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Ghostface

Abri meus olhos e senti conforto enquanto estava deitada, estava na minha cama e no meu quarto

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Abri meus olhos e senti conforto enquanto estava deitada, estava na minha cama e no meu quarto. Rezei e rezei para que tivesse sido apenas um pesadelo e me virei para pegar meu travesseiro.

Do outro lado da cama Jorlina estava deitada com seus olhos em mim. Assim que me viu a olhando, a mesma passou os dedos sobre meu cabelo os tirando da frente de meu rosto, passou os dedos sobre ele me olhando encantada, como se em sua frente estivesse rolando algum tipo de magia de filmes de criança.

— Você fica tão linda acordando. Me lembro que quando criança você sempre quando acordava vinha diretamente pros meus braços.

Não, não, não, não, não.

Se ela está aqui, isso quer dizer que ele também está aqui. Lágrimas começaram a descer dos meus olhos de novo. Por favor, Deus, não.

— Não chora, filha. Eu estou aqui. — Jorlina falava se aproximando.

Me levantei da cama e entrei no banheiro. Me sentei no vaso na mesma posição que estava sentada no corredor e coloquei minhas mãos sobre meus cabelos tentando assimilar tudo.

Eu sentia vontade de gritar e eu precisava. Para conseguir superar isso ou pelo menos fingir eu precisava gritar.

— Sarah, Está chovendo, saia do banheiro ou pode levar um choque aí dentro. — As palavras dela me fizeram revirar os olhos de raiva e tristeza.

Seja forte, seja forte, seja forte.

Você precisa ser forte.

É uma mulher crescida agora, pode se defender, não precisa de ninguém, não precisa ter medo, ninguém vai te machucar.

A verdade é que eu não sei se continuo com medo ou se apenas entro em pânico porque penso na pequena criança que eu era, e o quanto ela sofreu com tanta pouca idade.

Acho que sinto pena dela, lembro o que ela sentiu e isso me faz mal.

Depois de alguns minutos abri a porta do banheiro e vi que não tinha ninguém ali. A chuva estava forte.

O vento estava impossível, os pingos de chuvas eram levados por ele. Árvores estavam quase sendo arrancadas e a rua estava toda alagada.

É uma chuva de mais ou menos oito horas.

Fiquei parada observando a chuva da janela e vi um casal de pai e filha brincando no meio da chuva.

Essa chuva tá impossível de forte. Como assim?

Minhas amigas dizem que pais são apocalípticos mesmo. Lexi disse que seu pai fez ela cavalgar em um cavalo com apenas vinte e quatro dias de vida junto com ele.

Me sentei na cadeira de frente para minha penteadeira e vi o quanto eu estava horrível. Meus olhos estavam inchados com vermelho ou um pouco de roxo, estavam caídos. Eu não parecia eu.

Não sentia sono mas já são oito horas da noite.

Coloquei algo na tv e passava "Skins". É uma ótima série mas no momento não irá me ajudar muito.

Ou talvez ajude, é tanta desgraça que faz minha vida parecer perfeita em comparação a deles.

O capítulo acabou de acabar e agora estava passando um programa de "comédia" sem nenhum pingo de graça.

Me levantei e procurei algo pelo o closet e nas gavetas do meu quarto, mas não achei nada.

O jeito seria descer as escadas para procurar lá embaixo. O que eu não faço por vocês, meus amores que me tiram da realidade?

Desci as escadas devagar tentando fazer o menor barulho possível e fui até o porão.

Quem guarda remédios no porão? Milena.

Desci até lá e só achei remédios para cachorro, anticoncepcional e remédio para aborto de criança.

Minha mão foi puxada e alguma coisa foi colocada em minha mão, levantei meus olhos sobre sua mão e encontrei seus olhos.

— Procurando isso? — Ele perguntou e eu olhei para o que ele tinha me entregado. — Sua mãe falou que você passou o dia inteiro dormindo e não conseguiria dormir agora a noite. Escutei passos aqui embaixo e todo mundo tá lá em cima então...

Fechei o remédio na mão e andei devagar tentando sair do porão.

— Você cresceu, Sarah. Deu uma esticada, tá mais... mulher.  Imagino que tenha centenas de caras e meninas atrás de você, não tem?

— Tá linda como sempre foi, e sempre será. — Ele se aproximou tocando em meu rosto. — Uma vez minha princesa, para sempre a princesinha do papai. — Engoli em seco.

Me afastei para atrás e acabei tropeçando em alguma coisa o que me fez quase cair e o homem a minha frente me segurar fortemente.

— Não encosta em mim! — Empurrei ele rapidamente e saí correndo subindo as escadas do porão.

— Sarah.

— Não! — Corri até a porta de entrada e a abri saindo de casa.

— Sarah, Está chovendo ainda! — Milena gritou.

— Sarah, não pode sair, a chuva está muito forte, filha. Volte agora! — Georgina falou saindo de casa e vindo atrás de mim.

Aumentei a velocidade dos meus pés e corri mais rápido, até uma esquina consegui despista-lá. Pensei que tivesse feito ela desistir por ter voltado, mas seu homem que me perseguia agora.

— Sarah!

Virei uma rua quatro vezes e corri mais rápido ainda, me sentindo completamente desesperada com ele correndo atrás de mim.

Ele estava quase me alcançando, eu precisava correr mais rápido. A minha frente tinha uma pista cheia de carros no meio da chuva que estava engrossando de novo.

— Por favor, Deus, não me deixa morrer. — Fechei meus olhos tomando coragem e atravessei a rua.

Escutei sua voz gritando meu nome enquanto eu estava no meio da pista, rezando com o cu na mão.

— Sarah! — Escutei uma voz masculina diferente me chamar mas não dei importância.

Corri para dentro do mato. Me sentia o Edward de Crepúsculo correndo nesse negócio aqui.

Para melhorar o meu dia, no meio do escuro eu não vi uma pedra no caminho e muito menos um pequeno penhasco. Senti me puxarem e o empurrei, mas esse empurro foi mais puxão do que empurro. Os dois caíram naquele penhasco sujo.

— Sarah. — Suas mãos fortes segurava meus braços e seu rosto estava próximo do meu.

— Não! Fica longe de mim. Me deixa em paz! Me solta, por favor. — Eu estava desesperada com ele por cima de mim me segurando.

— Sarah, olha para mim! — Me recusei a abrir os olhos. — Princesa, olha para mim. Tá tudo bem, sou eu. — Abri os olhos lentamente.

Assim que meus olhos encontraram com os de Tom e tive realmente a certeza que era ele o abracei fortemente.

𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐅𝐀𝐂𝐄? | TOM KAULITZ Onde histórias criam vida. Descubra agora