Capítulo 58

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Lumiar

O dia que deveria ser repleto de magia e felicidade se transformou em um verdadeiro pesadelo para todos nós. O desaparecimento do Joaquim tirou toda a alegria e deixou nossos corações aflitos pela falta de notícias do Pequeno. E como se não bastasse, descobrimos que ele estava nas mãos do Théo, tornando tudo ainda mais tenso e temendo pelo que poderia acontecer com ele. Diante dessa situação, não hesitamos em acionar o Marcelo e sua equipe de policiais, que prontamente chegaram a Lumiar preparados para encontrar o meu filho. Com dedicação e expertise, eles estudavam meticulosamente as possíveis rotas e locais onde o Théo poderia estar com o Joaquim.
  Enquanto a madrugada avançava, eu e o Benjamin recebíamos o apoio incondicional do Lui e da Sol, bem como da Bruna, Kate, Rafa e Jenifer. Juntos, compartilhávamos a angústia e a esperança de que o Joaquim seria encontrado em segurança.
Nesse momento delicado, a Sol, com sua empatia e carinho, adentrou a sala trazendo a companhia reconfortante de Jade e uma xícara de chá de camomila. O gesto gentil aqueceu o coração e nos uniu ainda mais, mostrando que, mesmo em meio à adversidade, encontrávamos forças uns nos outros para enfrentar essa situação angustiante.

- Toma, vai te fazer bem. -Ela sussurra, estendendo uma xícara de chá para mim.

- Obrigada! - Forço um sorriso, sentindo o carinho e o apoio dela.

- Vamos ter fé! O Joaquim é uma criança especial, que trouxe só coisas boas para nossas vidas. Ele uniu você e o Benjamin, nos uniu e uniu nossas famílias. Deus vai proteger ele e logo, logo ele estará conosco, trazendo toda a sua alegria para nossas vidas. - Sol diz emocionada, fazendo com que algumas lágrimas escorram pelo meu rosto. - Vamos orar e pedir a Deus.

Uma corrente de oração e cheia de positividade se formou naquela sala. Joaquim indiretamente, novamente nos unia, mesmo que seja num momento tão difícil. Após todo aquele momento, visivelmente abalado, vejo o Benjamin sair o mais rápido daquela sala, o que me deixa aflita e eu sinto meu peito doer. Me aproximo da saída, e vejo o Benjamim derramar algumas lágrimas e ser acolhido pelo o Marcelo.

- Tá difícil! -Benjamin diz, em meio às lágrimas. - Você não sabe o quanto eu sonhei com esse filho e o quanto o desejei. Só de pensar que agora ele está nas mãos de um bandido, abusador, eu fico desesperado. Nós dois sabemos do que o Théo é capaz.

- Calma, cara! - Ouço o Marcelo dizer, tentando acalmar a tensão. - Vamos achar o Joaquim. - Ele diz firme. - Consegui uma pista. O último sinal do GPS do celular do Théo estava marcado na estrada que liga Lumiar a Sana, a uns 30 km de distância.

- E o que precisamos para ir? - Pergunta ansioso.

- Calma! Precisamos de uma busca mais aprimorada. Estou tentando buscar...- Marcelo interrompe sua própria voz e logo exclama - Aqui. Um novo sinal.

- Onde? - Questiona o Benjamin, esperançoso por qualquer informação que possa levar ao paradeiro de Joaquim.

- Cachoeira das Sete Quedas. - Responde Marcelo com determinação. O nome do local ecoa em nossos corações, como uma luz no meio da escuridão, nos guiando em direção à esperança de reencontrar nosso filho- Vamos juntar as equipes.

Rapidamente, Benjamin e o Marcelo adentram no refúgio, onde toda a equipe de policiais estava reunida, preparando-se para a operação de resgate. Conhecendo a eficiência e o cuidado do Marcelo em planejar suas ações, eu sabia que eles levariam mais alguns minutos traçando rotas e estratégias adequadas para chegar até o local onde o Joaquim poderia estar retido pelo Théo. No entanto, eu não podia suportar mais a espera angustiante. Sem que notassem minha ausência, deslizo silenciosamente para fora do Refúgio e adentro meu carro. Coloco o cinto apressadamente e saio em busca do meu filho, movida por uma determinação inabalável. Lembrava-me perfeitamente de como chegar àquela cachoeira, pois quando era pequena, meus pais e eu frequentávamos aquele lugar paradisíaco. Não tinha dúvidas do caminho a seguir e, mesmo com o coração apertado pela preocupação, me guiava pela memória daqueles momentos felizes em família, buscando encontrar o meu filho e trazê-lo em segurança de volta para nossos braços.
Aquele trajeto parecia eterno, e os 46 minutos de distância, que normalmente passariam despercebidos, pareciam durar infinitas horas. Quando me aproximo da cachoeira, começo a buscar por qualquer sinal ou barulho que possa me indicar o caminho até o Joaquim, mas infelizmente, não encontro absolutamente nada. Caminho em meio àquela escuridão, adentrando por uma densa mata, avançando cuidadosamente entre os obstáculos naturais, pedindo silenciosamente para que minha mãe, de alguma forma, me guiasse até o meu filho. Minha mente e coração se mantêm em uma mistura de desespero e esperança. Sigo em frente, confiando na intuição que me impulsiona a continuar buscando. Até que, finalmente, avisto uma casa caindo aos pedaços à distância. Uma luz fraca e vacilante emana das janelas envelhecidas, e meu coração dispara de emoção e apreensão, pois talvez, aquele seja o lugar onde meu precioso Joaquim esteja.

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