capítulo 2

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Assim que o avião pousou foi como se finalmente minha ficha caísse, eu realmente estava na Coreia novamente, eu não queria ir para o resort ou conhecer minha noiva, eu queria sair o mais rápido dali e ir ver Rosalie, mesmo que eu não soubesse onde ela poderia estar, queria ver meus amigos e ir novamente a todos os lugares que me marcaram tanto.

Mesmo que a Coreia do Sul fosse meu lugar de origem e eu tivesse tantas memórias aqui, graças a mulher que me criou, ainda era difícil não lembrar das coisas ruins que aqui aconteceram.

Lembrar de cada momento com meus pais, de como era bom para eles me verem destruído, eu ainda lembro do sorriso satisfeito que minha mãe possuía quando meu pai acabou passando dos limites quando eu tinha apenas 5 anos.

Afastei as memórias tão conturbadas, mesmo que ainda me machucassem, aquelas eram lembranças que deviam permanecer no passado, não valia a pena me torturar por coisas que já haviam acontecido.

- Vai ficar tudo bem - era isso que eu dizia a mim mesmo a todo momento, como se precisasse daquilo para me dar alguma confiança.

Sai do avião com meus pais, um carro nos esperava na entrada do aeroporto, os seguranças não saiam do nosso lado, haviam muitas pessoas com câmeras e gravadores a nossa volta, os flashes não incomodavam meus olhos, havia sido treinado pra isso.

Aos 4 anos de idade Go-naha dizia que eu precisava me acostumar com as câmeras ou a falar em público, então por meses ela me colocava em uma sala com 5 fotógrafos, eles me faziam perguntas e tiravam 6 fotos por segundo, eu gritava e chorava nas primeiras vezes, aquilo era uma tortura, toda aquela luz me cegava, mesmo que aquilo tivesse afetado minha visão, minha " mãe "  me forçava a continuar, até que não fosse mais um incomodo.

Passei por toda aquela multidão, as pessoas gritavam nossos nomes, pediam autógrafos e emploravam por um minuto de nossa atenção. Entrei no carro podendo soltar um suspiro de alívio, era sufocante ter tantas pessoas a minha volta me tocando mesmo que por poucos segundos.

Meu pai antes de entrar no carro, havia falado com alguns entrevistadores, eu podia ouvir as perguntas que eles faziam e todas as respostas do meu pai, todas eram tão vagas que pouco se tirava de informação, era disso que meu pai gostava, deixar o gosto da dúvida, do querer saber mais.

Meu genitor entrou no carro nos fazendo poder seguir viagem, eram poucos minutos de distância do aeroporto até o resort, então eu não precisaria aguentar muito tempo daquele silêncio incomodo.

-.-.-.-.-.-24 minutos depois

Assim como o aeroporto o resort também estava cercado por muitas pessoas, mas dessa vez não precisavamos passar por elas andando, o carro passou entre todas as pessoas e finalmente podíamos descer.

Não podíamos simplesmente entrar no resort de qualquer jeito, tínhamos a formação jeon, minha mãe e meu pai sempre estão alguns passos na frente, meu irmão e eu costumávamos ficar atrás, hoje eu estava sozinho então seria apenas eu.

Sim, eu tenho um irmão, Jeon Jooheon é meu irmão mais velho e o queridinho dos meus pais, diferente de mim meu irmão havia sido planejado e amado de todas as formas possíveis, nossos pais jamais o obrigariam a fazer qualquer coisa que ele não quisesse. Mesmo sendo o mais velho, ele tinha poucas responsabilidades, papai não queria sobrecarregar seu bem mais precioso.

Nunca tive problemas com meu irmão, até os meus 4 anos eu sentia muita inveja de toda aquela atenção que ele recebia, mas após algum tempo eu percebi que não precisava da atenção de pessoas tão baixas e mesquinhas. Meu irmão e eu conversávamos escondidos dos nossos pais, eles jamais poderiam saber da nossa relação.

