Lula pov
Janja e eu estamos estatelados chão e ela está nos meus braços agora e eu sinceramente não estou conseguindo controlar a vontade que estou de calar sua boca falante desde o dia em que a vi com aqueles óculos escuros em minha aula. Mas como ela consegue ser tão adorável e tão, mas irritante?
A olhei naqueles olhos oceano escuro e.....inferno...estávamos tão perto, mais uma vez estou aqui evitando que ela se machuque com seus próprios desastres. Como pode um ser humano sofrer tantos acidentes e ser tão descuidada? As vezes me da vontade de guarda-la num potinho pra protege-la de si mesma.
Criança descuidada, o que demonios você fez comigo? Seus lábios estão rosados, assim como suas bochechas, ela está tímida com minha proximidade e isso só me fez deseja-la mais, seja o que isso for. Num ímpeto alucinado me aproximo gentilmente de seus lábios, eles me chamam, lidarei com as merdas de consequências depois, posso senti-los com toda suavidade do mundo e eu só quero cavar minha língua nessa boca... Alguém bate na porta, é Chiara. Inferno! Sempre, sempre aparecendo nos momentos mais inapropriados, parece que sente. Eu me levantei assustado, acho que as batidas me recobraram os sentidos, ou será que não?
Arrumei minha camisa amassada, amassado em seu corpo, amassado por seu corpo. Engulo seco pensando nisso.
Em segundos percebo o quão fora da casinha estou, a segundos tudo parecia completamente certo, mas não é, não é. O que estou fazendo, meu deus?
Isso simplesmente não pode existir. Essa garota me deixa tão nervosa e confusa, me faz sentir um adolescente de 16 anos.
Janja quer ser dispensada para a festa, ela deve estar com pressa pra terminar a pegadinha que queria me pregar.
Esse é o problema com os jovens, acham que são sempre os mais espertos, mas veja bem, o garoto que cuida do audiovisual pode ter uma tremenda queda por Janja, mas é um talentoso aluno meu e o que a ambição por pontos e o puxa saquismos fazem? Absolutamente tudo. Ele me disse por conta própria seus planos, sabendo disso eu precisava colocar Janja em seu lugar, então, peguei o cabo principal que efetuaria a conexão entre o notebook e o painel e o guardei comigo, tirando a culpa do garoto caso fosse descoberto. "Ahhh, Rosângela"... pensei em um tom condescendente.
Lembrar disso ferveu meus nervos novamente. precisei coloca-la em seu lugar e inventar aquela coisa toda de te-la usado, que aprenda a lição. Que não tente mais dar uma de esperta comigo.
Ela saiu daqui ruborizada e sem reação, me satisfazendo completamente.
Isso vai afasta-la, quem sabe até desista de continuar na monitoria, essa história foi longe demais, de qualquer forma.
Fui refletir mais sobre toda essa situação em que resolvi me meter em minha janela perpendicular, o sol estava se pondo e a vista que tive sempre fora bem surreal, mas la estava... Janja! Ela correu até um garoto e simplesmente o beijou, como ousa? Acabei de tocar aqueles lábios e ela já estava se atracando com um adolescente qualquer? Que merda é essa? E porque diabos estou me sentindo assim?
Ela faz o que quiser, já me provara isso muitas vezes, inclusive. Que beije, que abra as pernas, que morram juntos.****
Fui pra minha casa nas proximidades da universidade, Palo Alto podia ser um lugar muito bom pra se morar. Cheguei no meu apartamento e fui recebida com um porteiro ansioso:
- Sr. Silva, como está esta noite?
- Bem, senhor Tute e o senhor? Perguntei cansado.
- Bem. Tem uma senhora te aguardando, eu a pedi para que não subisse, mas foi tudo muito rápido. Disse Tute, aliviado por estar atrás de uma porta de vidro onde eu não pudesse alcança-lo.
- É ela não é? Inferno. Praguejei.
Tute confirmou sem graça e com isso segui para meu apartamento.
Abri minha porta e lá estava, sentada no meu sofá, aparentando tensão.
