Todas as noites, quando a porta abria, eu me encolhia e pensava se finalmente havia chegado o momento em que Justin traria uma mulher para casa. Eu me preparava constantemente para isso. Justin era uma pessoa muito sexual. Jade havia se referido várias vezes ao apetite insaciável que ele tinha. E os comentários sempre me deixaram com vontade de vomitar.
Ele não ficaria no celibato para sempre.
A questão não era "se" ele traria alguém para casa. A pergunta era "quando?". E cada vez que Justin voltava sozinho, o alívio era maior que na noite anterior.
Os dias se passavam, e eu seguia me perguntando até quando duraria essa parceria pacífica entre nós.
Bea crescia um pouco a cada dia. Ela começou a virar sozinha. Isso significava que eu tinha que tomar mais cuidado quando trocava suas fraldas, porque ela podia cair. Agora que eu tirava leite com a bomba, era muito mais fácil sair de casa de vez em quando. Justin cuidava da Bea por períodos curtos enquanto eu ia resolver uma coisa ou outra. Perto dela, eu o chamava de tio Justin. Ele parecia gostar. Era um tratamento seguro e servia para deixar claro que eu não esperava que ele tivesse um papel maior na vida da minha filha. Provavelmente, ele ia ser o tio Justin para sempre. Jurei que aprenderia a aceitar a situação.
A melhor parte do meu dia continuava sendo as manhãs, quando Justin e eu sentávamos na cozinha com Bea e tomávamos café juntos, embora ele continuasse usando meu leite como substituto para o creme. No começo pensei que ele mantinha o hábito só para ser engraçado, mas, quanto mais tempo o manteve, mais ficava claro que ele realmente apreciava o sabor.
Quando o vi despejar um pouco do leite da garrafa em sua caneca, perguntei:— Acha que isso é normal?
— Prefiro seu leite ao de uma vaca. Pensa bem. Foi você quem parou de comer carne depois de seguir uma linha de raciocínio semelhante.
— Tudo bem, mas a maioria das pessoas normais vai achar que é bizarro você beber leite materno.
— Não. Bizarro seria eu entrar na fila quando você estivesse amamentando a Bea e pedir para ser o próximo.
Dei risada.
— Verdade. Mas como vai ser quando começar a sair com alguém? Acha que alguma mulher vai achar normal você beber o leite de outra? Ou já ter bebido antes?
— Vou deixar para pensar nisso quando acontecer.
Achei que era uma boa oportunidade para bisbilhotar.
— Não está saindo com ninguém?
Por cima da caneca, ele me lançou um olhar espirituoso.
— Tenho certeza de que você sabe a resposta, Amélia. Quando não estou aqui, estou no Sandy's, e volto para casa quando saio de lá. Em que momento eu encontraria alguém?
— Verdade. Acho que estou confusa, só isso.
Ele bateu com a caneca de cerâmica na bancada.
— Ok. Explica por que está confusa.
— Você é muito atraente. E é músico, ainda por cima. As mulheres se jogam em cima de você. Faz um mês que terminou o namoro com a Jade. Eu fico esperando você chegar aqui com alguém. É isso.
— Acha que sou um galinha, quando estou solteiro...
— Só convivi com você enquanto estava namorando, não tenho como saber.
Ele apoiou as mãos na mesa e se inclinou para a frente. O que ele disse a seguir me fez arrepiar.
— Eu adoro trepar. ADORO. Mais que qualquer coisa. — Aquelas palavras me atiçaram. Ele se recostou na cadeira e cruzou os braços. — Mas, quanto mais passa o tempo, mais percebo que é preciso ter cuidado. Não durmo mais com todo mundo como costumava fazer.
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amor imenso.
RomanceDesde garoto, Justin amava Amelia, que odiava Justin desde que ele se mudou para a casa vizinha à da sua avó, em Rhode Island. Não, nada disso. Amelia também amava Justin, mas um mal-entendido o fez pensar que a garota mais incrível do mundo não cor...