Os três meses depois do Natal se arrastaram.
Bea começou a andar na mesma época em que fez um ano, no dia 15 de março.
Justin estava furioso por ter perdido o aniversário e seus primeiros passos. Durante nossas conversas pelo Skype, ele continuava tentando convencê-la a falar papai ou papá, mas não teve sucesso.
Aquelas semanas foram difíceis, mas ter certeza absoluta de que ele voltaria para casa era o que me fazia seguir em frente. E saber que eu ia vê-lo no último show era a cereja do bolo.
A turnê havia voltado para o nosso continente. As últimas apresentações seriam em Nova Escócia, Maine e Nova York.
Finalmente chegou o fim de semana do tão esperado show em Manhattan.
Justin havia comprado passagens aéreas para mim e Bea. Do aeroporto em Nova York, iríamos diretamente para o hotel ao lado da casa de espetáculos. A banda chegaria quase na hora do show, o que significava que só veríamos Justin depois da apresentação.
Bea se comportou muito bem no voo de Providence para o aeroporto de LaGuardia. Nossa bagagem consistia em duas malas de mão e um carrinho com um guarda-sol de bolinhas.
Quando aterrissamos, Steve, o agente de Justin, nos esperava no aeroporto e nos levou para o hotel. Tivemos que passar pela Times Square. Bea olhava tudo fascinada, encantada com as cores brilhantes e o movimento. Definitivamente, era uma sobrecarga sensorial para nós duas.Eu estava presa em casa, na ilha, havia tanto tempo que quase tinha esquecido como era a vida na cidade.
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Depois do show, nós três passaríamos a noite no hotel; ficaríamos na cidade no dia seguinte e, só então, voltaríamos juntos à ilha.
Quando entramos no quarto, comecei a sentir o nervosismo. Ver Justin cantar sempre me emocionava, mas o ver pela primeira vez em um palco grande seria uma experiência inesquecível, sem dúvida.
Deitei ao lado de Bea na cama luxuosa, tentando fazê-la dormir para reduzir o impacto da noite agitada que teríamos. Ela dormiu por uma hora antes de sairmos.
Quando chegamos à casa de espetáculos, a fila para entrar era enorme. Olhar para o luminoso me arrepiou: Calvin Sprockett, abertura Justin Banks. Passamos pela entrada VIP, e um lanterninha nos levou aos nossos lugares no meio da terceira fileira.
Bea estava muito bonitinha sentada no meu colo.
Os fones de ouvido de redução de ruídos eram enormes. Ela parecia um extraterrestre fofo. Felizmente, apesar de tudo que havia chorado nos primeiros três meses de vida, agora ela era uma criança tranquila, e eu apostava que não teríamos nenhum problema durante o show.
Quando as luzes começaram a se apagar e o holofote iluminou Justin, meu coração acelerou. A agitação era excitante. Ele havia me contado que a plateia era sempre muito escura para que ele pudesse nos ver do palco, mas percebi que ele olhava atentamente para o público antes de cantar a primeira música. Meu corpo praticamente derreteu no assento com a potência de sua voz amplificada. Naquela primeira nota, seu tom profundo, carregado de emoção, era incrível.
Abraçando Bea com força e balançando-a para a frente e para trás, eu o ouvi cantar várias canções que nunca tinha escutado antes. Não sabia que ele só apresentava composições suas na turnê, que não fazia nenhum cover. Tive a sensação de que havia perdido muito por nunca ter ouvido a
maioria dessas canções. De vez em quando fechava os olhos, embalada pelas ondas sonoras do violão, e prestava atenção em todas as letras.
Fiquei ali sentada nos primeiros quarenta minutos, arrebatada pelo modo como seus dedos dominavam o instrumento com precisão, como sua voz mudava dependendo da música, como ele fascinava centenas de pessoas apenas com sua voz rouca, um microfone e o violão.
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amor imenso.
RomanceDesde garoto, Justin amava Amelia, que odiava Justin desde que ele se mudou para a casa vizinha à da sua avó, em Rhode Island. Não, nada disso. Amelia também amava Justin, mas um mal-entendido o fez pensar que a garota mais incrível do mundo não cor...