Capítulo 14 - Trio

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|| Beatriz Alves Leblon ||

Estacionei o carro próximo ao local onde aconteceria o festival e dei alguns goles no cappuccino que a Tia Janete havia trago para mim num copo térmico assim que saí do veículo.

— Hoje parece estar mais frio que o normal. — falei com Tia Janete fazendo careta enquanto abria a porta de trás e procurava meu sobretudo, por sorte, ele estava aqui.

Deixei o copo no teto do carro e o vesti rapidamente, sentindo um vento gélido bater contra meu corpo.

— Também estou estranhando essa mudança de clima de novo. — disse Tia Janete enquanto ajeitava algo em sua bolsa.

Esfreguei minhas mãos e peguei meu copo, travando o carro no alarme logo em seguida.

— Vou rezar para que até sábado o céu esteja limpo. — falou Tia Janete enquanto caminhávamos até o espaço que aconteceria o evento.

O lugar lembrava um society, entretanto, dez vezes maior, como se fossem uns cinco campos de futebol juntos em um espaço.

O palco já estava montado e a maior parte da área coberta com tendas, nas laterais do espaço havia homens montando algumas tendas menores e deduzi que fossem ser as barracas dos comerciantes que vão vir vender seus produtos e aquelas comidas típicas de festival, além de claro, ter inúmeras receitas e bebidas com morango.

— Clarisse, preciso falar com você. — disse Tia Janete se aproximando de uma moça que segurava uma prancheta nas mãos.

Minha memória não me ajuda mas acredito ter visto ela outras vezes por aqui, acredito ser uma das organizadoras que ajudam meus tios.

Acenei para a moça e ela retribuiu, logo voltando a sua atenção para Tia Janete.

Observei as duas conversando e olhei ao redor, resolvendo dar uma caminhada pelo espaço.

Me aproximei do palco gigante montado e entortei os lábios, pensando em qual era a line-up completa do evento, eu sei que Victor e Léo estariam aqui, mas eles são praticamente padrinhos do evento, então já era de se esperar que viriam.

Inclusive, não vejo a hora de assistir o show e curtir as antigas deles.

O evento também é beneficente, arrecadamos alimentos não-perecíveis e agasalhos para doarmos para algumas instituições.

Ano passado batemos nosso recorde de arrecadação, vamos torcer para que esse ano triplique.

— Bia? — ouvi uma voz masculina me chamar e me virei.

Droga! Caíque...

Eu sei o que eu disse sobre sermos amigos mas o nosso término foi meio conturbado e confuso e desde então nos falamos poucas vezes.

— Caíque, oi! — falei em meio a uma risada nervosa.

— Não sabia que já havia chegado na cidade. — falou enquanto se aproximava com suas mãos no bolso.

— Cheguei faz alguns dias, estou me mantendo ocupada ajudando meus tios com o evento. — expliquei, vendo ele concordar.

Seus olhos azuis me fitavam de cima a baixo, me deixando meio constrangida.

— Então... Eu soube que você e a Tia Léia ainda fazem alguns serviços por fora na antiga gráfica. — comentei, tentando quebrar o gelo depois de alguns minutos em silêncio.

— A gente continuou atendendo algumas pessoas da região para não ter que nos desfazer das máquinas. — explicou e eu balancei a cabeça concordando. — Precisa de alguma coisa?

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