Invisível.

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Acordo com o som estridente do meu despertador, levantei agoniada pelo susto e desliguei o alarme do meu celular, meus olhos doíam tanto que eu mal conseguia mantê-los abertos

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Acordo com o som estridente do meu despertador, levantei agoniada pelo susto e desliguei o alarme do meu celular, meus olhos doíam tanto que eu mal conseguia mantê-los abertos. Deitei-me novamente na cama e cobri meu rosto com as mãos, esperando a coragem vir para me levantar e ter que lidar com mais um dia naquele inferno, merda, minha cabeça doía, por que eu tive que me drogar justo quando no dia seguinte teria aula? Eu poderia facilmente faltar, mas sei que se eu faltar hoje não resistirei e imendarei p'ra semana toda, e pelo o que meu pai disse, se ele descobrir eu me arrependerei e blá blá. Reviro os olhos só de lembrar do seu discurso idiota.

Levantei a contra gosto, e percebi que ontem eu me droguei tanto que esqueci de tomar banho... Eu perdia total consciência quando usava esses tipos de drogas. Logo dirijo-me o banheiro, me olhei no espelho e porra... Tava mais acabado que a Carpenter, sei que isso é por conta das drogas, mas meu Deus... abri o armário de medicamentos que ali havia e tomei um comprimido para dor de cabeça, não precisei de águas pois já me acostumei a tomar a seco. Me despi lentamente, sentindo o quão doloridos meus olhos estavam. Juntando minhas forças fui para debaixo do chuveiro e senti toda a água morna molhar meu corpo, dessa vez tentei esvaziar minha mente de tudo que aconteceu ontem e apenas foquei na água aquecendo meu corpo aos poucos, e assim fui me acalmando, já não doía tanto minha cabeça, pude respirar tranquilamente.

Me troquei sem muita enrolação por que estava morrendo de fome. Desci para a cozinha e estranhei ver ela toda arrumada, não tinha mais as bebidas espalhadas e estava tudo em ordem. Ignorei esse fenômeno bizarro e abri a geladeira pra ver o que eu poderia fazer para matar a fome.

Me surpreendi ao ver um pote com uma lasanha feita ali, não me lembro de ter feito isso quando cheguei... Na verdade, não tive tempo de fazer nada. A única pessoa que estava em casa era... Merda. Peguei a tigela para analisa-lá melhor, um bilhete colado em sua tampa me chamou atenção, nele estava escrito "não faça merda", foi aquele idiota, eca. O que caralhos ele tinha na cabeça para fazer aquilo simplesmente do nada? Se aquilo fosse uma tentativa de ser afetuoso eu iria vomitar pela trágica falha dele... Mas nem morrendo de fome eu comeria aquilo, meu ego não permitia. Sem pensar duas vezes fui até o lixo e despejei todo o conteúdo que tinha ali, vai que tava envenenado. Decidi me contentar com uma maçã mesmo, peguei uma na cesta em cima da mesa e abocanhei, já indo em direção a porta, pego as chaves e minha mochila, e lá nós para o inferno. Divertido.

☆☆☆

Já era intervalo e astutamente abasteci minha fome com um sanduíche roubado de um coitado qualquer, adoro. O pátio era o último lugar que eu iria pisar por ter pessoas demais, e isso me irritava, na verdade era difícil ter algo naquela escola que não me irritava. Então procurando pelos corredores da escola, no segundo andar do prédio, achei uma sala de manutenção de algum zelador, como sabia que era horário de almoço deles não poderia ter achado o lugar mais perfeito. Claro que estava trancado, mas com minhas habilidades de arrombamento consegui abrir aquela fechadura de segurança mediana muito fácil, tudo pra não socar a cara de alguém. Dentro do lugar tinha algumas vassouras e baldes, o que eu mais estranhei eram os livros aparentemente velhos que tinham ali. Confortável. O que mais me intrigou naquele cômodo era a ventilação pela grande janela presente ali, tinha uma visão da parte lateral e mais escondida do pátio principal do colégio, poucas pessoas iam ali por conta do lixo. Achei perfeito.

𝐼 𝑠𝑒𝑒 𝑦𝑜𝑢 𝑖𝑛 𝑡ℎ𝑒 𝑑𝑎𝑟𝑘𝑛𝑒𝑠𝑠 | 𝑇𝑎𝑚𝑏𝑒𝑟 𝐴𝑈 • Onde histórias criam vida. Descubra agora