Hard to Forget

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O barulho de batidas na porta parecia estar tão longe e tão perto ao mesmo tempo, eu me recusava a acordar, mas as batidas não paravam, conseguia escutar chamando meu nome e então abri os olhos devagar, mesmo estando pouco iluminado, a claridade que estava presente no quarto fez minha cabeça doer levemente e quando eu fui levantar, senti um peso sobre o meu corpo e quando virei pro lado, quase soltei um grito e finalmente despertei de vez, a figura masculina dormindo ao meu lado com os cabelos levemente bagunçados não deveria estar ali, nem em sonho, as batidas na porta continuavam, levantei com cuidado para não acordar ele e peguei meu roupão na poltrona ao lado da cama, coloquei e corri para abrir a porta:

-Aleluia, pensei que tivesse morrido – O Charles empurrou a porta assim que eu abri e coloquei só a cabeça pra fora

-Não! - Impedi ele de entrar

-Ué, por quê?

-O que você quer Charles?

-Ver se você estava viva, já são 13:30, o pessoal já foi embora, seus pais já estão aqui, mas

-Onde eu... - A voz masculina ecoou baixo pelo quarto e eu gelei

-Quem tá aí?

-É a TV, dormi com ela ligada ontem, eu vou tomar um banho rápido e já desço

-Ok, vou chamar o Carlos, porque ele deve estar dormindo, o carro dele ainda está aqui, embora ele não foi

-Deixa ele dormir Charles, ele bebeu bastante ontem, afogou as mágoas

-Você deve 500 euros, eu disse que ele ia fazer isso

-Eu não apostei nada

-Só vou bater na porta do quarto pra ver se ele já acordou

-Ele vai embora hoje?

-Não sei, eu vou ficar mais uns dias, curtir as férias haha

-Hm, vou me arrumar, já desço

-Ok – Ele sorriu e saiu andando em direção ao quarto do Carlos e eu fechei a porta

-Como eu vim parar aqui? - O espanhol falou assim que eu fechei a porta

-Até parece que você não lembra – Olhei pra ele, que ainda estava sentado na minha cama com o edredom verde oliva cobrindo suas pernas, deixando o tronco completamente a mostra

-Eu tenho flashes de memória, mas acho que eu bebi demais

-É, o Charles disse que você faria isso, levanta, o Charles foi bater na porta do quarto que você deveria estar dormindo

-Droga – Ele levantou rápido e ver ele sem roupa me causou arrepios que eu nem sabia que eram possíveis de sentir – Ele não pode me ver saindo saqui – Ele pegou a cueca no chão e colocou com a mesma velocidade que ele tinha levantado

-Não pode mesmo

-Coraline, não me entenda mal ok, mas isso não deveria ter acontecido

-Eu tenha plena consciência disso Carlos

-Eu não sei o que aconteceu, eu bebi demais, sentindo muito o término do meu relacionamento

-Então eu servi de tapa buraco?

-¡No! Por dios, no!

-Não sei né, você traiu a sua namorada, poderia muito bem ter me usado pra esquecer dela

-Eu não traí ninguém

-Não é isso que dizem sobre a sua ida a uma festa no Brasil

-Eu fui a festa, mas não fiquei com ninguém

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