NOTAS DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL [BL]

Capítulo 116

Volume Seis: Enigma de Areia Movediça

Vileza e grandeza, malícia e bondade, ódio e amor podem coexistir no mesmo coração sem se excluir mutuamente. – Maugham

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Na cidade, era uma tarde sonolenta.

Tudo parecia inalterado em relação aos dias habituais.

Embora já fosse tarde da tarde, a multidão ainda estava agitada. Na rota do ônibus 104, continuava cheio. O veículo balançava enquanto saía da estação. Algumas pessoas estavam absortas em seus celulares, outras olhavam pela janela, e algumas se inclinavam para trás em seus assentos, bocejando.

O ônibus fazia poucas paradas ao longo do caminho, com longas distâncias entre cada parada. A atmosfera dentro do ônibus tornou-se incomumente silenciosa.

De repente, um homem de meia-idade trocou de lugar e se aproximou de uma jovem.

A garota usava um vestido estilo corta-vento branco e meias pretas. Ela havia baixado a cabeça, seu cabelo comprido caía, e dois fios de fone de ouvido convergiam na frente dela. Ela estava completamente absorta em ouvir música, alheia às ações do homem ao lado dela.

Silenciosamente, o homem de meia-idade se aproximou da garota, chegando mais perto dela, como se estivesse se aproximando da presa. Eles estavam tão perto que podiam ouvir as respirações um do outro. Então, aproveitando um balanço do ônibus, ele se apoiou na garota por trás...

Surpreendida pela intrusão repentina, a garota olhou para trás com surpresa.

O homem parecia indiferente e calmamente encontrou o olhar dela, seus olhos fixados ávidos no rosto da garota...

A intensidade de seu olhar imediatamente confirmou para a garota que as ações do homem não eram acidentais, mas propositadas.

A garota escolheu não fazer cena, mas recuou. No entanto, o homem persistente continuou a segui-la, passo a passo, como uma fera selvagem rastreando sua presa.

Dentro do ônibus, apenas os dois estavam recuando.

Sentindo pânico, a garota sem querer pisou no pé de uma senhora idosa, que reclamou: "Você não pode prestar atenção para onde está indo?!"

"Desculpe, desculpe..." A garota ajustou apressadamente o cabelo, abaixando a cabeça em pedido de desculpas. Lágrimas surgiram em seus olhos enquanto o homem de meia-idade continuava a persegui-la por trás...

Olhando para o homem, a senhora idosa anteriormente assertiva ficou em silêncio e virou a cabeça, fingindo não ver nada.

O homem alcançou rapidamente a garota novamente. Desta vez, em vez de permanecer em silêncio, ela reuniu coragem e perguntou tremulamente: "O que você quer?!"

O homem de meia-idade não respondeu. Apenas ficou parado atrás dela, olhando fixamente para ela.

Ele se aproximou enquanto ela dava um passo para trás.

Como um fantasma persistente, como uma mancha inabalável.

Todos no ônibus testemunharam essa cena, e a garota olhou para eles suplicante, impotente e com medo. No entanto, as pessoas desviaram o olhar, baixaram a cabeça e continuaram com seus próprios afazeres, fingindo ignorância.

"Se você chegar mais perto, eu vou chamar a polícia!" A garota tirou o telefone, ameaçando-o.

O homem permaneceu em silêncio, nem recuando nem respondendo, os olhos fixos nela.