Senhora Implacável

Capítulo 11

Pov Natalie

Tivemos um dia bem produtivo e resolvemos ir na feira no domingo, conversar com alguns feirantes e tentar parceria. A ideia era tentar criar um modelo de franquia do pastel de feira e de delivery de legumes e verduras. Passamos a tarde inteira desenvolvendo um esboço do que iríamos apresentar aos feirantes. Trabalhar com o que gosta, parece que o tempo voa. Eu e Priscilla trocamos alguns olhares que me deixaram mais nervosa do que o habitual. Depois do.que o Lukas falou, eu fiquei com isso na mente.

Já era quase 19h da noite e estava chegando em casa. Passei o dia todo recebendo mensagens e telefonemas do Ton. Eu ignorei todas. Não estava a fim de conversar. Eu sei que teria que dar um basta nessa relação. Mas ainda estava com raiva. E Natalie Smith com raiva fica cega. Lukas já estava na minha casa me esperando, ele queria ter certeza de que eu não iria desistir de sair com ele.

Tomei um banho rápido e fiz uma maquiagem sensual. Optei por um conjunto de top e saia preta brilhosa. Nos pés um salto fino de mesma cor.

Lukas: Amiga, as gays vão ficar loucas. Se prepare que hoje você sairá de lá com uma mulher com certeza. Ou algum boy.

Natalie: Lu eu já disse que não quero ficar com ninguém. Quero apenas dançar e beber.

Lukas: Vamos viver, sem grades e amarras. Hoje você está solteira, linda e aberta para jogo.

Natalie: Eu ainda estou namorando com o Ton.

Lukas: Não acredito que você vai voltar com ele! – Disse bravo

Natalie: Eu não disse isso, mas eu e ele precisamos conversar ainda.

Lukas:  Amiga, se valoriza. Sério, até para amar tem limite. Esse idiota, não te merece.

Natalie: Lu, são 2 anos. Também não é assim.

Lukas: Poderia ser 20 anos. Mas, uma hora tem que acontecer o despertar. Eu não acredito que estamos tendo essa conversa. – Disse indignado.

Nesse momento alguém bate na porta do meu quarto e entra.

Ton: Podemos conversar?

Meu relacionamento com o Ton, tinha muitas brigas bobas. Já terminamos 2 vezes e voltamos. Ele tem alguns traços machista, mas não é um homem ruim. Temos muitas coisas para conversar, muita coisa ficou mal explicada.

Lukas: Estou indo! - Disse emburrado e saiu do quarto esbarrando em Ton.

Ton: Princesa! Me perdoa por favor, fui um ogro. - Disse me dando um buquê de rosas vermelhas.

Natalie: Precisamos conversar. - Digo pegando o buquê

Pov Priscilla

Depois de um dia produtivo, infelizmente fui para casa e Letícia não estava lá. Agradeci por isso. Passei bons minutos relaxando, quando sinto Letícia entrando na banheira.

Letícia: Que tal eu te oferecer um prazer relaxante? - Disse provocante

Letícia avançou e me beijou. Ficamos trocando carícias na banheira, depois decidimos ir para o quarto. O sexo era bom, mas não estava tão empolgada. Mara tem razão, como sempre, que casamento ruim é esse? Quero alguém que faça meu coração bater forte, como se eu fosse infartar.

Letícia: Está muito quieta. - Disse enquanto acariciava meus seios.

Puxei Letícia para um beijo e minha mente foi até a Nati. Comecei a me lembrar de mais cedo. Daquela boca linda e super beijável. Comecei a imaginar o gosto que aquele beijo teria, será que ela aceitaria um beijo meu? Ela era tão linda, inteligente e gostosa.

Priscilla: Queria tanto ter você para mim Nat... - Disse divagando

Letícia: Quem é Nati? - Disse brava

Droga falei mais alto do que deveria.

Priscilla: Que Nati?

Letícia: Você me chamou com o nome de uma das suas putas? É isso? - Disse levantando-se da cama pelada

Priscilla: Claro que não.

Letícia: Quem é Nati?

Priscilla: Eu não sei, eu não disse Nati.  Eu ia dizer, late cachorra.

Letícia: Você acha que sou idiota? Quero saber agora, quem é essa vagabunda. Porque nosso combinado é sem compromisso e sem sentimento.

Priscilla: Baby, vem aqui.

Letícia:  Quem é ela? - Gritou

Priscilla: Eu já disse que não tem nenhuma Nati.

Letícia: Levanta-se agora dessa cama, você não vai dormir aqui. Vai procura a sua puta. - Disse me empurrando no chão.

Eu errei, mas aquilo me deu um ódio enorme. Olhei para ela com fúria e resolvi sair para não piorar as coisas. Coloquei uma roupa e sai de casa. Dirigir sem rumo, parei num bar e bebi uma garrafa inteira de vinho e quando reparei estava na frente da casa dos meus avós. Eu ia acabar com aquela droga de casamento, não se pode viver assim.

Teresa: O que faz aqui a essa hora? - Disse ao me ver sentada na sala com um copo de whisky.

Priscilla: Letícia.

Teresa: Nem me fala nada. Casamento não é parque de diversão. Ela é uma ótima mulher e de boa família, herdeira de uma construtora conceituada. Se você quiser se sentar na cadeira de CEO da Pugliese Group, trata de ser a mulher responsável. Uma presidente solteira e farreando por aí, não vai agradar os sócios. Então seja o que for, volte para casa e faça aquela mulher parecer feliz ao seu lado.

Teresa era minha avó. Ela era muito rude as vezes. Lembro quando minha mãe dizia que meus avós não eram fácil. Eles eram muito exigentes com ela, por ser filha única. As vezes me lembro de algumas discussões entre eles e meus pais. Em momentos como esse, que precisava de apoio e afeto, tudo que eu tenho são eles me criticando. Eu não consigo entender porque meus pais fizeram isso. Minha mãe sabia o quanto eles eram severos e nos abandonou com eles.  Rodrigo posa de bom moço e diz que está estudando, quando na verdade só vive viajando e pulando de cama em cama. Na minha vida só existe Mara mesmo. E hoje nem com ela posso contar. Não iria encher ela com meus problemas, logo hoje que ela foi visitar os sogros em Brasília.

O que me resta é beber até meu corpo desligar.

Teresa: Largue esse copo aí. E volte para casa.

Priscilla: A senhora não liga nem para o que eu sinto né? Deve ser por isso que minha mãe quis ir para longe de vocês. – Disse magoada e minha vó me deu um tapa no rosto.

Teresa: Nunca mais se atreva a levantar a voz para mim. – Disse apontando o dedo para mim.

Hoje definitivamente não era meu dia. Resolvi sair de lá sem dizer uma só palavra. Entrei no carro novamente, pensei em ir para casa mas, decidir que iria beber mais um pouco, pois ainda estava consciente. Me lembrei que hoje era a inauguração da boate da Ingrid, uma colega dos tempos da faculdade. Resolvi afogar minhas mágoas lá.

Cheguei na boate e estava cheia, era linda e com certeza teria muito sucesso. Fiquei na área VIP, sentada no bar. Hoje eu só queria beber.