei comigo mesma

Eu o agradeço com um sorriso e logo fecho a porta da casa.

Eu tinha odiado que ele teria ido até minha casa para me provocar, mas, pensando pelo lado bom, pelo menos ele estava vestido.

Aquele homem era insuportavelmente sem vergonha na cara, e isso me fazia o odiar.

Tudo bem que eu também provavelmente fui sem vergonha na cara por ficar encarando Zyan sem camisa e de toalha.
Mas pelo menos eu sabia disso, né?

E outra, como eu nunca tinha o visto? Desde que eu me entendo por gente aquela janela dava a um quarto vazio, pelo menos era isso o que parecia.

A

lém disso, como ele sabia que eu era nova aqui?

Eu então percebo que meu vizinho estava dominando meus pensamentos, e eu não deixaria isso acontecer de jeito nenhum.

Eu teria que arrumar todas as minhas coisas neste momento para ver se ele e toda essa situação que acabou de acontecer deixasse de vir a tona na minha cabeça.

Spoiler meus queridos amigos, isso não aconteceu.

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