capítulo 40

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JIMIN

Abri os olhos sentindo uma forte dor em minha cabeça, meu corpo todo ardia como se estivesse todo mutilado e dentro de uma banheira com álcool.

Não conseguia me mexer, a dor era insuportável, era difícil não gritar a cada mínimo movimento, até mesmo o vento que batia nas feridas abertas me fazia tremer.

Não sei em que momento meu pai havia encerrado a sua festinha com os amigos, mas eu continuava largado no chão, havia algumas garrafas jogadas no chão e partes das minhas roupas estavam rasgadas.

Me levantei mesmo que quase não tivesse força para isso, respirar me causava dor, provavelmente alguma costela minha havia sido fraturada. Senti minhas pernas fraquejarem, mas precisava sair dali.

Saí do escritório com muita dor a cada passo, agradeci por haver tantas coisas em que eu pudesse me apoiar, se não fosse elas eu estaria no chão novamente.

Os empregados me olhavam com pena, mas logo desviavam o olhar como se não se importassem, alguns realmente não se importavam, era mais fácil fingir não ver o que acontecia, do que se arriscar para ajudar alguém.

Choy não estava em lugar nenhum, o homem ficava alguns dias longe de casa, talvez as feridas o fizessem se sentir culpado ou talvez só não quisesse ouvir meus resmungos de dor.

Consegui chegar até às escadas que levavam para o porão, Lisa estava parada ali me olhando, achei que ela seria como os outros e passaria reto, fingindo não me ver.

Iria descer as escadas, era difícil sentindo tanta dor, estava quase me arrastando para conseguir até que sentir braços me cercando tentando aguentar meu peso para me apoiar.

Não consegui dizer nada naquele momento, o choque havia conseguido me calar, Lisa poderia ser considerada um anjo naquele momento, estava com medo de que algum outro funcionário a visse me ajudando.

A mulher me guiou até que eu estivesse em frente ao banheiro, sabia que ela não poderia me ajudar mais do que isso, mas eu já era grato o suficiente pelo que ela fez.

-Desculpe não poder fazer mais do que isso - ela abaixou a cabeça.

-Lisa, você fez o que ninguém teve coragem de fazer - levantei sua cabeça e mesmo que sentisse como se fogo estivesse em minhas veias eu sorri - obrigado por isso.

Ouvimos passos se aproximando, afastei a mulher pedindo para que ela saísse dali, após agradecer novamente.

Entrei no banheiro, ele não era grande como os outros que havia na casa, havia um chuveiro com água fria, um vaso e um pia, o espelho parafusado na parede era pequeno, mas não queria me olhar naquele momento.

Tirei minhas roupas ou que restavam delas, senti dor ao tirar a camisa, o sangue havia feito ela colar em meu corpo. Ignorei o espelho, indo direto para o chuveiro.

Liguei o registro entrando debaixo da água, a água gelada fazia as feridas doerem, tentei olhar o mínimo possível para meu corpo, não queria me sentir mais sujo do que já me sentia.

O que mais doía em tudo isso, era ouvir os comentários que Aylin sempre havia após alguns dias, ela dizia que eu não podia reclamar de dor.

" Não sei por que você reclama, engole o choro Jimin é só uma surra, tem sorte que eles não abusam de seu corpo "

Aquelas palavras que machucavam muito, talvez elas doessem mais do que as ações doentias de meu pai.

Olhei para o chão vendo a agua ficando vermelha, por conta do sangue que voltou a escorrer das feridas abertas.

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