Amber Freeman, a garota problema da escola, odiada por todos e vista como uma decepção pelos professores. Ela nem sempre se importou por ser um desgosto para as pessoas ao seu redor, mas ainda sim o vazio não deixou de á consumir...
Nunca fez quest...
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Finalmente as horas naquele inferno haviam acabado. Já estava na hora da saída, todos afobados para irem logo para casa, o que causava uma multidão inquieta de adolecentes barulhentos. Que beleza.
Antes de ir embora resolvi aliviar meu estresse da maneira mais viciosa que existia, no estacionamento em frente a escola, e onde minha bike estava, peguei minha caixinha de cigarros inseparável e tirei dali um maço, acendendo-o e tragando-o logo em seguida. O estacionamento era em frente a escola, então eu pude observar os estudantes sairem em rumo a suas casas perfeitamente. Alguns me olhavam de relance e riam em provocação, eu sinto pena as vezes, eles realmente acham que eu me importo com suas graças.
Estava esperando terminar meu primeiro maço de cigarro para ir embora, não temia chegar tarde já que meu pai nem em casa deveria estár. Isso se chama liberdade pra mim. Ao longe meus olhos repararam em alguém familiar, era a Carpenter. Ela parecia apressada e olhava para os lados frequentemente, garota louca, parecia que alguém a perseguia ou algo assim. Pude perceber seu espanto quando um carro que estava numa velocidade considerávelmente perigosa, para em sua frente com tudo, a impedindo de atravessar a rua. Sua face estava o puro terror, eu observava tudo sentada na calçada do estacionamento. Ela abaixou a cabeça, e acredito eu que o motorista do carro falava com ela, não pude ver quem era pois as janelas eram fumê. Logo a garota deu a volta pelo carro e entrou para o banco do passageiro e o carro saiu em alta velocidade, Cruzes.
De qualquer forma ignorei, aquela não era a coisa mais estranha sobre aquela garota que vi ou que vou presenciar ainda. Então tratei de me livrar da bituca de cigarro em minhas mãos e subi em minha bike, em direção a casa. Antes de começar minhas pedaladas, desbloqueiei meu celular e conectei-o nos meus fones, escolhendo alguma música aleatória da Melanie, minha cantora favorita, pra passar todo o ódio do percurso até em casa, e bingo... Detension era perfeita com a ocasião.
Chegando em casa, estacionei minha bike na garagem e tive a angústia em ver que o carro de meu pai estava estacionado ali, mas que buceta mesmo hein, nem um momento de paz nessa vida. Suspirando eu tiro meus fones com brutalidade pela raiva que eu estava e entro em casa, não fiz questão de procurar aquele cuzao, só queria subir para o meu quarto logo para tomar um longo e desestressante banho, sem brigar, sem dor de cabeça...
Toda essa tentativa foi em vão ao escutar sua voz esvaziar o resto da calma que me restava. — Amber, por que demorou para chegar? Já sabe as regras, porra.
Meus olhos chegaram a doer pela revirada que eu dei, respirando fundo, eu o ignoro e volto a subir as escadas.
— Não está ouvindo eu falando com você garota? Olha pra mim! – ele gritou e pode ouvi seus passos se aproximando.
Me virei na força do ódio, o olhando com um semblante furioso, ela se encontrava da mesma forma. Ele estava arrumado com um terno todo chique, havia umas três malas na sala, eu já sabia do que se tratava e revirei os olhos esperando que ele se pronunciasse.
— Eu terei que viajar para Nova York essa noite para inspecionar a inauguração da nova filial que abrirá lá, tentarei voltar mês que vem o quanto antes. Só queria te avisar para que... – Ele se aproximou de mim, ficando cara a cara comigo e apontou o indicador para mim, eu mantive meu olhar no seu e não expressei medo em nenhum momento, pelo contrário. — não faça nenhuma merda até eu voltar, eu juro que se eu souber de algo você irá se arrepender profundamente.
— Era só isso? – Falei assim que ele terminou sua "ameaça", só queria subir para o meu quarto logo...
