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Os dias mais difíceis nesse período longe de Justin foram os que antecederam as festas de fim de ano. Seria o primeiro Natal de Bea, e passaríamos a data sem ele.

A turnê seguia para o Oeste. Eles fariam dois shows em Los Angeles, um na véspera de Natal, o outro no dia 25, o que o impedia de voltar para casa. Depois dessas apresentações, a banda ainda passaria mais uma semana em território norte-americano antes de voar para a Europa, onde a turnê continuaria até a primavera, quando eles voltariam para os Estados Unidos. Eu ficava cansada só de pensar em todas essas viagens.
Mas tinha que reconhecer: Justin cumpria a promessa de falar comigo pelo Skype dia sim, dia não. Por mais que eu esperasse ansiosa por essas conversas, era cada vez mais difícil ficar longe dele. Os dias se passavam, e a lembrança da noite em Massachusetts ia ficando distante. A confiança que aquela noite havia me dado se transformava lentamente em medo e insegurança.

Eu confiava mais em Justin depois daquela noite de amor, mas ele ainda não tinha dito que me amava. Na minha cabeça, isso significava que nada era definitivo. Ele ainda passaria mais doze semanas longe de nós, e a associação de todos esses fatores resultava em uma namorada paranoica.

Faltavam dois dias para o Natal. Bea e eu fomos convidadas para uma Festa do Suéter Feio na casa de Roger e Susan. Justin telefonara mais cedo para avisar que tinha acabado de chegar à Califórnia. A festa era bem- vinda, porque me impediria de ficar sentada na frente da árvore de Natal me consumindo em mau humor.

Fui a um brechó e comprei um suéter vermelho horroroso com pequenas lâmpadas de Natal costuradas na frente. Consegui encontrar um macacão de Natal bem horrível para Bea.

Estávamos prontas para a festa.

Fazia muito frio, então agasalhei Bea e corri para a casa dos vizinhos, que estava iluminada com lâmpadas coloridas. Um boneco de neve inflável balançava ao vento na frente da casa. Viver à beira-mar no meio do inverno não era o arranjo ideal.

Carregando os cookies que havia assado pouco antes, bati na porta com o pé, já que não sobrava mão.

Roger me recebeu.

— Amélia, você veio! Susan não tinha certeza se você viria.

— Eu não ia perder essa festa — falei, entregando-lhe o prato com os cookies.

— Susan está na cozinha?

— Sim. Você é a primeira a chegar.

— Faz sentido. — Eu ri. — Meu trajeto é o mais curto.

Quando eu me dirigia à cozinha, Roger me chamou.

— Amélia?

— Sim?

— Desde que Susan voltou, não tivemos chance de conversar. Sempre me senti meio esquisito por não ter contado sobre nossa reconciliação.

— Você não me devia explicações. Já contei a ela que nunca aconteceu nada entre mim e você.

— Eu sei. E fico muito feliz por serem amigas. E quero que saiba que também sou grato por sua amizade em um tempo em que realmente precisava disso.

— Estou contente por vocês.

— Obrigado. — Ele fez uma pausa. — E você?

— Eu?

Roger inclinou a cabeça.

— Está feliz?

— Estou. Só um pouco sozinha, agora que Justin está viajando.

— Você sempre disse que não havia nada entre vocês dois...

amor imenso.Where stories live. Discover now