|| Jonathan Ferreira Scalzer ||
Já se passavam das 16:00 da tarde e ainda estávamos na função de remover as árvores da Rodovia, boa parte já tinha ido mas como são árvores extremamente pesadas, o trabalho era dobrado.
– Jonathan, não vai ficar legal pra nós não quando voltarmos pra Cidade, te controla, irmão! Na hora certa vamos dar o bote no cara. – ouvi Vítor dizer enquanto observávamos a equipe de Desastres Naturais remover os destroços das árvores.
Olhei de canto quando me dei conta de quem ele estava falando e respirei fundo.
– O cara é abusado, e eu não gosto de lero-lero. Na minha equipe ele não mete o dedo. – falei firme e recebi um olhar de reprovação de Vítor, mas resolvi ignorar.
Estamos planejando uma operação contra o Governador, à mando de algum superior que ainda não sei quem é, só sei que a permissão foi dada e provas contra ele estão sendo coletadas, o cara só faz merda e ainda tira onda, vai ir pro saco e não vai demorar muito.
– Scalzer, o comandante da equipe de bombeiros quer falar contigo. – falou Guedes ao se aproximar apontando a direção, assenti e caminhei em direção ao homem, que já me aguardava.
– Jonathan, certo? – perguntou e eu assenti concordando. – E você?
– Marcos. – respondeu e logo depois fez sinal com a cabeça apontando para um lugar mais reservado em meio a todo aquele pessoal.
– Está acontecendo alguma coisa? – questionei já desconfiado.
– Jonathan, a tempestade não foi o que causou totalmente o desabamento das árvores. – falou e eu olhei para ele, ainda mais desconfiado. – A primeira equipe de desastres naturais que mandaram era um bando de moleque inexperiente, a senhorita Bandeira que viu algo estranho no tronco das árvores e me comunicou.
– Marcos, estamos falando de sabotagem? Tem certeza? – questionei, porque se fosse verdade, era algo extremamente sério.
– Vem comigo. – me chamou e eu o segui, Marcos caminhava na frente, entrando na floresta ao lado da pista com a lanterna ligada procurando por algo. – Ali, à direita. – falou e eu me aproximei tentando ver do que se tratava.
– Porra... – falei enquanto me dava conta do que estava acontecendo. Puxei minha lanterna da cintura e cheguei mais perto dos tocos e percebendo que havia marcas de machado neles.
– Tem alguma ideia de quem possa estar por trás disso? – perguntou Marcos.
– Talvez, uma vaga ideia. Mas eu preciso ter certeza, porque não se trata de um civil qualquer. – falei e Marcos assentiu concordando, provavelmente entendendo do que se tratava já que metade da cidade tinha o Governador na mira também.
Olhei mais uma vez os troncos analisando tudo e tirei algumas fotos com a ajuda do flash do celular e da lanterna.
– Onde está a Bandeira? – perguntei, me lembrando da moça que veio falar comigo mais cedo.
– Foi dispensada, deve estar de volta amanhã. – falou e eu assenti. – Se precisar de algo, pode contar comigo e com meu batalhão.
– Agradeço, capitão. Mais alguém sabe disso além da Bandeira? – perguntei, enquanto olhava ao redor antes de seguir para a estrada novamente.
– Não, somente nós três.
– Ótimo, peço que por favor mantenha assim até que eu pense o que fazer. vou precisar de um relatório completo sobre o que aconteceu, preciso falar com a Bandeira assim que possível para que ela explique melhor o que acha que aconteceu.
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Meu Segredo
RomanceO quanto um segredo pode ser capaz de destruir assim que revelado e até que ponto amor e desejo são suficientes?