Capítulo 6

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RAOUL


O celular toca o alarme do despertador e eu simplesmente desligo e volto a dormir.

Não quero ir ao colégio hoje. As aulas do último ano parecem sempre repetitivas.

O celular toca novamente.

Quando estou prestes a desligar definitivamente, meus olhos encontram a sacola sobre a mesa de cabeceira.

— Droga! Não posso faltar hoje. — Saio da cama resmungando.

Os chocolates na sacola é a prova que minha amiga está nos dias em que matar um se torna possível para ela. Carmine precisa dos seus remédios.

Quando saio do castelo em direção aos carros estacionados, vejo que o carro que nos leva já não está mais aqui.

Não demora para um motorista se oferecer para me levar quando me vê no uniforme.

O trajeto é rápido, nem vou me atrasar.

Entro pelo grande portão e já dou de cara com uma movimentação típica das brigas ridículas que acontece nesse meio.

Meu objetivo é passar direto, mas meus olhos vão como imãs na pessoa cacheada sobre uma loira.

Carmine?

Nem tenho tempo de pensar. Quando vejo um aprendiz de defunto puxar o cabelo dela na covardia, tudo fica vermelho.

É hoje que mato um.

— Você está morto.

Pego o desgraçado pelo braço, torcendo para trás sem dó. O som que ele emite chega a ser engraçado.

Quando Carmine sai de cima da loira, vejo que ela está bem, enquanto a outra está com a boca sangrando.

Essa é a minha garota.

Dane-se o motivo da briga. O importante é que ela estava levando a melhor. Pelo menos até esse bosta se meter.

É possível matar alguém pelo braço? Acho que vou tentar com esse filho da puta.

Ele urra. E eu torço mais.

É nessa hora que chega um professor. Em uma escola cheia de funcionários só agora chega alguém.

Apenas meu olhar já diz a ele que se chegar perto vai perder o braço também. Fico olhando sua cara de inútil, mal escuto o que eles falam. Quando me dou conta Carmine está longe, andando em direção ao prédio.

Solto o cara e vou atrás dela.

— Rapaz, vá para a aula. Resolveremos isso. — A voz do professor me alcança.

Ignoro e vou atrás dela. É quando um grupo de alunas para na minha frente.

Esse povo comeu merda hoje. É a única explicação.

— A sua amiga bateu na Monica sem motivo. — Uma delas diz.

— E eu com isso? Sai da minha frente.

— Ela disse que você nunca namoraria a Monica. — A garota insiste.

— Mas ficou com raiva porque vocês ficaram mais de uma vez. — Outra também se intromete.

— E não namoraria mesmo. Nem ela nem nenhuma de vocês. Agora sai da minha frente, porra!

Passo por elas forçando caminho sem preocupar com quem cai. Eu pedi com educação, duas vezes.

DEGUSTAÇÃO - Chapeuzinho Vermelho do Mafioso - Contos da máfia - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora