capítulo 8

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Paguei a conta do pequeno restaurante e segui com Jimin para fora dali, o menino quase não falava e parecia estar cada vez mais encolhido.

Eu não havia conseguido perguntar sobre o que os pais dele haviam feito, mas eu podia ver que as vezes o menino mancava, antes de continuar o caminho peguei meu celular e mandei mensagem para Namjoon dizendo que me atrasaria um pouco.

Desviei o caminho e fui para o meu quarto que estava vazio no momento, Jimin parecia confuso então tentei explicar para ele.

- Antes de você conhecer Namjoon preciso te perguntar algumas coisas.

Abri a porta do quarto e deixei com que ele entrasse, pedi que ele se sentasse onde fosse mais confortável para ele. O garoto se sentou na beirada do sofá como se tivesse medo de suja-lo.

- O q-que você quer con-conversar? - ele parecia mais nervoso do que antes, já que sua fala estava ainda mais travada.

- Eu queria cuidar dos seus machucados...- ele me olhou assustado - desculpa tocar no assunto desse jeito, porém , posso ver seus machucados pela gola da blusa.

O menino levou a mão rapidamente para o pescoço na intenção de cobrir o que eu estava vendo, entretanto eu já havia  analisado completamente a pele roxa em sua clavícula.

- E-eu t-to be-bem - sua cabeça estava baixa e eu vi uma pequena lágrima escorrer, com um grande aperto no coração eu abaixei ao lado dele e o abracei.

Isso era o que eu queria que acontecesse sempre que eu apanhava dos meus pais, uma demonstração de carinho mesmo que fosse pouca, apenas para me passar conforto.

Queria que Jimin pudesse ver uma figura segura em mim, eu queria ser amigo dele e poder cuidar de todos seus machucados. O menino é extremamente cativante e não merece passar por nada disso, não é justo que uma pessoa tão incrível passe por coisas ruins.

Nunca consegui me salvar das maldades dos meus pais, porém se eu pudesse eu salvaria Jimin dos pais dele.

- Você não esta bem e não precisa esconder sobre isso - ele continuava preso em meus braços - eu sei o que você está sentindo porque meus pais são como os seus, prometo não julgar você ou nada do que você passou.

- Pa-papai n-não vai gostar se des-descobrir.

- Ele não vai descobrir, por favor deixa eu cuidar de você, deixa eu ser seu amigo - agora nos dois mantinhamos o olhar um no outro, queria que ele enxergasse o quão verdadeiro eu estava sendo nesse momento - você deixa ?

Foram alguns minutos de silêncio, eu me sentia inseguro e com medo da resposta do garoto, eu sabia que não podia obrigar ele a aceitar minha ajuda.

Talvez fosse difícil para ele aceitar já que eu não podia fazer muita coisa além de cuidar dos machucados e dar um pouco de atenção. Finalmente recebi a resposta dele, em um tom baixo e falho.

- E-eu de-deixo.

Eu estava surpreso com a resposta, mas meu coração estava feliz e animado com as palavras do homem, olhei para ele com ternura.

Abracei o garoto mais forte ainda, eu sentia que ele precisava de  mais apoio agora que aceitou minha ajuda.

- Preciso saber o quanto ele te machucou - eu disse em um tom inseguro - só assim posso te ajudar e passar alguma pomada nos hematomas.

Dessa vez sua resposta demorou um pouco mais, aquele era um assunto muito delicado e eu não podia julgar o garoto por estar tão inseguro para falar sobre isso.

- M-meu corpo todo está ma-machucado.

Tentei disfarçar o olhar de pena, pois nesse momento isso não ajudaria em nada só faria com que ele se sentisse pior.

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