CARMINE
— Está melhor do termino? — Raoul pergunta distraído enquanto andamos para fora do colégio.
Como sempre, sob olhares dos outros alunos, principalmente do sexo feminino.
Tenho quase certeza que essas garotas matariam alguém que namorasse o Raoul. Elas fazem de tudo para chamar a atenção dele. Algumas até mesmo sobem a saia do uniforme para mostrar mais.
Nosso uniforme é de saia e sapatos na cor preta e blusa branca e o dos rapazes é de calça e sapatos na cor preta e terno preto com gravata, por cima da camisa branca. Às vezes me sinto em uma série de TV quando chego no colégio. O problema é que essas roupas não combinam com o clima da nossa cidade. Tenho até pena dos garotos.
Voltando as garotas assanhadas... Eu não ligaria se fosse apenas isso, se elas apenas dessem mole para ele, mas elas me hostilizam por causa dele, têm raiva por sermos tão próximos e ele não se aproximar delas, mesmo tendo comido a maioria.
As ignoro, como sempre.
— Sim. Comi um monte de bolo de chocolate com sorvete e assisti filmes melosos com mamãe. Isso cura qualquer coisa.
Foi realmente o que mais fiz nesses dias desde a partida de Diego. Mesmo sem sentir toda essa saudade, achei que um primeiro termino precisava.
Ele não fala mais nada. Não está realmente preocupado com isso.
— Vamos na casa da minha vovozinha hoje? — sugiro. — Eu quero vê-la e ela vai gostar da sua presença.
— Claro. Minha lista de palavrões precisa ser atualizada.
Reviro os olhos com o comentário.
É exagero dele. Está certo que a minha avó tem a boca suja e eu aprendi com ela desde cedo, por mais que mamãe brigasse, mas nem é tudo isso.
— Boa tarde, Nate — cumprimento o segurança grandão, que está sentado ao lado do motorista, assim que entramos no carro. — Boa tarde, senhor Chaves. — E cumprimento o motorista.
Eles são folguistas. Geralmente quem nos acompanha são o motorista senhor Gomes e um segurança ruivo chamado Vitor.
— Boa tarde, Carmine! Como foi a aula hoje? — Nate pergunta.
— O de sempre. Não vejo a hora disso acabar.
— Falta pouco — senhor Chaves comenta. — E para onde vamos? Direto para casa?
— Para a casa da minha vó, por favor — peço. Eles já sabem onde fica.
Converso um pouco com eles enquanto Raoul fica curtindo rock no fone. Tão alto que começo a achar que ele está ficando surdo.
Nesses sete anos fiz amizade com todos da família Seven e seus funcionários. O mais legal dos Seven é o Adam, irmão do Raoul. Ele tem uma biblioteca que faria inveja a do colégio mais privilegiado. Eu poderia muito bem morar dentro daquele cômodo imenso, só rodeada por todos os tipos de livros. Sem contar que ele parece um vilão de livro com todas aquelas cicatrizes. Ele até esconde atrás de uma máscara, mas já o vi sem ela algumas vezes.
Confesso que tive uma quedinha por ele por algum tempo. E cometi o erro de contar para Raoul. O maldito do meu amigo nunca mais me levou na casa do irmão.
E tem o Florian, que só vi uma vez. Ele estava tão depressivo que quase não conversamos. Isso faz bastante tempo.
— Chegamos — o motorista avisa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
DEGUSTAÇÃO - Chapeuzinho Vermelho do Mafioso - Contos da máfia - Livro II
RomanceDEGUSTAÇÃO LEIA COMPLETO NA AMAZON!!! Raoul é o irmão caçula da família Seven. Para ele tem que ser tudo programado, por isso ele tem tudo organizado, até os seus últimos dias. Com quem se casará, quantos filhos terão... para ele esse hábito é apena...