- Valentina, você precisa me devolver essa chave e pare de vir aqui sem ser convidada cacete! Disse a olhando nos olhos enquanto colocava minhas chaves em minha mesa.
Ela estava sentada, vestia seu casaquinho e calça social de costume:
- Hey, se acalme. Disse se levantando de meu sofá. - Eu só vim deixar algumas coisas suas que estavam em casa.
Ela me entregou uma sacola com alguns pijamas, escova de dente e meu tênis que eu estava sentindo terrivelmente falta.
- Ok, obrigado. Disse apontando a porta de saída.
- Sabe, Lula, já se passaram dois meses, não podemos conversar? Sobre a gente? Disse se aproximando.
- Valentina, eu entendo tudo o que houve e entendo mesmo que eu errei, mas já foi, acabou, precisamos continuar vivendo, entende? Eu disse com sinceridade.
- E eu já disse que te perdoei, Lula. Eu não to conseguindo sem você, não ta dando. Disse com um tom de voz que lhe traia.
Senti pena de Valentina. Ficamos juntas por 5 anos sem que eu tivesse dito uma única vez que a amava, não sou um canalha, eu só realmente não amei. E isso é triste, para nós dois.
Embora a falta de sentimentos, Valentina tinha sido minha melhor amiga nesses últimos anos e sentia por ela um carinho muito grande. Coloquei minha mão em sua bochecha, compreendendo sua dor, mas não partilhando-a.
- Eu preciso que você seja a Valentina sóbria e segura que eu conheco e enfrente essa situacão em toda sua plena verdade. Eu quero muito que possamos ser amigos, guardo todas as coisas boas que tivemos em mim, mas é la que estarão, guardadas. Segue sua vida e ache alguém que te mereça, por favor.
- Vai tomar no cu, Lula, você tirou isso do livro que te dei de aniversário de namoro. Não consegue ser sincero com a pessoa que você dividiu a vida por cinco anos? Qual seu problema?
Apoiei minhas mãos na cadeira, cansado.Eu estava sendo sincero, só estava usando as palavras de outra pessoa pra fazer isso. Que saco! Há dois meses atrás eu estava tentando terminar com Valentina de todas as formas possíveis e ela sabia disso, mas ela não me ouvia, fugia de mim, da conversa. Acabei conhecendo uma mulher e foi rídiculo e infantil, mas eu e Valentina já não tinhamos nem mais tempo pra nossa intimidade, eu tenho necessidades e pronto. Foi simples assim. Trouxe essa mulher para meu apartamento e Valentina nem me passou pela cabeça pra ser sincera. Ela entrou e enquanto eu tomava banho, encontrou a moça de toalha em minha cozinha. Foi um mês infernal,Valentina podia ser bem, bem insistente. Era escândalo no meu predio toda noite, no trabalho, no meu almoço. Ela encontrava momento para me importunar em todos as horas do dia, eu me sentia com as mãos amarradas, não sabia mais como dispensa-la.
-Valentina, a realidade é uma, eu não quero, eu não estou afim, eu não vou voltar com você e eu queria tanto, mas tanto que você entendesse isso. Falei com mãos de suplica.
- Eu não aceito, Lula. Foram cinco anos da minha vida investindo em nós. Você está confuso e eu vou respeitar isso, vou te dar o tempo que precisa. Disse direcionando-se a saída.
Eu fiquei sem palavras. Sinceramente, não há nada no vocabulário de minha língua nativa que eu não tenha usado pra tentar faze-la entender. A observei saindo e torcendo pra que ela encontrasse alguém que a fizesse feliz. Antes eram votos sinceros por sua felicidade, agora é desespero pra que ela me deixe em paz.
Coloquei as mãos na cabeça em busca de tranquilidade, até por Valentina estar aqui eu culpei Janja, desde que conhecera tudo em minha vida tem saído dos trilhos.Maldita garota.
Me preparei pra dormir, e mesmo com a cabeça latejando, assim que a coloquei sob o travesseiro cai no sono.****
O dia seguinte já começara errado, acordei atrasada, esqueci minha chave e percebi chegando na universidade.
