Domingo.
Eleições.
Inúmeras pessoas indo às urnas eletrônicas depositarem os seus votos, firmarem as suas ideias, confirmarem convicções e propósitos. Carros, motos, camisas verdade amarelo, crianças nas ruas, idosos nas calçadas observando, sorrisos nos rostos que passam e retornam. De certo modo, pareceu tranquilo o curso do dia, pelo menos até o momento em que rabisco essas poucas palavras, não me chegou ao conhecimento de ocorrências graves. Direito e esquerda se movimentam, políticos e famosos também se identificam com os seus candidatos, cada um à sua maneira. Coloquei uma bandeira discreta no alto da minha janela.
O que será contado desse dia tão histórico?
Segunda-feira.
O céu azul não reflete o azul, está mais para um nublado tempestuoso com nuvens carregadas, o dia parece sombrio, de trevas pesadas. Do dia de ontem o que se pode contar? Foi histórico sim, não da maneira que imaginávamos, pois, o mesmo mostrou-se tenebroso, àquilo que o presidente sempre falou aconteceu, a fraude eleitoral está cristalina como água de nascente nova. Vejam... não é possível tal coisa. O que se pode dizer é que um misto de tristeza abateu-se nós semblantes de todos nós, de direita, patriotas. Mas, a luta não está perdida, o jogo ainda está correndo.
Terça-feira.
Da sacada da minha casa observo o movimento frenético de carros, folga, fim de tarde, descanso, dia de sossego. Embora tudo parece na mais tranquila paz, a verdade é que não está... Eu não estou conseguindo ficar em harmonia comigo mesmo, ainda que a face mostre normalidade, por dentro, existe um homem completamente descontrolado em todos os aspectos. Até quando este monstro interno ficar preso eu não sei, espero em Deus que ele não saia, que permaneça reclusa. Trabalho e política são os maiores desafetos que me levam ao delírio quase que automaticamente.
Quarta-feira.
Manhã ensolarada, dia calmo em suas primeiras horas matinais, café aromático com sua fumaça bailarina, o cantar dos pássaros do lado de fora da casa. É um belíssimo começo de manhã, quisera eu poder arrastá -lo no decurso do dia, porém, sei bem que não posso fazê-lo, tenho que aceitar os acontecimentos como são e da maneira que surgem. Logo mais terei que trabalhar, período da tarde, mercado movimentado, poucos funcionários, a mesma agonia de sempre, era para eu estar acostumado, mas não estou. Quando as novidades no meio político, não todas previsíveis, alianças, apoios... Tudo ainda é incerto.
Quinta-feira.
Os dias estão passando rápido como nunca antes, o sol surge no horizonte, os ponteiros correm frenéticos, escalando horas sem que percebamos. Os afazeres em que nos ocupamos são tantos que não conseguimos dar conta de tudo. Família, filhos, escola, casa, trabalho, enfim, nestes pequenos universos existem outros ainda maiores, que os engolem como a sombra de uma nuvem passageira O cenário político caminha rumo ao segundo turno, candidatos buscando apoios, do contrário também acontece. Já é sabido de todos que houve fraudes, quem a arquitetou fez um péssimo trabalho, estamos na esperança que nosso exercício em breve tome as providências.
Sexta-feira.
Dia instável, momentos de sol, seguido de nuvens pesadas, frio, vento, talvez uma possível chuva mais tarde. É dia de feira na rua de casa, movimentação frenética de transeuntes buscando frutas, verduras e barracas de pastel. Muita movimentação e pouca conversa, comparado com outros momentos eu diria que a feira está tímida, pelo menos nessas primeiras horas. O cenário político continua o mesmo, desinformação, ataques daqueles que se dizem defensores da democracia, mas, na verdade, fazem justamente o contrário. Demonizam o bem, santificando o mal. Todos os cidadãos de bem, que conhecem que a luta é espiritual, estão despertando para lutarem espiritualmente contra as forças das trevas.
Sábado.
O dia se inicia calmo, pouco movimento de carros, algumas pessoas nas ruas, no entanto, é apenas momentâneo, logo mais o monstro que é a cidade despertará com os seus longos braços e pernas, engolindo e destruindo tudo. Terei que trabalhar daqui a pouco, ontem tive folga referente ao feriado, o que não significa nada, não muda coisa nenhuma, o cansaço e insatisfação são os mesmos. O cenário político do país é uma caixa de surpresas, não dá para conjecturar nenhum cenário, todos são possíveis e impossíveis de acontecer. Termino a crônica da semana dizendo que, esperar, crer, acreditar, é isso o que devemos fazer.
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O DESAFIO DE SORRIR.
Non-FictionO presente livro é o conjunto de cinquenta crônicas escritas ao longo do ano de 2022. Os textos são livres, abordando assuntos diferentes, memórias, histórias do dia a dia, conflitos pessoais, experiencias vividas. É o nosso desafio de sorrir em...