Capítulo 7 - Um passado no presente

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|| Beatriz Alves Leblon ||

Terça feira, 06 de Junho de 2023.

10:00PM

Acordei com o barulho do despertador me fazendo bufar de raiva, peguei o celular em baixo do travesseiro e o desativei o mesmo.

Eu havia saído do quarto do Jhonathan umas 6:00 da manhã por ele ter que ir pra Rodovia, ele insistiu que eu ficasse dormindo na suíte dele mas resolvi descer para a minha, estava exausta e com o corpo dolorido devido às brincadeirinhas noturnas.

Olhei ao redor e senti uma leve dor de cabeça, fiz careta ao me lembrar do martini e dos inúmeros sex on the beach que tomei.

Me levantei da cama e caminhei até a minha necessarie de remédios em cima da mesinha de centro e procurei por um remédio pra dor de cabeça, fuçando a bolsa peguei meu anticoncepcional verificando se havia tomado o de ontem e por sorte, sim. Jurava que havia esquecido.

Respirei fundo e peguei destaquei um comprimido de dipirona da cartela e alcancei minha garrafinha de água, tomando o medicamento logo em seguida.

[...]

Estava terminando de organizar minhas roupas e meus sapatos nos armários do quarto, quando ouvi meu celular sinalizar que havia chegado mensagem, tirei ele do bolso e sorri, já imaginando de quem se tratava.

[WhatsApp] 11:46 - (552799715..... Oi linda, salva meu número aí fazendo favor)

Antes de responder, fui dar uma espiada na sua foto de perfil e nossa... Que homem gato, como eu consegui essa proeza?

Fiquei rindo de mim mesma e salvei seu contato como estava no perfil, Jhonathan Scalzer.

[WhatsApp] 11:46 - Jhonathan Scalzer: Oi linda, salva meu numero aí fazendo favor.
11:48 - Beatriz Alves: Ei, salvei! Me esqueci completamente que havíamos trocado telefone.
11:48 - Jhonathan Scalzer: Foi momentos antes de você me agarrar no elevador ontem. 😂
11:49 - Beatriz Alves: Você não tem vergonha não? 😂😒
11:49 - Beatriz Alves: Que eu saiba quem veio com papinho de malandro ontem foi você.
11:50 - Jhonathan Scalzer: Papinho tão bom que tu caiu. 😌
11:50 - Beatriz Alves: Para kkkkk
11:52 - Jhonathan Scalzer: Quer cair nesse papinho hoje de novo?
11:52 - Mas dessa vez vamos fazer certinho, pô. Deixa eu te levar pra jantar?
11:53 - Beatriz Alves: Eu topo, quando?
11:54 - Jhonathan Scalzer: Hoje eu tô meio enrolado aqui na Rodovia porque vamos liberar até de tarde, mas amanhã eu tô livre e você?
11:54 - Beatriz Alves: Hoje eu tenho que ajudar meus tios com algumas coisas do festival também, pode ser amanhã às 19:00?
11:55 - Jhonathan Scalzer: Marcado então linda.

Saí da nossa conversa e senti borboletas no estômago e meu coração acelerado, não faço ideia do que estou fazendo mas não quero me privar de conhecer uma nova pessoa e deixar de vez o passado, no passado.

Olhei as horas no celular e vi que já estavam beirando 12:00, então resolvi tomar um banho e me arrumar para ir encontrar meus tios para almoçarmos.

[...]

— Não consigo parar de pensar no desastre que vai ser o festival caso não liberem a rodovia até sexta-feira, que é a véspera do festival e a cidade começa a lotar de turistas. — disse Tia Janete enquanto me servia um pedaço generoso de lasanha.

Eu, Tia Janete e Tio Charles fomos no espaço onde acontecerá o Festival para ver o andamento de tudo, a estrutura, a tenda e o palco já estão sendo montados.

Depois de resolvermos algumas coisas por lá, viemos para a casa deles almoçar quando nos demos conta que já se passavam das 14:00.

— Acredito que bem antes disso vai estar liberada, tem muitos agentes trabalhando para que isso aconteça e eu soube que possivelmente hoje à tarde já vai estar liberada. — Comentei vagarosamente enquanto dava uma garfada na lasanha.

— Como sabe disso? — perguntou Tio Charles e eu arregalei os olhos, me dando conta de que eu provavelmente falei mais do que devia.

— Quer dizer, nas notícias ao que tudo indica pode ser que libere ainda hoje, vamos apenas torcer para que dê tudo certo o quanto antes. — falei meio nervosa, querendo rir da situação.

Olhei para o outro lado da mesa e vi Tia Janete me olhando com olhos semi-cerrados, resolvi ignorar e continuar comendo.

— Vamos torcer pra que sim, querida. — concordou Tia Janete.

— Tio, a propósito, queria saber se quando eu voltar para a cidade o senhor pode ficar encarregado de tomar conta do andamento da reforma dos Chalés. — perguntei, antes de beber um gole de Coca.

— Claro que sim, Bia. Não precisava nem pedir. Você e Thiago já decidiram o que vai ser feito? — perguntou Tio Charles.

— Sim, ele me enviou por e-mail a cópia das plantas, fiquei de imprimir para te mostrar mas não lembro de nenhuma gráfica por aqui , vocês conhecem alguma? — perguntei.

— Os Donovan eram os únicos da cidade que arriscaram o investimento, mas como esperado, não deu muito certo aqui no interior. — explicou Tia Janete, se referindo a família do Caíque, um antigo casinho meu daqui das montanhas. — O Caíque e a mãe dele ainda fazem alguns serviços para os mais próximos porque todos os equipamentos da antiga loja estão no porão da casa deles.

— Caíque Donovan, é? — perguntou Tio Charles em meio a uma risada frouxa, me lançando um olhar.

— O que tivemos foi breve e acabou há muito tempo. — falei de uma vez, na tentativa falha de evitar possíveis especulações.

— Não acho que ele tenha superado. — disse Tia Janete e eu olhei incrédula. — Não lembro um dia em que ele nos viu e não tenha perguntado de você.

— Crescemos juntos, ainda somos amigos... Distantes, mas ainda há amizade. — falei simples, sendo sincera.

Caíque e eu crescemos juntos, desde que me conheço por gente nossas famílias se conhecem, o pai dele trabalhava com meu pai, ficou arrasado quando soube da morte dele na época, eles eram melhores amigos.

— O Vicente ficou de me retornar essa semana para confirmar se ele conseguiu o fornecedor dos engradados de licor de morango. — comentou Tio Charles.

— O mercado central que eles têm realmente faz sucesso na cidade, passei por lá esses dias e estava lotado! — falei.

— Foi a melhor decisão, cidade do interior que chama turista, tem que ser esperto na hora de abrir um negócio. — disse Tio Charles.

Assenti em concordância e voltei a comer, conversamos mais um pouco sobre o festival e assim que terminamos o almoço, fui ajudar Tia Janete com a louça.

[...]

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