NOTAS DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL [BL]

Capítulo 49

Havia um aspecto nebuloso, com muitas luzes e sombras oscilantes diante dos olhos de Su Hui. Eram diferentes da realidade, e ele percebeu que devia ser um sonho.

No sonho, ele estava sentado em seu escritório anos atrás, examinando os arquivos do caso em suas mãos.

O sol estava se pondo, e a luz solar brilhava através da janela, tingindo tudo de alaranjado-avermelhado. Seu escritório era completamente diferente de um típico, com apenas uma mesa e algumas estantes cheias de livros, revistas e periódicos em inglês, alemão, francês, japonês e outras línguas.

Esse lugar era chamado de Terceiro Salão de Leitura, uma coleção de materiais originais em línguas estrangeiras, incluindo as últimas revistas internacionais, todas relacionadas a investigações criminais.

A Agência Geral havia criado esse salão especialmente para esses materiais e até contratou um administrador bem pago cujo trabalho era classificar e armazenar os materiais recém-adquiridos.

Essa biblioteca era muito exigente com os empréstimos, e quase ninguém vinha usar os materiais.

Claro, tudo isso era apenas uma fachada para a verdadeira identidade de Su Hui como um mestre em perfilamento.

Su Hui fechou um arquivo espesso, esfregou a testa e começou a digitar informações importantes e resultados no teclado.

De repente, um som de bip veio do intercomunicador ao lado dele. Su Hui pegou o aparelho, e a outra pessoa falou urgentemente: "Senhor, tenho uma pergunta..."

A voz era muito familiar, mas quem era?

No sonho, Su Hui vasculhou suas memórias, buscando a lógica dentro dos fragmentos dispersos.

Finalmente, um pouco de informação caiu das memórias embaralhadas.

Ele se lembrou da cena em que viu essa pessoa pela primeira vez.

Era como uma cerimônia de premiação de final de ano, e Su Hui detestava essas ocasiões protocolares. Ele demorou para descer as escadas e esperou até que a cerimônia começasse antes de entrar, sentando-se na fileira de trás do auditório. Esse tipo de cerimônia de premiação estava sempre além do seu alcance. Por causa de medidas de proteção anônimas, não importava o que fizesse, só podia sentar-se atrás. Mesmo que não fosse, ninguém notaria.

Várias rodadas de prêmios já haviam sido entregues, e a maioria dos discursos eram agradecimentos às pessoas e líderes.

Su Hui estava um pouco sonolento, ouvindo enquanto dobrava estrelas distraído.

De repente, ouviu uma voz jovem e agradável: "Durante meu ano como policial, ganhei muitas perspectivas. Para nós, resolver um caso pode parecer o fim de tudo, mas para aqueles envolvidos, não é tão simples... Mais tarde, percebi que há muitas coisas neste mundo que não podemos mudar ou resolver apenas com nossa força pessoal. Defender a justiça não é um slogan vazio, requer custos, tempo, dor e sacrifício..."

Ao ouvir isso, Su Hui não pôde deixar de levantar a cabeça para dar uma olhada. No palco, havia um policial muito bonito e jovem. Mesmo a uma distância de dez metros, era possível ver claramente seu olhar profundo e afiado, a ponte do nariz alta, a figura esguia e a aura juvenil. O uniforme policial que ele usava realçava seus ombros largos e postura ereta, exalando um espírito heróico e galante de um jovem.

"Também gostaria de agradecer a vários membros da Unidade de Análise Comportamental, especialmente ao poeta, por sua ajuda na resolução de muitos casos. No entanto, por alguns motivos, ele não pode subir ao palco para receber o prêmio. Há muitos heróis anônimos entre nós que trabalham duro juntos..."