NOTAS DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL [BL]

Capítulo 112

Su Hui finalmente abriu os olhos, mas desta vez ele estava no hospital. No entanto, tudo à sua frente parecia embaçado, e seus ouvidos pareciam estar submersos em água. Ele lutou para se sentar, mas seu corpo estava rígido e dormente, incapaz de se mover.

Não havia ninguém no quarto, mas ele percebeu um botão de chamada não muito longe de sua mão. Ele fez um esforço tremendo para levantar um dedo e pressioná-lo.

Uma enfermeira entrou e ficou animada ao vê-lo acordado. "O paciente no Leito Dez acordou."

"Ah, ele esteve em coma por meio mês. Ele finalmente acordou?"

"Rápido, chame o médico."

Su Hui sentiu como se estivesse assistindo a um filme, observando tudo friamente de dentro de seu próprio corpo.

Algo parecia cobrir seus olhos, permitindo-lhe apenas um vislumbre do mundo exterior por uma abertura estreita.

A explosão deixara várias cicatrizes feias em seu corpo, junto com consequências irreversíveis. Parecia que seu cérebro fora ferido durante a explosão. Ele frequentemente sofria tonturas e dores de cabeça. A explosão causara fraturas em suas costelas, perfurando seus pulmões, resultando na remoção de uma parte de seu lobo pulmonar. Mesmo após ficar em coma por meio mês, suas feridas não haviam cicatrizado completamente. Respirações profundas ainda causavam dor aguda em seu peito, como se uma faca estivesse cortando. Ele frequentemente sentia aperto no peito, tossia e às vezes até tossia sangue.

Su Hui viu Tao Lizhi entrar no quarto, mas não conseguia ver o rosto dela claramente. Ele só podia julgar pela sensação e pela voz.

Tao Lizhi sentou-se na cadeira ao lado da cama, suspirou profundamente e disse: "Su Hui, você finalmente acordou..."

Su Hui murmurou uma palavra de agradecimento e perguntou a ela: "Quanto tempo eu fiquei em coma?" Sua própria voz soava estranha para ele.

"Faz meio mês desde a explosão. Após o incidente, o Diretor Tan propôs protegê-lo e retirou seu nome da lista. Eles o transferiram para este quarto de cuidados especiais para tratamento..."

"E Jie Qiu?" Su Hui perguntou.

"Tian Qiu morreu. Ele sofreu uma lesão na cabeça na explosão e não pôde ser salvo. O Capitão Chang e os outros também sacrificaram suas vidas..."

"E meu celular..." Su Hui perguntou, sua mente ainda confusa. Mas ele sentiu que algo não estava certo. Onde estavam seu pai e sua mãe? Por que não estavam ao seu lado?

"O cenário após a explosão estava muito caótico, e seu celular se perdeu... Há também algumas más notícias para contar..." Tao Lizhi baixou a cabeça e disse: "Sua condição piorou uma vez. Naquele dia... seus pais tiveram um acidente a caminho daqui..."

Papai e mamãe, eles se foram?

Num instante, a mão de Su Hui se fechou com força sob o lençol. Não era apenas caos; ele sentiu como se tivesse caído no abismo. Cada centímetro de seus ossos e carne se despedaçou como se um espelho tivesse sido quebrado em inúmeras peças.

Como se dominado pela tristeza, ele se viu incapaz de derramar uma única lágrima.

Ele permaneceu em silêncio na cama do hospital, apoiado na cabeceira com um travesseiro macio atrás dele. Era fim do verão, e o ar-condicionado não estava ligado, mas ele sentia frio. Estava frio o suficiente para fazer seus dentes tremerem e seu corpo tremer.

Ele assistiu impotente enquanto os destroços de seu mundo eram consumidos pelo fogo, desmoronando e se despedaçando aos poucos, até restarem apenas cinzas.