Precisei correr direto para a sala de aula sem passar no meu escritório. Quando cheguei, coloquei meu material em minha mesa e pude ver por minha visão periférica, Janja saíndo com pressa de minha sala. Que menina mal educada, gritei pra que ela retornasse e mesmo assim fui ignorada na frente de todos. O que ela estava pensando.
Não pensei duas vezes e andei apressadamente atrás dela.
Refiz seus passos até o banheiro feminino e a encontrei se encarando no espelho, lhe dei uma bronca bem merecida, até ver seus olhos, embalados de um oceano cansado, claro como o céu, frágil e assustado, estava pálida. Me aproximei e ofereci ajuda, que ela prontamente recusou.
Que necessidade era aquela de cuidar dessa criança? De saber se ela estava bem e o que a fazia mal. De embalar seu corpo em um abraço quente? Que perda de consciencia e sobriedade que me invadia toda vez que ela estava perto de mim? A segurei impaciente pelo braço e ao ver a força e raiva que transmitia pra aquela garota tão assustada, encostei nossas testas. Sem razão lógica alguma, sem o porque. Assim como quando estamos exaustas sentimos sede, ou quando não comemos sentimos fome, o que eu senti foi isso, pura necessidade. Eu não estava suportando e perguntei mais pra mim mesma do que pra ela:
- O que você ta fazendo comigo, Rosângela ?
Ela estava sem ar e eu sentia isso, ela precisava de ar e eu precisava dela. Numa urgência infinita invadi sua boca com meus lábios sedentos e a senti. Senti seus lábios vermelhos, senti sua língua brigar com a minha, era tudo com tanta pressa, com tanto medo de que acabasse. Passei a mão por todo seu corpo, memorizando cada curva, cada calor que sua pele envergonhada me transmitia. Meu coração estava acelerado, tinha medo de senti-lo parar a qualquer momento.
Ela me puxava contra seu corpo, senti cada arrepio de seus pelos e isso me excitava e me assustava. Que maldita urgência era essa? Eu acabei de conhecer essa menina, inferno.
Uma batalha deliciosa entre nossas línguas aconteciam, sentia toda sua alma naquele beijo e sentia que dava um pouco da minha de volta. Era tanta vontade, tanto desejo. Ela me pressionava muito, pendia a dor latejante no meu corpo, como a queria. Ela clamava por meus dedos e eu podia sentir, podia pois necessitava estar dentro dela, sentir seu calor por dentro de seu corpo. Apalpei cada parte de seu ser, a senti com toda minha vontade, como aquilo me umedecia. Fui em direção a sua calcinha, queria rasga-la e dominar essa garota prepotente até ela aprender a me respeitar a baixar a bola...
Ouvi uma voz com a porta entre aberta. Alguém parecia querer entrar. Antes que pudesse interromper o beijo a senti me empurrando... muito. Me assustei a princípio e quando senti meus lábios longe dos seus percebi o que acabara de acontecer. Que merda foi que eu fiz?
Quando ninguém entrou no banheiro me virei e sai apressadamente de lá, não conseguia mais encara-lá, como seu professor senti até vergonha por essa atitude. Esperei cinco minutos para se a cor voltava ao meu rosto pálido e entrei de volta na sala. Os alunos me olhavam aguardando algum tipo de explicação, encarei a todos e disse sucinta:
- Senhorita Rosângela está passando mal e se ausentará da aula de hoje. Abram a página 17 do livro e leiam em voz baixa, falaremos sobre esse texto.
Quando olhei minhas mãos abrindo o livro, percebi que tremiam, tremiam e eu rezava para que Janja não decidisse voltar para a sala. Por mim não voltaria nunca mais. Essa garota precisava ficar longe de mim, pelo bem de minha sanidade mental.
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Teach me ( Lula e Janja)
FanfikceLula, diretor de universidade, professor, imponente e arrogante vai perceber que pode aprender muito mais com a mimada Janja, sua aluna de 24 anos do que a vida jamais lhe ensinara. Janja por sua vez vai engolir toda educação mimada que recebera dos...