capítulo 56

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O dia começou agitado. Depois de meses, eu me vi dentro de um avião novamente. A nostalgia de lembrar como foi minha chegada na Coreia me causava tantas emoções.

Hyunwoo fez questão de me acompanhar até o aeroporto, onde um de seus jatinhos estava. Não posso dizer que foi uma despedida emocionante, até porque eu o conhecia há tão pouco tempo e em circunstâncias tão complicadas que não consegui sentir qualquer coisa.

Pedi para que ele cuidasse de Jihoon até que ele estivesse recuperado o suficiente para poder viajar para a Itália. Jamais abandonaria o homem que ajudou a cuidar não só de mim, mas também de Jimin.

Jooheon estava visivelmente ansioso. Suas mãos tremiam demais e eu podia ver como sua boca estava machucada. Me perdi pensando em que momento o homem que eu via debater com todo mundo se tornou o homem à minha frente.

Nunca pensei que um contrato de casamento pudesse trazer tantas coisas à tona. Em alguns meses, descobri coisas sobre minha vida que achei que jamais descobriria.

Minha mãe estava morta. Rosalie havia sido como um anjo na minha vida; cuidou de mim e me deu muito amor, mesmo que de forma discreta. Hoje eu entendo que ela só queria ser próxima do filho que ela nunca pôde assumir.

Meu pai, assim como minha mãe, já não estava mais vivo. Saber de sua morte me causava sentimentos confusos, mas não dá para viver o luto por aqueles que nunca conhecemos.

Nari, no fim das contas, não era ruim... bom, não totalmente. Minhas esperanças são que seu filho possa crescer em um ambiente acolhedor, longe de todos os traumas e mentiras.

Félix, Nam, Tae, Hope, Jin, Yoon, Jihoon, Taeyoon, Jooheon, Kyung e Jimin eram e sempre seriam minha família, minha maior fonte de apoio. Não importa se temos o mesmo sangue ou não; nossos sentimentos eram mais fortes do que tudo.

Jimin era mais forte do que eu jamais fui. Me arrependo amargamente de não ter fugido com ele assim que descobri que o amava. Precisei passar por tantas coisas para descobrir que o amor verdadeiro existia, mesmo que não fosse como nos livros. Ainda assim, era igualmente mágico.

Não me importei em correr até "meus pais" para salvar meu menino. Eu sabia que o plano podia dar errado, sabia que qualquer deslize podia me matar... mas eu faria tudo de novo para garantir a segurança do homem que amo.

– Jungkook, chegamos – Jooheon me olhou com algumas lágrimas nos olhos. Ele estava bem; eram apenas as emoções se misturando, tudo estava confuso em sua mente.

– Ei... eu te amo, obrigado por tudo, irmãozinho – sorri indo até ele, dando um abraço forte. Suas mãos seguravam com força minha blusa, tentando encontrar algum conforto. – Pode chorar se precisar, isso não te torna menos forte, só mostra que tem sentimentos.

Vi ele desabar em minha frente. Não disse nada, apenas deixei que ele me usasse como uma rede de apoio, assim como ele sempre foi para mim.

Depois de algum tempo, peguei seu rosto, enxugando as diversas lágrimas. Fiz um carinho ali, vendo ele tentar sorrir, mas havia uma coisa que o deixaria animado.

– Nossos meninos estão nos esperando em casa.

Casa... sim, por um tempo a Itália seria nossa casa. Aquele era o nosso novo começo, mesmo que fosse impossível esquecer tudo que estava acontecendo na Coreia nesse momento.

A mídia já devia saber de tudo; nossos rostos deviam estar estampados em cada revista, jornal, outdoor e em diversas redes sociais.

Hyunwoo faria de tudo para que não precisássemos passar por um interrogatório da polícia. Nossas contas no banco seriam analisadas, isso era óbvio, mas dinheiro não era um problema.

Não me importava em perder tudo se isso significasse não ter mais nenhum laço com o passado. Abriria mão de carros, joias, mansões e iates se isso me garantisse a paz ao lado dos que amo.