Assim que já estávamos dentro do lugar tão luxuoso, alguns funcionários apareceram para pegar nossas bagagens, não precisavamos esperar por toda a burocracia do lugar, tudo já estava resolvido, então precisávamos somente seguir para os nossos quartos.

Os funcionários já estavam com a chave, aqueles que nos seguiam eram designados apenas para suprir qualquer que fosse nossa necessidade. Entramos no elevador, mas uma vez eu me sentia incomodado por estar em um ambiente fechado com aquela gente.

Graças a Deus a pequena tortura havia durado poucos segundos, minha família ficaria no último andar, era o mais caro e com melhor vista para tudo aquilo, meu quarto ficaria mais afastado dos meus pais, mas não longe o suficiente pra ficar longe das suas rédeas.

Antes que eu pudesse entrar no quarto meu genitor me chamou, claro que eu não gostaria de qualquer informação que ele me dissesse.

- sua noiva vai ficar no mesmo quarto que você, foi uma exigência dela - ela devia ser importante só assim para convencer meu pai a fazer qualquer coisa, ele jamais acataria a uma exigência - aceitei por que é mais fácil para vocês se aproximarem e se conhecerem, quanto mais rápido fizerem isso, menos erros vocês cometem.

Sem poder responder qualquer coisa sai dali entrando em meu quarto, se não fosse pelo momento e por toda essa situação, eu poderia me sentir bem para usufruir de tudo aquilo. O quarto é bonito e muito bem decorado, ele tem um closet e um banheiro muito amplo, tudo possui tons claros, mas, não a ponto de doerem os olhos.

Minha noiva não havia chegado ainda, eu esperava que ela demorasse, me joguei na cama tentando alinhar meus pensamentos, eu queria poder dormir e acordar apenas daqui alguns meses ou simplesmente não acordar, seria tudo tão mais fácil se eu tivesse nascido em qualquer outra família.

Suspirei, peguei meu celular e vi novamente tantas mensagens dos meus amigos, mas havia apenas um que eu queria e precisava nesse momento, ele era a pessoas mais incrível que eu poderia ter conhecido, seu sorriso doce e o jeito que ele me tranquiliza faz com que ele seja a melhor pessoa pra mim.

Namjoon, é alguns anos mais velho que eu, conheci ele pouco antes de ir embora da Coreia, ele se tornou meu melhor amigo em pouco tempo e me faz muito bem, é pra ele que eu ligo nos meus momentos de tristeza ou de desespero, uma simplesmente conversa com ele me acalma e me conforta, eu não poderia arranjar um amigo melhor, eu amava demais meu hyung.

Agora que eu estava na Coreia, queria poder vê-lo novamente e matar toda a saudade que eu sentia, entrei no seu contato e apertei para começar a ligação, eu esperava que ele atendesse o mais rápido possível e no terceiro toque ele atendeu.

- Ei coelho, o que aconteceu?- seu tom de voz era preocupado, eu sabia o quanto eu era especial pra ele, por que ele também era para mim - seu hyung tá aqui pra te ouvir.

- Eu não quero me casar...

Eu contei a ele todas as minhas frustrações, todos os meus medos e inseguranças, todas as sensações que aquele casamento me trazia, eu soltei as lágrimas que eu nem sabia que prendia a tanto tempo, eu me sentia bem ouvindo sua voz. Foi com apenas minutos de conversa que ele conseguiu me acalmar, esses era o poder dele sobre mim.

- Hyung..., Eu te amo, obrigado por sempre estar comigo.

- Eu também te amo meu coelhinho, sempre vou estar aqui, se cuida por favor.

E foi assim que aquela chamada se encerrou, eu me sentia minimamente melhor, tudo ficaria bem, mesmo com todos os problemas e confusões.

❤️❤️❤️❤️Nota da autora❤️❤️❤️❤️

Oiê, mais um capítulo prontinho pra vocês, peço desculpas pelos erros que em breve serão concertados, obrigado a todos que estão lendo, bjs e se cuidem❤️

I love you by contractOnde histórias criam vida. Descubra agora