|| Jonathan Ferreira Scalzer ||
— Colocou sua CNH na carteira? — perguntei, vendo Beatriz colocar seus pertences na bolsa.
— Bem lembrado. Vou conferir. — falou pegando a carteira na bolsa e conferindo se o documento estava lá. — Tá aqui.
— Tem certeza que não quer ficar e dormir mais um pouco? Ainda está cedo. — disse Beatriz, olhando seu relógio de pulso. — São 07:45 ainda.
— Vou pro meu quarto mesmo, preciso adiantar alguns relatórios e depois vou dar um pulo na rodovia. — falei, enquanto ajeitava meu moletom no corpo. — Vamos?
Beatriz concordou e fomos em direção a porta, fiquei observando ela trancar com a senha e caminhamos até o elevador.
Apertei o meu andar que era último e o da Beatriz, que seria a Portaria.
Começamos a subir e logo chegamos no meu andar, abracei a cintura de Beatriz e colei nossos lábios em um beijo calmo antes de sair.
— Se cuida, até mais tarde. — falou e eu sorri concordando.
— Até mais tarde linda. — falei e sai do elevador, seguindo até a porta do meu quarto.
Digitei minha senha e entrei no local, ligando o ar condicionado logo em seguida e arrancando a roupa e ficando só de cueca, nem o clima frio de Domingos Martins dava conta do meu espírito calorento.
Tirei meu notebook da mochila e me sentei na mesa de escritório que ficava próxima ao sofá, atrás tinha uma janela de vidro imensa que dava a vista total das montanhas.
Notei que o tempo estava fechando novamente e respirei fundo, pensando na rodovia.
Peguei meu celular e abri o WhatsApp, conferindo as mensagens e perguntando ao pessoal como estava indo o fluxo da rodovia.
O Coronel havia me mandado uma mensagem com todas as informações que eu pedi sobre a área afetada e eu o agradeci, logo em seguida encaminhando para a Fernanda e dizendo que era pra adicionar aquelas informações no laudo.
Comecei a fazer o relatório sobre a operação na Rodovia e resolver algumas coisas do departamento quando ouvi algumas batidas na porta.
Estranhei porque eu não havia pedido serviço de quarto ou café da manhã porque ia sair daqui a pouco, então deixei pra comer no buffet do hotel.
Me levantei da cadeira e peguei a minha arma que estava no sofá, a posicionei com as duas mãos apontando para baixo enquanto caminhava em direção a porta.
— Porra... — murmurei assim que notei que a porta não tinha olho mágico. — Quem é? — perguntei desconfiado.
— Sou eu, Vanessa. — ouvi a voz dizer e logo reconheci, estranhando mais ainda.
Digitei a senha e abri a porta logo em seguida me deparando com a loira em minha frente com um sorriso largo nos lábios.
Vanessa Shultz, investigadora criminal da Polícia civil.
Ela entrou na academia de polícia no mesmo ano em que eu e o Vítor entramos, sempre foi esperta e obstinada, eu, ela, Vítor, Felipe e Diego tínhamos nosso grupo fechado, éramos o destaque lá na academia e sempre fomos próximos, só mudou quando cada um resolveu seguir uma área diferente da profissão e piorou com o tempo e com as marcas que mesma deixa.
— Sempre bem atento né, Scalzer? — disse a loira apontando para a arma que eu segurava e logo em seguida mantendo os olhos fixos em meu corpo.
Vanessa era vidrada em mim na época da academia e eu nela, no último ano de curso resolvemos nos dar uma chance.
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Meu Segredo
RomanceO quanto um segredo pode ser capaz de destruir assim que revelado e até que ponto amor e desejo são suficientes?