Capítulo 11 - Tradição

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|| Beatriz Alvez Leblon ||

Despertei rapidamente em um susto assim que ouvi meu celular vibrar e tocar na mesa de cabeceira ao meu lado.

Rapidamente o alcancei esticando meu braço e li o nome de Tia Janete no visor e deslizei para o lado para atender a ligação.

— Bom dia querida. Acordou agora? — perguntou Tia Janete.

— Bom dia, tia. Benção. — falei em meio a um bocejo involuntário. — Acordei agora, no susto.

— Deus abençoe. Desculpa, não queria te acordar, mas imaginei que já estivesse acordada porque você sempre levanta bem cedo. — explicou Tia Janete, se lamentando pelo ocorrido.

— Está tudo bem Tia. Eu acabei indo dormir muito tarde ontem e perdi a hora. — falei, me espreguiçando.

Olhei pro lado e vi que Jonathan dormia profundamente em baixo dos lençóis, ele estava de bruços e seus braços abraçavam um travesseiro.

Respirei fundo deixando meus olhos passearem pelas suas tatuagens espalhadas pelas costas.

Não sei o que estamos fazendo, acabamos de nos conhecer e já estamos dormindo até dormindo de conchinha.

Mas confesso que estou me permitindo e quero muito o conhecer melhor e descobrir o que o destino nos preparou.

Ana Clara precisa urgentemente saber das novidades que estão me rodeando e que uma delas é um policial tatuado extremamente gostoso.

— Beatriz? Querida, está me ouvindo? — perguntou Tia Janete do outro lado da linha, fazendo com que eu me despertasse de meus devaneios.

— Estou sim, Tia. Estou acordando ainda. — falei dando uma leve risada.

— Dorme mais um pouco, descansa bem e mais tarde a gente se encontra. — falou Tia Janete e eu balancei a cabeça negando, não concordando com a ideia.

— Não Tia, havíamos combinado de subir Pedra Azul para buscar as últimas decorações para a festa. — expliquei, me levantando da cama com cuidado e olhando o Jonathan de canto, para que o mesmo não acordasse.

— Está tudo bem! Seu Tio teve que ir até lá para resolver algumas coisas e vai passar na loja para trazer o que preciso. As equipes já estão terminando de montar toda a estrutura principal e as demais equipes da organização do evento já estão chegando por lá agora pela manhã, acabei de liberar a entrada deles.

— Mas eu ainda quero ajudar! O que eu posso fazer?

— Pode descansar! Por enquanto está tudo em andamento, eu liguei somente para avisar que não precisaria vir me buscar para subirmos Pedra Azul pois seu Tio já foi mais cedo.

— E o que está fazendo agora?

— Estou tomando café, depois vou ir lá no espaço do festival acompanhar a montagem da estrutura das barracas.

— Está bem, posso te levar! Não ouse nem teimar viu, dona Janete? Eu vim para ajudar, poxa. — reclamei, enquanto abria o armário e tirava de lá uma calça jeans wid leg, blusa segunda pele de gola alta branca e uma calcinha da mesma cor.

Eu sei Bia, mas também veio para descansar, né? — disse tia Janete do outro lado da linha e eu revirei os olhos. — Sua mãe deu notícias?

Não. Aliás, falei bem pouco com ela desde que cheguei porque ela está enrolada com a reforma da casa de praia. — dei de ombros, levando minha mão até a cintura e olhando ao redor procurando pelo meu cinto.

Meu SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora