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ABEL TESFAYE

Caminho pela casa da minha mãe, tentando fazer silêncio até entrar no escritório que tinha montado para meu pai, que infelizmente não pode usufruir pois veio a falecer antes que a casa ficasse pronta. 

Fecho a porta com cuidado e volto a falar com Emmett no telefone. 

— Me conte tudo. — Digo e me sento em um dos sofás que tinham perto das grandes janelas da casa, me dando vista para o grande jardim de dona Melissa. 

—  A invasão deu certo, matamos todos. Não tivemos nenhuma baixa, e ainda trouxe a tal trindade de mercenários. Demos sorte pois os três estavam lá. Foi lindo irmão. Coletamos tudo que achamos importante e ateamos fogo no lugar. Uma de suas cargas ainda estava lá, a recuperamos também. 

— Porra, boas notícias finalmente.  Como está Dimi? 

— Radiante por ter testado as espadas novas. — Emmett ri. — Parece pinto no lixo. 

— Ótimo, ótimo. Me deixa um pouco aliviado. 

— Agora, o quer que façamos com esses três bostas aqui? 

— Leve-os para o galpão. Um em cada sala. Quero eles separados mas em uma distância que possam ouvir os gritos um do outro. Eu mesmo vou torturá-los e arrancar as respostas que quero. Esses filhos da puta mexeram com a pessoa errada.

—Sim, porra. Ninguém mexe com os Tesfaye. — Meu irmão braveja.

— Algum novo ataque as minhas boates? — Pergunto. 

— Não tudo calmo e nem desconfiam que foi você. Não me reconheceram também, já que não venho para essas bandas.

— Melhor ainda. Mande homens meus, depois que o incêndio acabar, tomarem o porto, agora ele é meu. Avise Simon e Dimitri para descansarem. Só faremos algo quando eu chegar.

— Sim, senhor, irmãozinho. Boa noite, Abel. 

— Boa noite Em. - Suspiro. — Ah, vai conseguir chegar para almoçar amanhã? 

— Mas é claro. Acha que vou perder a chance de conhecer a minha cunhadinha? —  Ele brinca, me fazendo respirar fundo. 

— Tchau Emmett. — Desligo e deixo minha cabeça tombar para trás e relaxar no sofá.

Tudo deu certo, agora nenhum filha da puta vai me roubar mais, porque eles vão saber exatamente como é mexer com a minha família. 

Perdido em meus pensamentos, buscando ideias de como posso torturar cada um, não estava preparado para um entrada abrupta o que acaba me assustando. Meu coração gela ainda mais quando vejo Melissa em sua roupa de dormir me olhando com uma cara nada boa. 4

— Abel Tesfaye Junior, não me diga que você está envolvido nessas coisas que seu pai era e ainda arrastou a pobre menina para isso? 

PUTA MERDA. 

— Mamãe, não sei do que está falando. 

— Não seja dissimulado garoto, eu te criei melhor do que isso. — Ela me olha enraivecida. — Ela sabe?

— Não sei do que está falando. 

— Abel, ela sabe?

— Mãe... 

— Porra eu te fiz uma pergunta, ela SABE Abel? — Melissa xingou. Puta merda, Melissa, minha mãe, xingou. 

— Não mãe. — Digo baixinho e abaixo a cabeça;

— Seu idiota. — A mulher vem em minha direção e começa me encher de tapas. — Você é igual seu pai. Não pensa em nada a não ser o pau e o dinheiro. Como você pôde fazer isso com ela? Logo essa menina que parece apaixonada por você e você por ela.

Felices Los 2Onde histórias criam vida. Descubra agora