Capítulo IV

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Abro a porta de casa.

A primeira coisa que meus olhos detectam é meu pai sobre a mesinha de canto, arrumando os quadros já arrumados. Ele sempre diz que os mesmo estão tortos, fora do lugar, mesmo que ninguém mexa neles, a não ser ele próprio.

Rex está logo atrás dele, tentando inutilmente morder seu chinelo.

Minha mãe já conversou com ele sobre a ideia de voltar ao médico para poder tratar os comportamentos repetitivos, a desculpa dele é que os medicamentos irão ajudar, o único problema é que ele não toma por sentir agonia da desordem que, segundo ele, fica quando pega alguns para ingerir.

Pai! — Corro em sua direção

Meu garotão, como você está?

Estou ótimo. Como foi a viagem?

Oxe, foi muito boa. A bahia é um lugar muito lindo e bem cultural! — Explica com um sotaque diferente.

Lá vem seu pai com as gírias de novo.

Todas as vezes que meu pai viaja ele volta com o sotaque do lugar.
Uma vez, ele passou duas semanas falando bah pra lá, bah pra cá, foi horrível.

Ele ama viajar, e o seu trabalho, a mecânica automotiva, só abre ainda mais portas para isso.
Claro, ele tem uma ótima lábia e ama puxar papo.

Pode contar sobre a viagem mais tarde, pai? Estou um pouco cansado agora, passei boa parte da madrugada acordado com Letticia.

Claro, Léo, antes, só preciso saber se você realmente está bem, se não sentiu algo nessa última noite fora do hospital.

Penso nas vozes estranhas que ando escutando, cogito mentalmente em dizer mas desisto logo em seguida.

Sou forte igual a você, estou bem, de verdade. Obrigado por perguntar.

Certo, ah, antes que me esqueça, trouxe uma coisa para você, o famoso acarajé!

Acara o que?

Ele ri juntamente com minha mãe

Acarajé! Uma comida típica da Bahia.

Sorrio e agradeço com um aceno de cabeça, vou em sua direção e o abraço.

Olho para a minha mãe, faço um sinal para que a mesma se junte e ficamos os três abraçados.

Me afasto um pouco com um sorriso largo.

Amo ter vocês.

Me viro e subo as escadas.
Entro no quarto, fecho a porta e me jogo na cama.

Entro no quarto, fecho a porta e me jogo na cama

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– ... Isso aqui está precisando de uma limpeza, sinceramente. — Diz ríspida
Ah, deixa isso aí, só coloca o cobertor e vamos.
Mas depois temos que falar com o coroa para ter uma limpeza.
Não se preocupe, ele não sente nada, e o sr. Lucas deve limpar periodicamente, e além do mais, ele deixou de tomar uma boa porcentagem da receita.
Uma pena, já até imaginamos o porquê.

(In)ConsciênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora