Capítulo II

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Filho! Ah meu docinho.

Minha mãe entra na sala, vem em minha direção e me enche de beijos.
Rex está no seu braço, seu focinho roça carinhosamente meu sinal ao lado esquerdo do queixo.
Analiso as duas, aparentemente não tiveram nenhum ferimento, ao menos esterno.

Como está se sentindo, meu amor?

Ela senta na ponta da cama enquanto me ajeito para sentar de um jeito confortável.
Rex salta do seu colo e vem para cima de mim.

Muito bem.

Tem certeza? — Ela pergunta enquanto pega uma xuxa do bolso e prende o enorme cabelo negro.

Absoluta.

Ela sorri e passa a mão pelo meus dedos dos pés.
É incrível como algumas manias de mãe nunca passam ou mudam.

Doutor Lucas está logo atrás, encostado na porta — observando algo em suas mãos.
Ele levanta a cabeça, faz um sinal para a minha mãe e sai do quarto.

Observo rex se aconchegar em meu colo, ela é tão pequena e frágil.

Sente alguma coisa, meu filho?

Não, só gostaria de lembrar o que aconteceu.

Ela suspira.

Estávamos dando um passeio, lembro-me da sua alegria por termos conseguido colocar a rex na cadeirinha de criança, no banco traseiro. A primeira vez dela andando de carro — Ela para um pouco, engole em seco e continua – Eu não sabia que iria chover tanto, simplesmente percebi que o freio não estava funcionando, tentei fingir estar tudo sob controle para não assustar vocês, mas já era tarde.

Seguro a sua mão e seco uma gota de lágrima com a outra.

Não foi sua culpa. Você não sabia que aquilo ia acontecer.

Quando acordei chamei por vocês, mas não obtive respostas. Consegui pegar o celular e vi a quantidade de chamadas perdidas do seu pai, foi nesse momento que a ambulância e o carro de polícia chegou.

Escutamos uma batida na porta e o doutor entra logo em seguida.
Ele sorri e coloca uns papéis ao lado da cama hospitalar.

Você é bem forte em, amigão. Acabei de pegar o resultado do seu exame e você não tem sequela alguma.

Ah, graças a Deus!

Minha mãe levanta em um pulo e bate palminhas.
Rex balança o rabo e late.

Significa que já posso ir embora?

Ele não responde a minha pergunta, na verdade, faz um sinal com a cabeça querendo chamar minha mãe para uma conversa em um canto afastado.
Fico acariciando Rex, vejo balançar o rabo e querer saltitar pela cama.

Minutos depois os dois retornam a sala.
Minha mãe pega Rex de cima de mim e tira os lençóis, seu sorriso se alarga a cada segundo.

Estou liberado?

É claro, meu amor.

Desço da cama com um pouco de dificuldade e abraço o doutor.

Obrigado por cuidar de mim.

Ele sorri e retribui o abraço.

Seguro a mão livre da minha mãe e caminhamos para fora da clínica.
Sorrio alegremente.

Sorrio alegremente

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