— Era... – ele se virou e pegou seu celular, transferindo sua atenção ao aparelho.
— Ótimo. Não fará diferença mesmo, então me dá licença. – Digo indiferente e voltei a traçar meu percurso ao meu quarto.
— O que você disse? – ouço ele gritar da cozinha, eu continuei subindo a escada e apenas respondi a altura:
— Foi o que você ouviu, você nunca está em casa mesmo, não fará diferença.
Ouço passos pesados me seguirem e antes que eu pudesse dizer algo ele segura meu braço com grosseria e me vira para que eu o olhasse.
— Você me respeita garota, eu que sustento a porra dessa casa enquanto você não faz porra nenhuma além de ser essa putinha drogada igual a vadia da sua mãe! — Ele segurou meu maxilar com força e aproximou meu rosto ao seu, cuspindo aquelas palavras que me atingiram como adagas, mas claro que eu não iria demonstrar que aquilo me afetou, ainda mais para esse nojento.
Me afastei do seu aperto e o empurrei de perto de mim. — Eu tô pouco me fudendo pra tudo que você faz nessa casa! Você nunca para aqui e quando para e quando tá com o cu cheio de álcool! Você fala da mamãe mas você é um viciado da mesma espécie! – Gritei essas palavras com ódio borbulhando dentro de mim, meus olhos ardiam mas eu não me atreveria a chorar na frente desse verme que tenho que chamar de pai.
Senti um tapa arder em minha Buchecha, minha cabeça se virou com tamanha força aplicada, me virei para ele indignada pelo ato... Ele não fez isso!
— EU TE ODEIO!! – Gritei na sua cara com toda a sinceridade em minha voz, o choro entalado ardia em minha garganta.
— VAI PRO SEU QUARTO AGORA SUA VADIA!! – Ele apontou para o local e gritou de volta, logo se virando e me deixando ali, pode ouvir seus passos pesados pela casa e o bater de porta anunciar que ele já havia ido embora.
Minha respiração ainda estava instável pela adrenalina do meu corpo, levei uma mão até o local atingido e o massagiei, droga, eu poderia matá-lo de tanto ódio que sentia! Meu olhos se embaçaram, lágrimas estavam vindo a cair, mas eu respirei fundo e engoli meu choro, não me permito mais chorar por causa desse nojento! Pelo menos não mais...
Entrei no meu quarto e fechei a porta com força, causando um estrondo audível pela casa toda, mesmo que ele não estivesse em casa eu precisava descontar minha raiva. Suspirei e passei as mãos pelos cabelos tentando me controlar, eu poderia fazer uma loucura pela raiva que me consumia, precisava urgentemente me acalmar e esquecer aquela merda de briga...
Me veio algo em mente que pareceu agradável para a situação, e fazia tempo que não experimentava de certa forma... Por que não?
Fui até as gavetas da minha escrivaninha, onde eu guardava esse tipo de droga, e procurei pelo pó branco que havia comprado recentemente, era dele que eu estava precisando. Encontro um saquinho com o conteúdo esbranquiçado dentro, pego-o e o coloco na mesa logo acima. Estava tremendo em ansiedade, trêmula peguei um cartão que eu deixava ali para essas ocasiões e alinhei o pó em três lindas tiras. Me abaixei sobre a mesa e inalei todo o pó de uma vez, minhas narinas ardiam no primeiro momento, mas logo todas as sensações do meu corpo foram se perdendo até eu não sentir absolutamente nada, meu olhos vagavam pelo quarto mas tudo estava embaçado, as vozes distorcidas me faziam rir que nem idiota, eu precisava de mais. Cheirei as duas outras tiras restantes e me senti leve, estava flutuando. Era difícil detectar tudo que via ao meu redor, parecia um sonho lúcido, eu amava as sensações que essas drogas me traziam, sempre esquecia dos meus problemas como uma maldita covarde, igual minha mãe...
A única coisa que me recordo era de ter caido para trás, felizmente minha cama amorteceu a queda, e depois disso... Apaguei.