Peguei a mão de Jooheon e caminhei para fora do jatinho. Havia um motorista nos esperando. Entrei no carro; Jojo se sentou e escorou sua cabeça em meu ombro.

O caminho foi tranquilo. Meu coração, mesmo que acelerado, entendia que agora seriam apenas momentos de felicidade.

As ruas da capital eram lindas; havia muitas flores e construções antigas. Prometi para mim mesmo que traria Jimin aqui, queria que ele visse cada cantinho desse país lindo.

Vi quando entramos em uma propriedade bonita. Não era grande, mas tinha um jardim com diversas rosas vermelhas. De relance, vi meu menino.

Assim que o carro parou, abri a porta. Jimin me esperava na soleira da porta, seus cabelos estavam bagunçados e eu podia ver como seus machucados haviam piorado, mas isso iria mudar. Agora eu poderia cuidar dele sabendo que nunca mais isso iria acontecer.

Corri até meu amor, pronto para pegá-lo no colo. Seu corpo pequeno se chocou com o meu; minhas mãos envolveram o menor em um abraço apertado. Eu não queria ter que soltá-lo nunca mais.

– Achei que nunca mais te veria – Jimin disse. Sorri ao ver que meu menino não havia gaguejado em nenhuma das palavras; eu sentia o mais puro orgulho.

– Eu iria até o inferno se isso significasse que você estaria ao meu lado – sussurrei em seu ouvido. – Me desculpa por tudo isso, amor. Devíamos ter fugido antes do casamento.

– Se tivesse feito isso, jamais teria descoberto tudo que sabe – suas mãos foram para meu rosto em um carinho.

Olhei em seus olhos, vendo como eles brilhavam. Aproximei meu rosto do seu; os lábios de Jimin estavam em um rosa intenso. Selei seus lábios, mas aquilo não era suficiente.

Puxei meu menino para mais perto e o beijei com vontade. Sua boca era doce e viciante, queria morar naquele beijo, naquele momento.

Ouvi risadas altas que acabaram chamando minha atenção. Olhei para trás, vendo Jooheon ao lado de Kyungsoo, mas eles não estavam sozinhos.

– Achou mesmo que ia vir pra Itália e ia se livrar da gente? Nunca mais tiro os olhos de você – Namjoon disse com um sorriso nos lábios.

Fui até ele, dando um abraço apertado. Achei que passaria meses sem vê-los, mas agora estavam todos lá, até mesmo o pequeno Taeyoon.

O baixinho não demorou para querer o colo do meu loirinho. Os dois pareciam ter uma conexão intensa e aquilo só me fazia pensar em quando seria nossa vez, quando Jimin e eu teríamos nossos próprios baixinhos correndo pela casa.

Claro que isso não seria por agora. Ainda existem muitos traumas a serem superados antes de colocar um bebezinho em nossa vida, mas temos todo o tempo do mundo para isso.

Ali eu me vi bem, podia ver como aquilo era claramente meu lar, não pela casa... mas sim pelas pessoas que estavam à minha volta.

E de noite, ao me deitar ao lado do meu loiro e abraçar seu corpo, eu pude dormir sabendo que nenhum sonho seria melhor do que o que eu estava vivendo.

Jimin era meu sonho de olhos abertos, era meu desejo, paixão e encanto. Depois de meses, eu posso gritar para o mundo todo o quanto amo meu homem e como meu coração é inteiramente seu.

Então, em meio a risadas altas e lágrimas mal contidas em alguns momentos, eu comecei o novo capítulo da minha vida, um em que não preciso amar alguém por contrato.

❤️❤️❤️Notas da autora ❤️❤️❤️

E assim temos o penúltimo capítulo da Fic...posso admitir que estou chorando ?

Nunca achei que ILYBC chegaria onde chegou, ver tantas pessoas lendo aquece meu coração...vou tentar não enrolar nas minhas palavras até por que eu deixei o melhor pro capítulo final.

Bom, não posso deixar vocês sem alguns mimos, vão ter três bônus, vou soltar um por semana, então saibam que o final..não é o final kkkkkkk.

Não esqueçam de votar e comentar.

Eu amo vocês ❤️

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