Epílogo.

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Às vezes, precisamos de tempo para desviar dos obstáculos que nos separam de nossos objetivos e para seguir em frente; em contrapartida, nunca precisamos
parar de persistir. — Jungkook Hakon.

Jimin acordou confuso, risadas masculinas preenchendo seus ouvidos. Ele piscou algumas vezes, sentindo o corpo  recostado em um lugar confortável.

Sentia um pouco de frio devido ao vento seco e gélido. Olhou para cima e para os lados, notando estar em uma espécie de cabana; seu corpo estava coberto por inúmeros lençóis, e ele estava vestido adequadamente com roupas largas de tecidos grossos.

Sentou-se e esfregou as mãos uma na outra, invocando uma pequena chama nas palmas para se esquentar.
Suas memórias eram vagas.

Dessa vez, escutou, como se próxima de si, uma voz cantando, a melodia mesclada com as risadas acompanhada por um violão desafinado.

Levantou-se, desfazendo o ninho de cobertas e  deixando que caíssem no chão. Ao finalmente ficar de pé, andou até a entrada da cabana, ergueu o tecido que cobria a passagem e, quando observou o local com mais atenção, notou estar em um acampamento.

Conhecia aqueles rostos que rodeavam a fogueira, buscando refúgio do frio.

Os três rapazes bebiam cerveja em canecos grandes, sentados nos troncos de árvore em volta da fogueira.

Arthur trocava as bandagens do braço quebrado de Ravi com cuidado, já o outro se concentrava em beber grandes goles de cerveja de forma totalmente despreocupada.

— Oh, estou novinho em folha. — Ravi tentou flexionar o antebraço, porém, soltou um gemido de dor no processo.

— Eu disse para não mexer, você é idiota? — Arthur reclamou, e a cobra de Ravi chacoalhou contra. O Capitão encarou o animal com um olhar repreensor. — E você, fique quieta, ao invés de brigar com seu pai para que seja um alfa mais prudente, você o defende — devolveu para a cobra.

O olhar de Jimin seguiu para Jungkook, que tentava afinar as cordas de um violão velho.

Bastou um segundo para que o alfa notasse a presença do ômega. Ele ergueu o olhar e, surpreso, arregalou os olhos.

O pôr-do-sol refletia perfeitamente em suas íris enquanto continuavam perdidos no reencontro.

Era surreal o quanto parecia ser um sonho. Os passos de Jimin foram rápidos, mas não tão desesperados quanto os movimentos de Jungkook para deixar o violão de lado e se colocar de pé.

Jungkook abriu os braços, finalmente recebendo Jimin, que descobriu um soluço preso em sua garganta. Jungkook estava ao lado dele novamente, mas o ômega se afastou, não querendo se entregar ao desespero esmagador que vinha com os pensamentos intrusivos  de repente.

— Seu cabelo está lindo neste comprimento, meu amor. — A voz de Jungkook estava trêmula. Ele havia entrado em uma confusão interna por não saber o que dizer a Jimin, que murmurava continuamente como se parecia com um bebê chorão naquele momento, ao molhar o casaco de Jungkook com suas lágrimas. — Tudo bem, meu anjo. Tudo bem deixar sair — Jungkook o respondeu. Sabia que, depois de todo aquele tempo separados, precisavam aliviar a tensão, mesmo que com lágrimas. — Chore o quanto quiser.

E então, em algum lugar em meio aos murmúrios quase silenciosos de Jungkook, Jimin ergueu o rosto para encará-lo, e seus lábios se conectaram.

Era o primeiro beijo deles após tanto tempo. Jimin estava rigidamente ciente do fato enquanto os lábios de Jungkook corriam suavemente sobre os dele.

Os olhos de Jungkook estavam fechados, aceitando o beijo, mas os de Jimin ainda estavam meio abertos, relutantes em ignorar a beleza de seu amado. Isso o deixava bobo ainda depois de tantos anos. Sua pele corou ao tornar consciente o fato de que estava submisso e totalmente flexível sob o toque gentil do alfa.

O ômega de Andrômeda 🐉Onde histórias criam vida. Descubra agora