Extra.

1.3K 196 15
                                    

Ser nascido naturalmente dentro de uma dinastia era ter a educação e os afazeres reais adquiridos desde o berço, além de privilégios em níveis inalcançáveis para pessoas comuns como aqueles que serviam à realeza e outros que trabalhavam externamente para eles.

Os membros da Família Real não tinham noção alguma de como era ter a vida de um simples camponês, soldado ou servo, e vice-versa.

Arthur ainda estava em seu completo e particular choque de realidade quando acordou naquela calma manhã.

A brisa marítima do litoral veio como um presente, refrescando-lhe e trazendo consigo um aroma pouco familiar.

O beta, com seu hobby de cetim branco, dirigiu-se para a sacada espaçosa, com ampla visão do Reino de Sunflower.

Em praticamente todos os cômodos do castelo, ele sentia um ar de incômoda superioridade por conta do conforto e novo título, assistindo de cima aqueles que trabalhavam para lhes servir.

Toda essa agitação matinal também o fazia se lembrar de seus próprios dias na serventia, onde ter apenas o que comer e uma manta para se proteger do frio já era um luxo.

Sua infância não havia sido uma das mais felizes, por conta do trabalho precoce.

Ele precisava empunhar a espada por puro instinto de sobrevivência, exercendo um trabalho medíocre, e apesar de ter cultivado uma amizade com Jungkook e Jimin, sempre os enxergava como consideravelmente distantes de si, usufruindo da boa vida que sempre tiveram enquanto ele não tinha um bom lugar para dormir ou alguém que pudesse educá-lo corretamente.

Sua trajetória de criado habilidoso ao posto de capitão na linha de frente foi um caminho difícil, havia mais obstáculos e portas fechadas do que passagens livres, e se o caminho estivesse livre, era como andar descalço sobre pedras cobertas por lava.

Também, ser um beta no meio de um bando de alfas desordeiros nunca poderia ser dito como fácil.

Mas agora, estava no quarto mais sofisticado que já havia tido o prazer de passar a noite, e o ambiente luxuoso era também sua posse.

Havia tanto conforto, tanta comida, tantos servos que viviam para fazer serviços que nem mesmo eram designados a eles, estilistas que desenhavam roupas apenas para que ele fosse jantar e outras vaidades as quais ele nem ao menos sabia que existia.

Arthur respirou fundo quando sentiu as mãos do Rei deslizando por sua cintura.

O peito quente em suas costas causava arrepios em todo o seu corpo.
Sentiu beijos úmidos serem depositados lentamente em seu pescoço, e novamente seu corpo se arrepiou quando a respiração de Ravi se juntou às carícias, sentindo seu aroma natural.

Apesar de não ser um ômega, Ravi um dia havia lhe dito que sua pele era doce e macia como uma flor-de-lótus.

O Rei prometeu ser a terra e o sol que nutriria aquela bela flor, independente de se fizesse chuva ou frio, até mesmo o protegeria da mais terrível das tempestades.

Ravi achava extremamente interessante como Arthur não tinha nenhum cheiro marcante, mas sempre trazia consigo o cheiro de lugares onde já havia passado, como se fosse uma máquina de lembranças.

Arthur nunca havia se sentido tão bonito como quando notou a maneira como Ravi o encarava. Havia um brilho em seu olhar capaz de acender constelações.

Ele realmente não sabia o que em si havia atraído tanto a atenção do Rei, mas isso o deixava feliz, aquele alfa tinha olhos apenas para admirá-lo, podia passar um ômega nu em sua frente que Ravi seria totalmente incapaz de desviar os olhos de seu beta.

O ômega de Andrômeda 🐉Onde histórias criam vida. Descubra agora