THE KILLER - VERSÃO PT

3

A mãe de Krist não estava em nenhum lugar da casa e aquilo o estava deixando ainda mais ansioso. Aquela mensagem podia se tratar apenas de uma brincadeira, mas diante dos últimos acontecimentos, Krist estava levando tudo muito a sério. E talvez ele devesse mesmo. Ele tentou ligar para ela. Uma, duas, três vezes. O celular tocava e ia direto para a caixa postal. O sangue de Krist gelou.

A única coisa que ele conseguiu pensar era de que precisava de ajuda. Krist pegou o celular e discou para a primeira pessoa que veio em sua mente: Neo. Apesar do desacordo que os dois tinham tido naquela manhã, Neo era a pessoa com quem ele mais podia contar em momentos como aquele. O amigo saberia o que eles deviam fazer.

"Neo, preciso de ajuda!" Krist disse, quase ofegante, assim que o amigo atendeu ao telefone.

"O que foi Kitty? Aconteceu alguma coisa?"

"Eu não consigo encontrar a minha mãe. E recebi uma mensagem de um número anônimo insinuando que eu deveria estar preocupado. E se algo tiver acontecido com ela?"

"Calma... Eu tenho certeza de que sua mãe está bem. Manda uma mensagem para ela e me espera em sua casa. Eu já estou indo para aí."

As lágrimas começaram a descer pelo rosto de Krist, enquanto ela começava a reviver todo o sofrimento do ano anterior. Ele pegou o celular e mandou uma mensagem para o número de sua mãe: Onde você está?

Alguns segundos depois, o número anônimo mandou uma outra mensagem para o menino. Dessa vez, o conteúdo era ainda mais alarmante: Ela não pode receber a sua mensagem no momento. Quando encontrarem ela, já será tarde demais...

Krist se desesperou e saiu correndo pela rua. Aquele era o horário que sua mãe costumava correr no parque, então o assassino devia tê-la capturado por lá. Ele não podia ficar parado enquanto a vida de sua mãe corria perigo. O menino passou correndo por algumas pessoas, que lhe lançavam olhares chocados, enquanto esbarrava em algumas que se recusavam a sair do seu caminho.

O parque não estava tão cheio àquele horário, o que fazia sentido porque não era o melhor horário para alguém se exercitar. Mas era esse o motivo pelo qual sua mãe preferia aquele horário, aproveitar um espaço mais tranquilo para que ela pudesse espairecer. Pensando agora nos perigos de um parque vazio, Krist via como era imprudente aquela preferência.

Ele já estava no meio do parque quando o seu celular vibrou. Havia uma chamada perdida de Neo, que provavelmente tinha chegado finalmente à casa do amigo e não o encontrara lá, mas, acima de tudo, havia uma nova mensagem do número anônimo: Feito! Você sequer teve tempo de se despedir...

O ar começou a faltar nos pulmões de Krist e sua visão foi escurecendo. Ele ouviu o barulho de algum pássaro ao fundo, no exato momento em que perdia os sentidos.

Havia definitivamente algum curvado sobre ele e Krist abriu os olhos assustado, atacando institivamente o vulto. A pessoa se afastou, não era alguém conhecido. Aos poucos, Krist conseguiu identificar quem estava ali: o novo aluno da escola.

"Ei, para..." O garoto misterioso lhe dizia, enquanto Krist continuava atacando-o. "Eu disse para parar", Gawin berrou com a voz grave, segurando os dois braços de Krist.

"O que você fez com a minha mãe?" Krist perguntou, olhando com ódio para o outro.

"Quê?!? Você devia ser grato porque eu tirei você do chão e te trouxe até o banco para ficar mais confortável. Você sabe como é pesado?" Gawin retrucou.

As lembranças foram rapidamente voltando para Krist e, antes mesmo de responder qualquer coisa a Gawin, ele pegou o celular e viu que havia algumas ligações de Neo e uma mensagem do número de sua mãe. Com as mãos trêmulas, Krist tentou desbloquear o celular, mas acabou deixando o aparelho cair no chão. Gawin assistia àquela cena com um vívido interesse. Krist pegou o celular novamente e dessa vez conseguiu desbloqueá-lo. A mensagem era um aviso: Kitty, acabei esquecendo de avisar, precisei viajar com urgência para a casa de sua avó, volto no domingo.