Burning Love - Arco Jammel

capítulo 18- Jogo Cruel

O sol quente das dez da manhã queimava sua pele exposta, a cabeça latejava de dor, a garganta estava seca e o rosto sujo de terra encostados diretamente no chão árido, sendo acordado pelo barulho dos carros que passavam hora ou outra no meio daquela estrada praticamente deserta.

Sua situação era deplorável, estava sujo, cheio de glitter pelo corpo, apenas de botas e seminu, tinha perdido seu chapéu e estava com uma gravata ridícula em no pescoço, como se tivesse acabado de sair de um clube de stripper. Logo arrancou aquela porcaria, tinha cheiro de bordel, mas não tinha ido em um, não sabia como tinha parado ali, só sabia que estava perdido, e precisava urgente de um telefone. Precisava urgente ligar pra sua ruiva e voltar pra casa.

Jam levantou lentamente, tentando lembrar o que de fato tinha acontecido pra acabar nessa situação. Lembrava de estar no trabalho tatuando um cara, e do nada estava ali, jogado na beira de uma estrada, sem lembrar absolutamente nada, com uma maldita dor de cabeça que só piorava a cada passo que dava, até que chegou em uma placa sabendo onde estava.

"Nashvile"

Jam arregalou os olhos ao ver aquilo. Não era possível, como se Hawkins ele tinha parado ali, a mais de uma hora da cidade? Não fazia sentido, não tinha como, a poucas horas estava falando com sai ruiva no telefone, e foi atender um cliente, lembrava disso, estava tatuando o nome da namorada do cara, Catherine, ele lembrava, mas depois de tatuar Cathe, não lembrava mais de nada, só de acordar ali, em Nashville. O loiro apressou seu passo, precisava achar um telefone, ligar pra Melissa pra resgatá-lo dali, ele devia estar preocupada, ele sempre ligava as oito e meia todos os dias sem falta, cantando alguma música fofa e irritando Missy, elas deviam estar desesperadas, Henry e Riley também, sentia isso em seu peito, precisava ligar, até que encontrou um telefone, sua esperança, e entrando na pequena cabine, discou o número da ruiva e ligou, chamou e chamou, mas ela não atendeu, começou a ficar preocupado com isso mas não pensou muito, discando o número de Henry, que após dois toques ele atendeu.

— Hen....

— Filho? Onde você está? — Erick atendeu, e Jam pode sentir o desespero de sua voz.

— Estrada do Nashville, trás roupas, eu não tô legal...— disse apenas isso e desligou, caindo na cabine, nem escutando o que Erick dizia do outro lado da linha.

— Calma filho, não saia daí, já estou chegando!!

(...)

Erick pegou a estrada com os filhos como um maluco atrás de Jam. Desesperado e virado no café, morto de preocupação pelo loiro ter sumido a noite inteira, em uma viagem de uma hora, chegou em metade do tempo, quebrando várias leis de trânsito que com certeza lhe dariam uma multa gigante, mas que não importava, tinha que salvar Jam de seja lá o que tivesse acontecido.

Assim que chegaram ali encontraram o loiro jogado no chão perto da cabine, Riley correu de dentro do carro, o abraçando desesperada.

— Jam, o que aconteceu com você?!

— Riley? — Jam respondia atônito, com a visão turva, olhando de um lado pro outro.— Cadê minha ruiva?

— Ele tá com a pupila dilatada!— disse Henry, mexendo em seus olhos, e enfiando uma garrafinha de água em sua boca.

— Ele teve uma recaída? — Erick disse em agonia ao vê-lo daquele jeito.

— Ele não faria isso! — exclamou a loira.— Ele precisa de um médico, me ajude a vesti-lo! — completou, o vestiram e o levaram pro carro, onde ele foi deitado no colo da sobrinha, e tudo apagou de novo.

(...)

Risadas e mais risadas eram ouvidas, o som alto era ensurdecedor, e não conseguia se mexer, era tudo como uma paralisia do sono, onde algo ficava em cima dele e não conseguia tirar, algo angustiante com uma sensação horrível no coração, mas aí ele acordou, puxando o ar de uma vez só, assustando Riley, que se encontrava ao seu lado na cama do hospital, onde ouvia apenas o bip do medidor de batimentos cardíacos.