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Dois dias mais tarde, eu ainda estava enjoada.

Uma ressaca podia durar tanto tempo assim? Eu mal havia saído do quarto. Justin e Jade se preparavam para voltar para Nova York. Eu ouvia os dois fazendo as malas sem pressa. Ainda não sabia exatamente quando partiriam. Furiosa com a sugestão de programarmos as próximas visitas para não nos encontrarmos na casa, não tinha nenhuma vontade de ver Justin nem de me despedir dele.

Ele também não havia se dado ao trabalho de me procurar. Quando Jade aparecia no meu quarto, eu agradecia pela preocupação, embora lhe sugerisse que ficasse longe de mim para não adoecer antes de voltar para a Broadway. Preferia não falar com eles antes de irem embora, mas começava a perceber que teria que sair do quarto para ir ao médico.

Hoje, porém, devia ser meu dia de sorte, porque eles sumiram juntos pelo tempo necessário para eu me arrumar e sair sem ter que encontrá- los.

Quando cheguei ao consultório, fizeram-me esperar meia hora para ser atendida. Não quis me arriscar a ir ao pronto-socorro do Newport Hospital, pois a última coisa de que precisava era ser examinada pelo dr. Will Danger. De carro, rodei pela cidade até encontrar a pequena clínica.
Uma enfermeira finalmente me chamou:

— Amélia?

Eu a segui pelos corredores até uma sala pequena e fria, onde ela me deixou esperando por mais vinte minutos. Quando a médica enfim apareceu, expliquei-lhe todos os meus sintomas: náusea, vômito, fadiga. Contei a ela que havia passado o verão todo com um enjoo que ia e vinha e confessei ter bebido demais dois dias antes, mas ela excluiu a hipótese de intoxicação alcoólica. Também mencionei o fato de Justin ter ficado doente, caso pudesse haver alguma relação.

Quando admiti que não ia ao médico havia mais de dois anos, ela insistiu em fazer alguns exames só para ter certeza de que estava tudo bem comigo. A médica me mandou ao laboratório, onde uma enfermeira colheu amostras de sangue.
Também fiz xixi em um recipiente. Tudo parecia meio complicado.

O resultado dos exames de sangue sairia em alguns dias. Eu estava deixando a área do laboratório quando a médica me alcançou na recepção.

— Srta. Payne?

— Sim?

— Pode vir ao meu consultório um instante, por favor?

Meu coração disparou. Tinha alguma coisa errada nesse cenário. Eles disseram que telefonariam. Por que ela precisava falar comigo de repente?

— Como sabe, o laboratório colheu uma amostra do seu sangue, e o resultado dos exames vai demorar um pouco, mas o exame de urina é mais rápido. Embora tenha escrito na sua ficha que não está sexualmente ativa no momento, você está grávida.

— Impossível.

— O exame comprova.

— Eu menstruei.

— Pode ter sido um escape ou algum sangramento intermitente que não era menstruação. A senhorita mencionou que tem bebido muito ultimamente. Não é possível que tenha tido relações sexuais e não se lembra disso?

— De jeito nenhum.

Pensei na última vez que havia transado. Com Adam, havia alguns meses, na noite em que terminamos. Sempre usamos camisinha, o que tornava a hipótese ainda mais improvável.

— Tem certeza?

— O teste é bem preciso.

— Não dá para fazer de novo?

— Tenho uma ideia melhor. Temos atendimento de ginecologia e obstetrícia na clínica. Vou ver se conseguem encaixá-la para fazer um ultrassom rápido. Não garanto que tenha horário, mas vou tentar. Pode esperar na recepção?

amor imenso.Where stories live. Discover now