Assoalho

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                                                      28/06/22

Cheguei caminhando, como uma estrela
intocável e de tênis amarelos sujos
minha mochila pesando em mau grado
me recorda da péssima noite que tive.

Minha chave cai de súbito no assoalho
e no meio do corredor, percebo próximo
um pálido anel vermelho carmesim ao lado
firmo os pulsos, quando lembro a quem pertence.

Já o vi nos dedos de um antigo amigo
e estranho o por quê de estar jogado
ele prometeu manter, mesmo após o fim
vejo então, sua mentira e falta de cuidado.

Talvez ter entregue o anel tenha sido burro
e pensar duas vezes teria sido a solução
demonstrações de afeto são cruéis
e mais doloroso ainda, quando penso demais.

Quando pego o anel, junto a minha chave
atiro a pedra carmesim ao longe, decidido
ver o tal objeto no relento, só me fez confirmar
que expressar é nocivo, mesmo sem
pretender ser.

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