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Krist estava cansado, com sono e preocupado. Ele não queria também preocupar sua mãe e resolveu mentir para a polícia, afirmando que havia falado com sua mãe e que ela estaria de volta no dia seguinte. Como eles tentaram ligar, mas não conseguiram falar com a mulher, resolveram acreditar na informação do garoto e liberá-lo, desde que estivesse na presença de um adulto, no caso a mãe de Neo.

Neo tinha chegado à casa de Krist assim que a polícia deduziu que o assassino, ou a pessoa que se passava por ele, não se encontrava mais no local. Krist ficou aliviado em ver um rosto que ele conhecia. Foi apenas ao ver o rosto de Neo que Krist conseguiu chorar o susto que estava engasgado. Ele abraçou o amigo e só o soltou quando eles chegaram à delegacia. Aquela havia sido uma das experiências mais traumáticas de sua vida, atrás apenas do dia em que ele encontrou o corpo do pai estripada na sala de sua casa.

Krist tentou responder as perguntas que o delegado lhe fazia, mas ele não estava tão presente. Enquanto o delegado contava alguma coisa a Neo, Krist olhou para o lado e viu Gawin parado ali, a mesma expressão inatingível de sempre. Seria coincidência que ele tivesse encontrado Gawin em sua casa no momento do ataque? Ou Gawin tinha se livrado da fantasia e saído pela porta da frente, para encontrá-lo no meio do caminho? Ele não podia negar que aquele seria o álibi perfeito.

"Minha mãe chegou. Vamos, Kitty!", Neo chamou.

Krist olhou para o amigo, tentando entender o que estava acontecendo.

"Minha mãe chegou. Vamos!", Neo repetiu.

Na saída, Gawin finalmente quebrou o seu olhar impenetrável e olhou para Krist. Por alguns segundos, os olhares deles ficaram fixos um no outro. O coração de Krist bateu forte no peito dele, lembrando-se dos dois correndo pela rua, fugindo de um possível assassino. O que seria aquela sensação?

Neo conduziu Krist até a saída da delegacia, enquanto o amigo tentava retirar de sua mente aquele olhar de Gawin.

No dia seguinte, o assunto do momento era a perseguição que havia acontecido na casa de Krist na noite anterior. Dessa vez, diferente do ano anterior, outros incidentes misteriosos continuavam acontecendo, e era notável que nem todo mundo estava mais entrando no clima de zoação, como havia acontecido na semana anterior. Não parecia ser mais apenas um crime isolado.

As suspeitas de muitos alunos cresceram ainda mais na hora do almoço, quando o diretor deu uma declaração pelo autofalante.

"Atenção a todos os estudantes! Após os crimes hediondos que aconteceram com os nossos alunos e os incidentes desta semana, as nossas aulas vão ser suspensas sempre ao meio-dia. As atividades extracurriculares que costumavam terminar ao anoitecer, começarão mais cedo e serão finalizadas até as 16h. O delegado pediu que os estudantes evitassem andar pelas ruas depois do anoitecer, principalmente desacompanhados. Os novos horários estão disponíveis no portal da escola. A nova portaria fica vigente até recebermos um novo posicionamento da polícia."

A declaração do diretor causou uma grande balburdia. Neo, First e Krist estavam juntos na mesma mesa. Logo Mark e os gêmeos se juntaram a eles.

"A situação é mais séria do que eu imaginava", comentou AJ.

Neo tentou esconder o fato de que não gostava dos amigos de Mark, mas não disse nada – talvez após receber uma cotovelada de alerta de Mark. Os dois começaram a conversar sobre alguma coisa trivial, mas Krist estava mais interessado em saber a opinião das outras pessoas sobre o assunto.

"Eu acho que isso é apenas algum idiota patético tentando perpetuar essa história de assassinato", JJ discordou do irmão.

"Não parecia que a pessoa que me atacou ontem queria apenas me assustar. Ele estava com uma faca na mão e se eu não tivesse sorte, provavelmente estaria morto agora", Krist cortou JJ. Se havia alguma dúvida nele de que as mensagens e os ataques eram reais, ela tinha se dissipado depois do incidente do dia anterior.

THE KILLER - VERSÃO PTOnde histórias criam vida. Descubra agora