Amber Freeman, a garota problema da escola, odiada por todos e vista como uma decepção pelos professores. Ela nem sempre se importou por ser um desgosto para as pessoas ao seu redor, mas ainda sim o vazio não deixou de á consumir...
Nunca fez quest...
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Tudo em mim doía.
Eu tentava me esquivar de qualquer toque nos corredores lotados de alunos, eu me arrastava entre eles com a mente distante dali. Por sorte, ninguém parecia notar a minha presença ali, então não seria um problema os curativos escondendo os hematomas em meu rosto.
Acho que ele nunca tinha pegado tão pesado comigo quanto ontem, mas a culpa foi inteiramente minha, é fato. Eu deveria imaginar que ele voltaria cedo aquele dia, eu não deveria ter saído com Amber...
Ao pensar na garota, meu estômago se revirou. Me sinto mal por tê-la conhecido, provavelmente agora terei que ignorá-la novamente. Eu realmente pensei que dessa vez seria diferente, mas Amber descobriu muito cedo... eu não quero que ela se afunda em meus problemas, tudo o que eu menos quero é isso. Ela foi tão gentil e compreensiva comigo, eu finalmente me senti bem ao lado de alguém, mas agora terei que acabar com tudo...
Ontem a noite foi apenas um aviso do caos que seria se eu me aproximasse de Amber.
- Se eu souber... se eu sonhar, que você tem abrido a boca pra alguém... - a cada palavra ele apertava mais o meu pescoço, seu olhar enfurecido me cortava como navalhas, mal podia respirar. - eu vou atrás dele, ou dela, vou acabar com essa pessoa na sua frente. Me ouviu?
Mal me mantia acordada, sua voz grossa gritava em minha face, apenas assim eu conseguia ouvi-lo. Pensei no pior ao ouvir sua ameaça... pensei no que poderia acontecer caso Amber se aproximasse de mim, no que ele poderia fazer com ela. A esse ponto, não tinha mais lágrimas para derramar.
- ME OUVIU?! - ele gritou novamente, agora mais enfurecido.
Só tive forças para acenar com a cabeça em completo pânico, não conseguia dizer nada pela falta de ar que sentia.
- ótimo.
Ele me soltou com brutalidade, meu corpo foi ao chão. O impacto causou uma dor bruta por todo o meu corpo, ainda dolorido e com machucados recentes. Nada fiz, não conseguia, simplesmente. Fechei meus olhos e deixei que as lágrimas caíssem, lágrimas de agonia, segurei em meu abdômen, a região que mais doía. Eu estava apavorada, mas não por ter apanhado, mas em pensar que Amber correria perigo caso tentasse se envolver comigo.
Eu não posso deixá-la se machucar.
☆☆☆
O sinal já havia tocado, esperei como sempre todos saírem da sala para eu enfim ir para o intervalo, não é como se eu fosse comer, eu não tinha essa opção. Além de não ter comido em casa, ele não me deixou dinheiro para comprar algo na escola, suponho que esse seja um dos meus castigos por ontem, então eu não teria escolha a não ser esperar que ele chegasse em casa.
Juntei meus pertences e fui em direção ao meu armário, com cautela, andei a passos curtos e lentos, sempre que tentava me manter em pé, uma dor insuportável rasgava pela região do meu abdômen.
