double mission; {jay - enhypen}

Capítulo 15

06:20 a.m.

– Zuri. Zuri querida.

Jay sacode levemente a mulher na intenção de acordá-la. Ele estava sobre pressão dos olhos de águia de uma senhora que sentou na mesma fileira que eles. Depois que Zuri dormiu a senhora fez milhares de perguntas para Jay sobre o relacionamento dos dois.

– Vocês são casados ou namorados? Há quanto tempo são casados? Estão em lua de mel? Vocês têm filhos? Como se conheceram?

Jay respondia apenas o básico em um tom gentil e amigável, afinal de contas era apenas uma senhorinha.

– Acabamos de pousar. – ele diz quando Zuri abre os olhos ainda atordoada do sono.

– Você está bem? – rapidamente ela se endireita em seu assento e põe a mão em sua testa – Não está mais suando frio, isso é bom. Também não está tremendo.

– Eu... err... estou bem. Obrigado por se preocupar, querida. – Zuri ergue uma das sobrancelhas e Jay disfarçadamente olha para a senhora ao seu lado, que os observava esse tempo todo.

– Não precisa agradecer meu bem. – ela ajeita um fio de cabelo que estava no rosto de Jay.

– Vocês são um casal adorável e combinam tanto. Desejo muitas felicidades. E muitos filhos. – ela dá uma piscadinha antes de ir embora.

– Prefiro a morte do que ter filhos com o rosto desse. – Zuri sussurra e Jay dá um cutucão em sua costela – Ai!

– Nosso número principal de teatro começa aqui, fique esperta. – ele sussurra de volta após puxar Zuri para perto dele.

– Sim, senhor. – ela sorri com um brilho faceiro nos olhos.

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07:10 a.m.

Os agentes combinaram de deixar as malas dentro do carro – carro que a propósito é do mesmo dono do apartamento onde eles morarão – e irem tomar café. Zuri também disse que apresentaria Helsinque para Jay.

– Bom dia, sejam bem vindos. Aqui está nosso cardápio. Procuram alguma coisa específica ou posso recomendar algo para vocês? – um garçom os recebe assim que sentam na mesa da cafeteria. Zuri traduz o que ele disse para que Jay possa entender.

– Eu quero um café preto sem açúcar, um sanduíche de salmão e um desse aqui. – ele aponta no cardápio.

– Ah, Karjalanpiirakka. Minhas favoritas. Ou tortinhas de Carélia.

– Nós vamos querer dois cafés, um preto e um com leite, um sanduíche da salmão, um Pulla de geleia de frutas vermelhas e dois Karjalanpiirakka. Por favor. – Zuri pede em finlândes.

– Já trago o pedido de vocês. – ele sai e deixa os dois sozinhos. O clima não estava exatamente estranho. Eles apenas não sabiam o que falar ou fazer.

– Eu vou ao banheiro. Já volto.

Zuri avisa e Jay concorda voltando a olhar para seu celular. Desde criança ele sempre gostou de tirar fotos de tudo. Sua irmã mais nova, Joline, herdou isso dele. Eles vivem se enviando fotos de coisas aleatórias – é assim que se comunicam. Sempre que Jay viaja a trabalho ele tira exatamente três fotos para enviar para Joline, assim ela pode saber que ele não está em casa já que ambos moram separados. Ele também não diz o lugar onde está. Faz isso para proteger sua irmã mais nova.

Um celular tocando tira o foco de Jay do céu azul de Helsinque que o mesmo tentava capturar. Ele vê que é o celular de Zuri. No visor o nome "My little man <3" é mostrado. Ele deduz que possa ser alguém importante então decide atender o celular.

Ligação on

– Alô?

– Aurora, voc- Quem é você?

– Você não precisa saber disso.

– Por que está com o celular de Aurora? – era estranho ouvir alguém a chamando assim.

– Ela foi ao banheiro e o deixou em cima da mesa.

– Que mesa? Onde vocês estão? Aliás, quem diabos é você?

– Não sei se posso te falar isso...

– Você sabe com quem está falando? – o homem do outro lado da linha soa ameaçador.

– Não faço ideia. Mas pelo modo como seu nome está salvo no celular de Zuri deve ser alguém especial. – Jay dá de ombros mesmo o homem não podendo ver.

– Pelo jeito como você a chama deve ser um colega ou só mais um ficante. Ninguém muito especial. – ele ri debochado.

– Esse celular é o meu? – Zuri pergunta ao se aproximar e tenta tomar o celular das mãos de Jay – Me devolve!

– Só se você pedir com gentileza. – ele sorri travesso. Zuri continua tentando pegar o celular das mãos de Jay até que o mesmo o põe entre as pernas – Tente pegar.

Ele a provoca. Zuri dá uma risadinha de lado e se aproxima mais ainda de Jay, apoiando suas mãos na coxa do homem. Os rostos deles estavam a menos de 20cm de distância. E Zuri se encurtava cada vez mais a distância.

– Com licença, desculpem atrapalhar. O pedido de vocês chegou. – o garçom anuncia, extremamente envergonhado por ter que atrapalhar o casal. Zuri se afasta e vira sorrindo para o garçom.

– Obrigada. – ela senta em seu lugar após o moço ir embora.

– Seu showzinho não adian- – Jay para no meio da frase ao procurar o celular e não achá-lo. Ele olha para Zuri e ela balança o celular sorrindo – Boa.

– Alô?... Nadie... No te importa... Já cuidou da sua vida hoje?... ¿Que pasó?... Não acredito que você me ligou só para perguntar isso... Idiootti. Eu não sei. Preguntale a mama... De novo? Já falei que não te interessa. Adiós. – ela desliga o celular revirando os olhos – Ai que saudade que eu estava dos meus Pullas. – Zuri faz barulhos animada enquanto come.

– E então... quem era no telefone? Seu namorado? – Jay pergunta. Ele estava pronto para zoar com Zuri.

– Meu namorado é você. Marido, aliás. – ela fala casualmente enquanto bota um açúcar em seu café.

Jay fica sem reação. Ele realmente não esperava que ela dissesse algo assim. Como ele viu que Zuri não ia falar nada, ele dá de ombros e começa a comer. E como sempre, em menos de 15 minutos ele termina sua refeição. Jay acostumou a comer rápido por conta de suas missões, ele não tem muito tempo para comer quando está atuando em uma.

– Aonde você vai? – Zuri pergunta quando o vê levantar.

– Ao banheiro. O que você está fazendo? – Jay questiona quando Zuri praticamente enfia o que sobrou de seu Pulla na boca e tenta empurrar mais rápido com um gole de café. Ela o olha séria – Ah. Pode comer em paz. Eu espero você.

Ele sai e Zuri suspira aliviada, engolindo o Pulla com dificuldade. Eles dois estavam estranhamente amigáveis hoje. "Antes de uma tempestade, vem a calmaria. Deve ser isso", Zuri pensa consigo mesma dando a primeira mordida em seu Karjalanpiirakka.