Capítulo 5

107 20 3
                                    


CARMINE


Odeio menstruação.

Estou com cólica e dor de cabeça. Justo hoje que é o dia de assistir A pequena sereia. Não, eu não sou muito romântica, gosto de filmes de ação, fantasia e terror, mas tenho essa queda por produções da Disney. Vejo tudo que lançam.

Quando piso o pé no portão da escola, começo a desejar dar meia volta e voltar para minha cama.

Raoul faltou, o que não é novidade.

Agradeço ao segurança e ao motorista dos Seven que me levam mesmo quando ele falta e entro nesse mar de adolescentes.

— Oi, amiga. Sozinha hoje? — Nick, uma das minhas colegas de classe e minha amiga, comenta me dando o braço.

— Pois é. Tem gente que não precisa estudar como os meros mortais.

— Aquele deus grego tem tudo. — Ela suspira. — Você é uma sortuda.

— Não sou... — antes que eu termine de falar sinto uma mão agarrar meu cabelo e puxar com força para trás.

Os cachos estão soltos. Me acostumei com eles assim depois de desistir de brigar com Raoul por sempre soltá-los.

A pessoa puxa como se quisesse arrancá-los.

No susto, caio de bunda no chão.

São poucos segundos para entender que hoje não é o meu dia.

— Vadia! — ouço uma voz feminina gritar.

Cravo minhas unhas nas mãos em meu cabelo, fazendo a pessoa me soltar.

— Que porra, Monica! — encaro a loira idiota na minha frente, alisando a mão arranhada por minhas unhas.

— Vagabunda! Depois diz que é só amizade. — Ela rosna, irada.

Raoul. Claro que teria algo relacionado a ele. Eu não tenho paciência para essas sem noção.

Me viro para ir embora, mas ela segura o meu braço.

— Ele me chamou de Vermelha quando eu estava com a boca no seu pau. — Ela não fala, rosna. — Eu vou te arrebentar.

— Tá falando de que, porra? — questiono sem paciência.

Eu é que devia arrebentar essa vadia por puxar meu cabelo.

— Sonsa do caralho! — ela vem pra cima.

E eu é que não vou apanhar só porque não sei de que merda essa vaca loira tá falando.

Trato de dar um soco muito bem dado e derrubar a vaca.

— Chega, Monica! — aviso.

Ao contrário de parar, a puta me derruba e vem para cima de mim com tudo, não está nem ai para o lábio sangrando.

Com dificuldade, consigo proteger meu rosto. O que não livra meu pescoço das unhas da maldita.

Eu não posso ficar por baixo. Reúno minhas forças e inverto as posições.

Agora estou sobre ela.

Seu lábio sangra muito pelo soco.

— Eu disse chega, porra! — grito perto do seu rosto.

Se ela ia parar ou não, nunca saberei. Novamente tenho meus cabelos agarrados, dessa vez com muito mais força.

Hoje eu fico careca.

DEGUSTAÇÃO - Chapeuzinho Vermelho do Mafioso - Contos da máfia - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora