Capítulo 2.

1.7K 307 40
                                    

Existe o inferno, onde almas pecaminosas caminham e sofrem por seus pecados, e existe o paraíso, onde os certos aproveitam o descanso da carne. Entre ambos, este lugar é conhecido como o mundo dos mortais, no qual tudo se aglomera em um ponto só; no qual puros e impuros se arrastam pelo mesmo solo ardente.

Os seis nobres rumaram em seus cavalos de grande porte. Não havia exército, não havia apoio, apenas os Seis Cavaleiros Escolhidos prontos para encontrar seus destinos na linha de frente, junto a suas espadas, seja o futuro a morte ou a vitória.

Eles deveriam ser os únicos naquela jornada, conforme a profecia ditava.

Seja o que acontecesse dali para frente, teriam de aceitar o destino, se aquilo, de fato, fosse o destino de todos eles.

Vagavam pelas sombras das árvores, seguidos pela ventania noturna, o barulho da cavalgada como o único e o mais alto som.

Na liderança estava o Rei de Angle, e ao seu lado, Sir Ravi, que se oferecera para trilhar rumo à batalha por si só. Logo em seguida, seu braço direito,
Capitão Arthur.

Mais atrás, vinham os Príncipes de Andrômeda, Grannus, Roland e Aristids.

Jungkook fechou os olhos, sentindo a brisa fria e quieta, entretanto, as noites o lembravam de quando se tornara noivo de seu amado ômega e, consequentemente, de quando ele fora embora.

Flashes vinham à sua mente, torturando-o noite após noite, como uma maldição que o acompanhava continuamente.

Ele se lembrava claramente de que, no início daquela que seria a madrugada mais infeliz de sua vida, havia abordado uma jovem ômega muito estranha, porém conhecida, pois esta já lhe tinha sido apresentada na cerimônia de noivado.

Recordava-se, também, de que ela tentara cortejá-lo boa parte do tempo.
Estava bêbada, ou aparentava, e Jungkook queria não ter sido uma pessoa tão generosa.

Ajudá-la fora um erro imensurável, tanto que, se pudesse voltar no tempo, desembanharia sua espada e a mataria sem piedade antes que seus atos repugnantes pudessem destruir seu casamento e a si próprio.
Inicialmente, seu plano era levá-la para a cozinha, para ter os cuidados necessários feitos pelos criados disponíveis no castelo.

Contudo, aquela moça de cabelos negros e olhos azulados lhe jogara um feitiço, fazendo-o ficar desacordado no chão, e seu inconsciente guardava as lembranças nojentas e rápidas de tudo o que havia acontecido, lembranças que lhe davam ânsia de vômito, que o traumatizariam pelo resto de seus dias.

Sentia-se sujo e nem vários banhos seguidos tiravam aquela imundice de sua pele, seu corpo. Sua profanação. Sentia-se envergonhado e imundo, um ser grotesco.

Mesmo não sendo comum para um alfa, ele havia prometido que nunca se deitaria com outra pessoa a não ser seu ômega. Que daria sua castidade para seu noivo.

Aquela mulher o despira, e algumas vezes, ele havia acordado com os movimentos dela sobre si, completamente nua, ou com o barulho das molas do colchão.

Os gemidos dela perfuraram como espinhos seus ouvidos, fazendo-os sangrar, e o aroma de sua excitação fora agonizante. Ele tentara gritar e a tirar de cima, ele não queria aquilo, mas não conseguira se mover e sua voz saíra baixa demais. Ele havia ficado paralisado na mesma maldita posição.

O sexo forçado, fora uma violência que ele nunca poderia superar.

Era um de seus pesadelos mais frequentes, além do rosto decepcionado de seu ômega ao o ver naquela situação na manhã seguinte. Nem pôde se explicar, não tinha provas e nem palavras.

O ômega de Andrômeda 🐉Onde histórias criam vida. Descubra agora